Você sabe quanto está pagando de juros? Descubra e economize!
Os juros compostos podem ser vilões ou aliados das suas finanças. Mas você realmente sabe quanto está pagando em empréstimos ou recebendo em aplicações?
Você sabe quanto está pagando de juros? Descubra e economize! crédito: Reprodução Educando seu Bolso
Por Alexia Diniz
O que são juros compostos e como eles impactam suas finanças?
Juros são o custo do dinheiro ao longo do tempo. Se você pega um empréstimo, paga juros ao banco. Se investe dinheiro, recebe juros pelo valor aplicado. Mas será que você sabe calcular quanto realmente está pagando ou recebendo?
Mesmo com as novas regras do Banco Central, os juros do rotativo, podem fazer sua dívida dobrar de valor em um ano! Isso significa que uma dívida pequena pode se tornar impagável rapidamente. Por isso, é bom ficar atento aos juros dos seus contratos, por exemplo, no crédito consignado, as taxas são reguladas e podem ser consultadas no portal Meu INSS.
Como calcular os juros de um empréstimo?
Se você quer entender o valor real de um empréstimo ou financiamento, primeiro, precisa conhecer as diferenças entre juros simples e compostos.
Juros simples
Nos juros simples, o cálculo é feito apenas sobre o valor inicial, ou seja, o montante inicial emprestado ou investido. A fórmula para calcular os juros simples é:
Juros Simples = Valor Inicial × Taxa × Tempo
Exemplo: Se você pegar um empréstimo de R$ 1.000,00 a uma taxa de 5% ao mês durante 12 meses, os juros totais serão:
Juros = R$1.000×0,05×12
Juros = R$600
Assim, o montante final será de R$1.600.
Juros compostos:
Já os juros compostos são calculados sobre o valor inicial acrescido dos juros acumulados em períodos anteriores. Isso significa que, a cada período, os juros incidem sobre um montante crescente, levando ao chamado "juros sobre juros". Exemplo: O mesmo empréstimo de R$ 1.000 a uma taxa de 5% ao mês durante 12 meses:
A imagem ilustra o cálculo de juros compostos com a equação: 1.795,86 = 1.000 x (1 + 0,05)¹².
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Nesse exemplo, os juros acumulados serão aproximadamente R$ 795,86, resultando em um montante final de R$ 1.795,86.
A diferença entre os dois métodos mostra o poder dos juros compostos ao longo do tempo. Para quem investe, eles são vantajosos, pois aumentam os rendimentos. Mas para quem adquire uma dívida, pode virar uma bola de neve difícil de controlar.
Juros compostos no rotativo do cartão: fuja dessa armadilha financeira
Os juros rotativos do cartão de crédito são uma das principais causas de endividamento no Brasil. Eles são aplicados quando o consumidor não paga o valor total da fatura até a data de vencimento, optando pelo pagamento mínimo ou parcial.
Essa prática pode parecer inofensiva no curto prazo, mas as taxas de juros rotativos são as mais altas do mercado, de acordo com relatório do Banco Central a maior taxa de juros rotativo hoje é 994% ao ano. Isso significaria que uma dívida de R$1.000 se transformaria em R$10.940 em apenas 12 meses, se não fosse pela regra do Banco Central que limita os juros da dívida ao dobro.
Como funciona o crédito rotativo?
Ao receber a fatura do cartão de crédito, você tem três opções de pagamento:
O valor total, evitando juros.
O valor mínimo, que cobre uma parte da dívida, mas deixa o restante sujeito aos juros rotativos.
Um valor intermediário, reduzindo a dívida, mas ainda pagando juros sobre o saldo remanescente.
Se o pagamento não for integral, o saldo devedor entra no crédito rotativo, onde os juros continuam aumentando a dívida até que ela seja completamente quitada.
Exemplo prático:
Fatura total: R$1.000
Pagamento mínimo (15%): R$150
Saldo restante (sujeito a juros rotativos): R$850
No mês seguinte, os juros são aplicados sobre os R$850 restantes, considerando os juros rotativos de 994% ao ano, ou seja, 22,07%, no mês seguinte o valor total a pagar será de:
M = 850 x (1 + 0,2207)¹
M = 1.037,60
Então mesmo pagando 150 reais referente ao pagamento mínimo, e considerando que não foi gasto mais nenhum valor, a fatura do mês seguinte será de R$1.037,60.
O Banco Central, na tentativa de controlar os juros abusivos cobrados no crédito rotativo, estabeleceu regras que buscam regular essas taxas de juros.
Novas regras do Banco Central sobre crédito rotativo
Para tentar reduzir o impacto dos juros abusivos, o Banco Central impôs duas regras importantes:
Limite de 30 dias para o crédito rotativo: o consumidor pode permanecer no crédito rotativo por, no máximo, 30 dias. Após esse período, o banco deve oferecer uma opção de parcelamento com taxas mais baixas.
Limite de 100% sobre o saldo devedor: desde 2023, a dívida do cartão não pode mais dobrar. Ou seja, se uma pessoa deve R$1.000, mesmo com juros e encargos, o saldo devedor total não pode ultrapassar R$2.000.
Essas medidas ajudam a reduzir o crescimento descontrolado da dívida, mas ainda assim, o rotativo do cartão continua sendo uma das modalidades de crédito mais caras do mercado.
Se precisar financiar um valor, considere opções mais baratas. Algumas opções são os empréstimos pessoais, crédito consignado ou até mesmo o parcelamento da fatura, que geralmente têm taxas menores do que o rotativo.
Como evitar juros abusivos?
A melhor forma de se proteger dos juros compostos altos é comparando as taxas de diferentes instituições antes de fechar qualquer contrato. Para isso, você pode:
Verificar alternativas mais baratas, como o crédito consignado.
Evitar o rotativo do cartão de crédito (pagando o valor total da sua fatura), que tem uma das taxas mais altas do mercado.
Além disso, é fundamental entender a taxa efetiva de juros, que inclui encargos extras e pode encarecer muito um financiamento. Você já analisou isso no seu contrato?
A imagem representa o conceito de Custo Efetivo Total (CET) em um iceberg financeiro. A parte visível acima da água mostra apenas a taxa de juros, enquanto a parte submersa destaca outros custos ocultos: tarifas, tributos (ex: IOF), seguros e despesas de operação.
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Taxa efetiva de juros, que reflete no custo total do seu contrato
Os juros fazem parte do dia a dia, mas conhecer seu funcionamento ajuda a evitar armadilhas financeiras. Antes de pegar um empréstimo ou parcelar uma compra, pergunte-se: qual é a taxa real de juros? Estou pagando ou recebendo o valor justo?
O Custo Efetivo Total (CET) mostra o valor real que você vai pagar em um empréstimo ou financiamento. Ele inclui não só os juros, mas também taxas, impostos e outros custos. Ou seja, mesmo que a taxa de juros pareça baixa, o CET pode ser alto e deixar a dívida mais cara. Por isso, sempre compare o CET entre diferentes opções antes de decidir.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.