Atacante João Pedro comemora o gol que decretou a vitória do time celeste na Arena MRV -  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)

Atacante João Pedro comemora o gol que decretou a vitória do time celeste na Arena MRV

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press

 

O Cruzeiro venceu, pela segunda vez, o Atlético, dentro de sua arena. 2 a 0, gols de Zé Ivaldo e João Pedro. A torcida única de nada adiantou, e o time azul fez a festa no terreiro do Galo. Foi um jogo tecnicamente fraco, mas o time estrelado deixou as emoções para o final, marcando seus dois gols. Um Galo fraquíssimo, irreconhecível, vaiado pela torcida. O “feitiço virou contra o feiticeiro”, e, mesmo com torcida única, houve brigas e confusões.

“Aqueles que se acham donos do futebol” em Minas Gerais determinaram que o clássico mais importante do estado fosse disputado diante de uma única torcida, no caso a do Galo, dono do estádio. Pior que isso é saber que eles comemoraram um acordo que diz que até 2025 só teremos clássicos com torcida do mandante. Parabéns a esses incompetentes dirigentes, que preferem jogar a sujeira para debaixo do tapete, em vez de entregar a fita do jogo pelo Brasileirão para que os bandidos, que quebraram cadeiras e depredaram o estádio, sejam identificados, presos e entregues à Justiça. Além disso, as autoridades deveriam identificar qual foi o dirigente que mandou tirar as portas dos banheiros no setor em que estava a torcida do Cruzeiro, num completo desrespeito ao ser humano. Infelizmente o país está perdendo a guerra para os “bandidos, travestidos de torcedores”.

Dito isso, vamos à bola rolando, onde de um lado havia um time montado, experiente e que terminou 2023 em alto estilo, e do outro uma equipe em formação, com um técnico novo e desconhecido, e peças a encaixar. Essa é a realidade do Cruzeiro. Foi um primeiro tempo de dar sono. A equipe mais bem preparada e entrosada, no caso o Galo, não mostrou competência, nem qualidade. Já o visitante me surpreendeu, pois em formação, mostrou uma boa organização, com muitas preocupações defensivas. Eu tenho uma premissa que utilizo todo ano: só avalio uma equipe lá pela oitava rodada do Brasileirão, pois os estaduais não são parâmetro para qualquer tipo de conclusão. O próprio técnico cruzeirense, Nicolás Larcamón, disse que vai usar o Mineiro como laboratório. Ele está certíssimo. Os estaduais são competições falidas, retrógradas e ultrapassadas. O 0 a 0 dos primeiros 45 minutos, com os acréscimos, foi um resultado justo, pela falta de ímpeto das duas equipes.

No segundo tempo o panorama foi o mesmo. Parecia que os jogadores de ambos os times tinham comido uma feijoada. Jogo ruim, sem inspiração, mas, nessa fase da temporada, não se pode exigir muito. Eu esperava mais do Atlético, justamente por ter quase o mesmo time há tempos e porque terminou 2023 como o terceiro melhor do Brasileirão. Achei a torcida atleticana bem calada. Dona do terreiro, com exclusividade, pouco cantou para incentivar o time. E o castigo veio no finalzinho com os dois gols marcados pelo time azul. E só não foi goleada porque Everson salvou o alvinegro num contra-ataque quase mortal. O campeonato Mineiro não vale nada, mas vencer um clássico é um grande combustível para quem ganha. O Cruzeiro batizou a Arena do Galo pela segunda vez, e isso é uma grande motivação para o time e sua gigantesca China Azul.