Jogadores do Cruzeiro comemoram um dos gols do empate por 2 a 2 diante do Atlético, no estádio alvinegro, pelo jogo de ida da final do Mineiro -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Jogadores do Cruzeiro comemoram um dos gols do empate por 2 a 2 diante do Atlético, no estádio alvinegro, pelo jogo de ida da final do Mineiro

crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press

Quantas vésperas de Brasileirão, de competições internacionais e de decisões já passamos juntos... Quantas imaginações!!! Já pensou se... Nem brinca, já existem outros riscos do mundo acabar...

Quantos momentos! Deles, ficam em nós os dessabores que transformamos em vontade de superação, de potência. E os êxtases que nos deliciamos cotidianamente, estes, em mais larga e doce escala.

São gerações que te seguem, desde a colônia de imigrantes que te fundou ao lado dos populares, aos migrantes do interior que vieram trabalhar na Cidade Industrial e se somaram aos percussores, dando origem a uma multidão de loucos apaixonados. Todos nós somos uma partícula desta história e juntos somos você.

A sua trajetória se cruza com as memórias de vida de milhões de pessoas. Todos temos aquela história, daquele dia, com aqueles amigos, em torno de ti.

Como foi no sábado passado. Nós viajamos juntos com aquela bola que flutuou até o Dinenno. Nós fizemos aquele gol, de casa. Nossa energia, pois a temos. Embora saibamos cobrar nas horas certas, somos uma torcida acostumada a empurrar o Cruzeiro para as vitórias, para a conquista de grandes títulos. Não ficamos de braços cruzados, mudos, dizendo que a culpa é da acústica. Lembrem-se, nem as caixas de som são capazes de conter o trovoar da constelação mais famosa do mundo. O curioso é que a acústica do estádio não interfere no canto da torcida visitante, basta lembrar do eterno primeiro clássico no teatro...

Cruzeiro, sua camisa, a mais icônica do Brasil e uma das mais lindas do mundo, te traduz quando sua presença se espalha pelo continente. Basta olhar e dizer: Cruzeiro! Nada mais que o azul celestial e um dos maiores símbolos do sul global correspondem à sua mais perfeita imagem.

O que mais gostamos em você são as emoções que você nos provoca. Sem você, a vida de todos nós, seria muito mais vazia. A sua presença no mundo povoa nossa imaginação, tanto do que você já foi, quanto do que serás.

A emoção de ser você está na pele. Nas próximas semanas, te apoiaremos de coração, e com esta torcida, tu serás o campeão. Sabe por quê? Porque cada vez te queremos mais! Você nos faz sonhar!

Cruzeiro, clube querido, mais um torneio e a torcida está contigo! Populares e resistentes, como sua história demanda de nós.

* Se a palavra “cruzeirense” estivesse em todos os dicionários do mundo, certamente, esse texto seria a mais genuína descrição do verbete. Quando li, as lágrimas rolaram pelo rosto e foram repousar no meu peito estrelado, como que regasse as raízes do meu amor eterno pelo Cruzeiro. Coube a mim, rabiscador semanal desse espaço, dividi-lo com todos. Esse texto foi escrito por um dos maiores historiadores do futebol brasileiro, um mestre e amigo de outras jornadas em defesa do Palestra/Cruzeiro, Geovano Chaves, “cruzeirense velha escola”, como ele mesmo se declara.