Educando Seu Bolso
Educando Seu Bolso
Dicas de especialistas e informações sobre finanças pessoais, investimentos e economia para ajudar você a gerir melhor seu dinheiro.

Milhas: como transformar pontos em vantagem de verdade (sem armadilhas)

Milhas rendem passagens, dinheiro ou dor de cabeça. Saiba como transformar seus pontos em vantagem, escolher o cartão certo e evitar expiração.

Publicidade

Mais lidas

Por Alexia Diniz

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O ESTADO DE MINAS NO Google Discover Icon Google Discover SIGA O EM NO Google Discover Icon Google Discover

As milhas nasceram como uma forma simpática de recompensar quem viajava muito. Com o tempo, porém, viraram um emaranhado de regras, tabelas, cadastros e prazos que fazem muita gente se sentir mais em um labirinto de lealdade do que num programa de recompensas.

Na teoria, parece o melhor dos mundos: você gasta, acumula pontos e depois viaja de graça. Na prática, nem sempre é assim. Como lembrou Will Reeves, CEO da plataforma Fold, os programas de fidelidade deixaram de entregar o que prometiam e viraram um jogo de moedas inventadas, como pontos e milhas, que valem menos do que parecem e muitas vezes expiram antes de você conseguir usar.

Segundo ele, o mercado global de fidelidade movimenta bilhões de dólares, mas metade dos participantes nunca usa as recompensas que acumulou. A média é de 30 programas por pessoa, e só 12 realmente ativos. Ou seja, a promessa é bonita, mas a maioria fica presa num sistema que vende fidelidade e entrega frustração.

Se você quer fugir disso, entender de verdade como funcionam as milhas e usá-las a seu favor, este texto é pra você.

O que são milhas?

As milhas são uma espécie de moeda de troca criada por companhias aéreas e bancos para premiar a fidelidade do cliente. Você acumula milhas quando gasta no cartão, voa com uma companhia parceira ou assina um clube de pontos. Depois, pode trocá-las por passagens, produtos e até dinheiro.

Mas o segredo está em entender o valor real de cada milha. Se a passagem que você quer custa mil reais ou vinte mil milhas, cada milha vale cinco centavos. Parece bom? Depende. Há casos em que o valor cai para um centavo, e aí o benefício evapora.

Quer entender o básico? Veja o guia completo O que são milhas no Educando Seu Bolso.

Como acumular milhas sem gastar mais por isso

O primeiro erro de quem começa é achar que precisa gastar mais para ganhar milhas. Errado. As milhas devem ser um efeito colateral positivo do seu consumo normal, e não o contrário.

O ideal é concentrar seus gastos em um cartão que pontue bem, pagar sempre a fatura integral para não cair nos juros absurdos e acompanhar campanhas de bônus de transferência, aquelas que dobram ou até triplicam seus pontos quando você envia para programas de milhas de companhias aéreas.

Mas cuidado com o impulso. De nada adianta transferir só porque apareceu um bônus de cem por cento se você não tem nenhum plano de viagem ou resgate em mente. É aí que muita gente acaba com pontos parados ou expirados.

Quer aprender os macetes de acúmulo e as melhores promoções? Confira o artigo Como acumular milhas do Educando Seu Bolso.

O cartão certo faz toda a diferença

Se você quer entrar nesse mundo, comece escolhendo o cartão de crédito adequado. Existem cartões que pontuam dois ou três pontos por dólar e outros que não pontuam nada. A diferença pode parecer pequena, mas ao longo de um ano ela é enorme.

Só que o cartão “melhor” não é o mais caro, e sim o que faz sentido pro seu bolso. Cartões Black e Infinite rendem mais pontos, mas cobram anuidades que só compensam se você gastar bastante ou usar os benefícios extras, como seguros e salas VIP.

Milhas x Cashback

Nem todo mundo quer acumular milhas. E tudo bem. Para muita gente, o cashback, aquele sistema em que você recebe parte do valor gasto de volta em dinheiro, é mais simples, direto e previsível.

Enquanto as milhas variam de valor e dependem de promoções, o cashback é certeiro: gastou, ganhou. Sem precisar converter pontos ou calcular o preço da passagem.

Na prática, milhas só compensam quando você consegue um valor de resgate acima de três centavos por milha. Abaixo disso, o cashback tende a ser mais vantajoso e menos frustrante.

Dá pra vender milhas? Dá sim, mas com cuidado

Muita gente não sabe, mas é possível transformar milhas em dinheiro. Existem plataformas que compram suas milhas e as revendem para terceiros que emitem passagens. É uma forma prática de dar valor a pontos que, de outro modo, poderiam expirar.

Mas é preciso cuidado. Pesquise a reputação da plataforma, compare os preços e confira se o prazo de pagamento é confiável.

E mais importante: entenda que vender milhas é uma operação comercial. Se você fizer com frequência, pode até gerar obrigação de declarar no Imposto de Renda.

Planejamento essencial para utilizar suas milhas

O problema das milhas não é o programa, e sim a falta de planejamento. Muita gente acumula sem saber pra quê, transfere sem objetivo e depois reclama que nunca consegue resgatar nada.

A chave é ter clareza de uso. Vai viajar no fim do ano? Planeje o acúmulo desde o inicio do ano. Pretende vender as milhas? Acompanhe o mercado e o valor do milheiro. E se você simplesmente quer aproveitar o benefício sem complicação, talvez seja hora de simplificar e optar pelo cashback.

Milhas não são renda. São um bônus de consumo consciente. Trate como tal.

A nova geração já entendeu o jogo

Enquanto muita gente ainda se enrola com tabelas e programas que mudam toda hora, os mais jovens estão exigindo algo diferente: recompensas intuitivas, que façam sentido no dia a dia.

Gen Z e millennials não têm paciência para esperar dois anos e descobrir que as milhas desvalorizaram. Querem simplicidade, transparência e controle. E não é coincidência que fintechs e novos bancos estejam migrando para sistemas de cashback, descontos automáticos e até recompensas em criptomoedas, formas mais diretas de retorno.

Como diz o próprio Reeves, as pessoas não desistiram das recompensas, só pararam de fingir que esses sistemas antigos ainda entregam valor. O mercado pode até crescer em números, mas a fidelidade real só volta quando os benefícios voltarem a ser claros e acessíveis.

Conclusão: no fim das contas, o que vale mais?

No mundo das finanças pessoais, não existe certo ou errado universal. Existe o que funciona pro seu bolso.

As milhas podem até ajudar um pouquinho reduzindo os custos de uma viagem, isso se você souber jogar o jogo. Mas se prefere praticidade, previsibilidade e não quer se preocupar com resgate, cashback pode ser o caminho.

O segredo é não cair na armadilha de gastar mais só pra acumular milhas. Porque, no fim das contas, a melhor recompensa é ver o saldo no azul, não a pontuação no aplicativo.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay