Fred Melo Paiva
Fred Melo Paiva
DA ARQUIBANCADA

Incrível, imensa, extraordinariamente burros

Em absolutamente tudo o que fazem, da gestão financeira ao planejamento esportivo do futebol, dos sócios que escolhem às prioridades que elegem

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Com o fim do ano a se aproximar, é chegada a hora de firmar compromissos com 2026. Fazer academia consta dos meus planos desde o tempo em que o polichinelo surgiu como a grande revolução da “ginástica”. Fiando sempre em meu chassi de grilo, jamais cumpri tal resolução, sendo mais provável que me encontrem um dia numa cadeira da Academia Brasileira de Letras do que no supino da Smart Fit. Esta semana, no entanto, um amigo me enviou um auspicioso esquema de treinos, que generosamente compartilho com o amigo atleticano.

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Funciona assim: treinos acontecerão no dia seguinte aos jogos do Galo, portanto apenas duas vezes por semana. Com sorte, menos que isso. Galo tomou gol, 15 flexões. Rony perdeu gol, 15 agachamentos. Biel entrou no jogo, 20 abdominais. Adversário foi expulso, 25 puladas de corda. “Perdemos Mais Uma”, disse Rubens Menin, 2h de caminhada. Meninin também se pronunciou, meia-maratona. Aumentou a dívida, 200kg no supino. Morderam mais um pedaço do patrimônio, 150 polichinelos.

É possível personalizar o esquema agregando disparadores diversos, ao gosto – ou contragosto – do cliente. A minutagem em campo de Caio Paulista pode determinar a quilometragem da corrida. Júnior Santos inoperante? 30 minutos de operação na esteira. Pode-se também abrir o leque, com o bônus do trabalho psicológico: juiz roubou para o Flamengo, bicuda no boneco de borracha. STJD, soco no saco de pancada.

Particularmente, não adotarei o modelo proposto porque não curto a compleição física dos fisiculturistas nem desejo o phisique du rôle do Renê assassino do gari Laudemir. Além do quê, não é prudente apostar na saúde física se já sabemos que a mental será levada ao vinagre por motivos de Atlético. Mens sana in corpore sano – Mente sã em corpo são. Ou seja, se falta um, melhor nenhum, é o que depreendo do famoso provérbio.

Como inimigo do supino (um homem foi assassinado por um esta semana, eu avisei), investirei primeiro na mente. E já que o Ano Novo sugere tempos de esperança, vou me apegar à metade cheia do copo, ainda que beber menos seja uma prioridade entre as minhas resoluções para 2026 – prioridade no sentido de ser descumprida antes, claro, até porque logo mais tem Carnaval e, logo menos, a Copa do Mundo.

Importante estarmos certos do diagnóstico, descrito primeiro pelo Kalil: o Atlético faz mal. É um vírus que carregamos no cérebro e no coração. Tem o agravante de não desejarmos a cura, assim como o alcoólatra que prefere o bar aos Alcoólicos Anônimos. O que podemos fazer, portanto, é tornar esse vírus amigável. Como o bicho-de-pé, cuja coceira é apreciada por muitos, que assim os cultivam como se fossem trufas.

Para chegar a essa elevação está claro que precisamos travar o duro embate contra a safada da SAF, inimiga número 1 do nosso Galo viral. Não vou dizer que avisei – me contento em saber que agora todo mundo sabe. A principal vulnerabilidade desse pessoal é simples de ser verificada: são incrível, imensa, extraordinariamente burros. Em absolutamente tudo o que fazem, da gestão financeira ao planejamento esportivo do futebol, dos sócios que escolhem às prioridades que elegem. Não conseguiram plantar uma grama, prova inequívoca de que poderiam comê-la.

Eu aqui tava lá pintado no muro do estádio sem que ninguém desse bola. Quando fui grafitado vi pessoas comentando: mas agora pode gente anônima? Me apagaram e fiquei famoso. A torcida GDR virou a faixa de cabeça para baixo. Mas a coisa só ganhou vulto quando as cavalgaduras acharam que seria inteligente (e possível) proibir o mais pacífico e manjado dos protestos. A repercussão da tentativa frustrada de censura ganhou as ruas, com passeata que acontece amanhã a partir das 13h30. Uma caminhada desde a sede da torcida (rua Benjamin José dos Santos, 156, Califórnia) até a Arena.

Rubens Menin achou que seria interessante informar ao atleticano o resultado da final: “Pessoal, perdemos mais uma”, e seguiu a ladainha que ninguém mais dá bola, a não ser para colecionar como mentira a ser desmascarada logo adiante. Acabou por produzir o corte que o perseguirá pelo resto da vida. Gente...

Amanhã segue o baile: o Galo enfrenta o Vasco com chance remota de rebaixamento. Como a estatística é nossa inimiga, prudente botar as barbas de molho. No caso dos nossos tutores, caldas e crinas.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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