Matheus Pereira comemora o gol que garantiu a vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-GO, em Goiânia, pelo Campeonato Brasileiro -  (crédito: Staff Images / Cruzeiro)

Matheus Pereira comemora o gol que garantiu a vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-GO, em Goiânia, pelo Campeonato Brasileiro

crédito: Staff Images / Cruzeiro

O placar final da peleja apontou 1 a 0 para o Cruzeiro contra o Atlético de Goiânia, mas por questão de justiça poética, ouso decretar aqui uma mudança. O nosso Cabuloso sapecou foi 2 a 0 sobre o rubro-negro, pois o espetáculo protagonizado pela Nação Azul nas arquibancadas do estádio Antônio Accioly, na capital goiana, foi uma pintura tão bonita quanto o tento anotado pela canhotinha de Matheus Pereira.

Mesmo de longe, assistindo pela TV sobre o freezer do Botequim do Gonzaga, pude me emocionar com a festa no setor da arquibancada destino aos visitantes. Centenas de cruzeirense cantaram e emanaram alegria durante os 90 minutos de jogo. Entre eles, meus amigos Bruno Taitson, Diego e Raulzito Lanari, que bem descreveu o ocorrido: “O Cruzeiro se impôs.”

Muito simbólica também foi a presença do primeiro dono da SAF Cruzeiro verdadeiramente cruzeirense e apaixonado pelo clube multicampeão que se dispôs a gerenciar, Pedro Lourenço. Ele saudou a nossa torcida junto ao alambrado do estadinho, fazendo o gesto dos punhos cruzados sobre a cabeça e trocou energia sincera com seus clientes (ou seja, os torcedores do Cruzeiro).

Uma aula de simpatia e humildade que, infelizmente (ou felizmente), a Patota de Corintianos e Playboys Cariocas da antiga gestão da SAF não aprendeu. Durante dois anos, eles preferiram se cercar da ala dos “lambe sapatênis” de camarotes, conselhos e vernissages, garantindo, assim, a blindagem que sustentou seus erros, omissões e soberbas.

Enfim, estamos em estado de graça, como há muito tempo não ficávamos. Respirando aliviados no Brasileirão até a próxima segunda-feira, quando enfrentaremos o São Paulo, no Morumbi (uma pedreira!).

Agora, o foco está em uma missão quase impossível: nos classificar em primeiro do grupo B da Copa Sul-americana, evitando assim a desclassificação vergonhosa da competição ou a disputa de uma repescagem contra um eliminado da Copa Libertadores.

Para tanto, o primeiro passo é vencer ou vencer o Unión La Calera, na quinta-feira. Dentro do gramado, é esperar a entrega total dos comandados por Fernando Seabra. Fora deles, com absoluta certeza, a Nação Azul fará novamente a sua parte, pintando o Mineirão de azul e branco, cantando o tempo inteiro e empurrando nosso escrete para cima dos chilenos.

O “quase impossível” se faz pertinente porque, além de não dependermos apenas de nossas forças, necessitaremos de uma super zebra. Na outra partida dessa quinta rodada, a Universidad Católica de Quito, líder disparada do grupo, pega – em casa – o já desclassificado e fraquíssimo Alianza Petrolero. Independentemente do nosso resultado, se os equatorianos vencerem a peleja, garantem antecipadamente o primeiro lugar do grupo e, consequentemente, a classificação à próxima fase.

Porém, se a quase impossível combinação dessa rodada se concretizar (vitória nossa e tropeço do líder), na última teremos uma batalha daquelas que adoramos. Vamos para cima da Universidade Católica, dentro do Gigante da Pampulha. Se vencermos, fecharemos a primeira fase classificados, certamente, com mais um espetáculo da Nação Azul nas arquibancadas, digno de valer um gol no placar.

 

Salão de festas azul e branco


No último final de semana, começou o Campeonato Brasileiro de Futsal, esporte que a minha geração só consegue chamar pelo nome raiz: futebol de salão. Para alegria do rabiscador dessa crônica, a sede escolhida para ser o salão de festas do Cruzeiro foi a minha cidade, Mariana.

Vencemos o América de Belo Horizonte por 2 a 1, em uma virada eletrizante! Foi lindo ver as arquibancadas da Arena Mariana repletas de faixas e torcedores de várias cidades mineiras, como Ouro Preto, Barbacena, Ouro Branco. Que isso sirva de inspiração para a diretoria da SAF Cruzeiro voltar seus olhos para o interior de Minas Gerais, onde, há um século, sabemos, somos soberanos.