O meio-campista Gui Meira é um dos destaques da Raposa na Copa São Paulo
 -  (crédito: Gustavo Martins / Cruzeiro)

O meio-campista Gui Meira é um dos destaques da Raposa na Copa São Paulo

crédito: Gustavo Martins / Cruzeiro

17 anos depois de chegar à final da Copinha, o Cruzeiro consegue outra vez, e vai encarar um time acostumado a levantar o caneco, já que o conquistou por 10 vezes, dentro de sua casa. Sim, o Corinthians vai decidir no Itaquerão, já que o Pacaembu está em obras. As duas equipes têm jogadores de qualidade.

O Cruzeiro tem um bom goleiro, Otávio, dois zagueiros firmes, Pedrão e Bruno Alves, Tevis, Gui Meira, Fernando, entre outros.

Aliás, todos aptos a subir um degrau e dar opção ao técnico nos profissionais. Aliás, Fernando, artilheiro do time na competição, com 4 gols, está fora da decisão por ter levado cartão amarelo. Uma ausência que será sentida.

O garoto já é uma realidade e um dos “xodós” do torcedor azul. Sempre digo que o mais importante é que os jogadores da base tenham condições e subir com qualidade e competência. Porém, se puder fazer isso e ser campeão, melhor ainda.

O time celeste sempre revelou grandes jogadores e não seria diferente agora. Vejo um leve favoritismo do Timão, por jogar em casa, diante de 40 mil torcedores, mas o Cruzeiro tem condições de impor sua qualidade técnica e tentar ganhar o caneco. O importante é chegar, pois na decisão os detalhes definem.

Cruzeiro e Corinthians chegaram, deixando para trás 126 equipes.

Sou de uma época em que os clubes tinham, no mínimo, dois grandes jogadores por posição, e em que conhecíamos os garotos, desde o juvenil, quando faziam as preliminares. Eu chegava ao Maracanã por volta das 13h. Assistia ao jogo do juvenil até as 15h.

Depois eu via os juniores até às 17h e por fim o jogo do profissional. Foi assim que conheci Zico, desde que ele era garoto.

A gente já sabia que ali estava se formando um gênio da bola. O mesmo o atleticano pode dizer de Cerezo, Reinaldo, Paulo Isidoro e tantos outros craques formados nas divisões de base. E os garotos, além de amar seus clubes, ficavam até 10 temporadas sem serem negociados.

Hoje as divisões de base estão sucateadas, com gente que de bola nada entende, comandando os departamentos, com raras exceções. Clubes que gastam fortunas foram eliminados de forma vergonhosa e não existe uma cobrança mais severa.

O novo técnico do Cruzeiro deve estar lá no Itaquerão para ver suas “crias” de perto e perceber que há alguns jogadores talentosos em condições de serem guindados logo após o desfecho da Copinha. Não sei nada a respeito do técnico Nicolás Larcamón, mas uma coisa eu tenho que admitir: Ronaldo sempre contratou técnicos competentes.

Foi assim com o então desconhecido Pezzolano, com Pepa, e poderá ser assim com Larcamón. O time principal tem recebido tímidos reforços, mas precisamos ver na prática o que vão mostrar. Não há como competir com Flamengo e Palmeiras, clubes sem dívidas e com muito dinheiro para gastar, mas é preciso encontrar soluções baratas e eficientes.

O Cruzeiro tem que voltar a disputar as taças e não apenas figurar nas competições. Chegar à final da Copinha já é um alento para o torcedor. Sinal de que o ano está começando bem, independentemente de ganhar o título ou não.

Mas é preciso cuidar do time principal, que maltratou a China Azul na temporada passada. Que os bons ventos comecem a soprar pelos lados da Toca da Raposa, e que o gigante Cruzeiro, desperte do sono que viveu nos últimos anos. 

Argentinos têm preferência

Os jogadores brasileiros estão “queimando o filme” na Europa, pois são contratados pelos clubes, fracassam e são repatriados pelo nosso futebol. Já os argentinos ficam por lá, são vencedores e, assim, seu mercado continua bem aquecido.

Não há casos de jogadores hermanos que tenham pedido para voltar, por não se adaptar ou não conseguir jogar no Velho Mundo. Os europeus, hoje, só contratam os melhores, e possíveis craques. No mais, vão buscar atletas no nosso vizinho.