Difícil comparar time e jogadores de épocas diferentes
As exigências hoje são outras, o jogo é outro, até a bola e o gramado são diferentes daqueles de 40, 50, 60, 70 anos atrás
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Toda vez que um gigante do nosso futebol ganha um ou mais títulos importantes surge a polêmica. Trata-se do melhor time da história do clube? Fulano é o melhor jogador da história da equipe? Os apressados dizem que sim, os mais comedidos afirmam que não, outros seguem em dúvida.
É uma discussão válida, em que as argumentações costumam ser interessantes, mas considero complicado comparar jogadores que atuaram em épocas distintas. As exigências hoje são outras, o jogo é outro, até a bola e o gramado são diferentes daqueles de 40, 50, 60, 70 anos atrás.
Assim, não vejo como afirmar que Hulk é o maior jogador da história do Atlético, por exemplo. Está, sem dúvida, entre os maiores e melhores, pela performance e também pelos títulos conquistados, principalmente o Campeonato Brasileiro de 2021, encerrando jejum de 50 anos.
Porém, há não muito tempo, em 2013 para ser preciso, Ronaldinho Gaúcho ajudou a mudar o patamar do Galo ao comandar o grupo na inédita conquista da Copa Libertadores. Nem por isso, tomou o lugar de Reinaldo no coração de muitos alvinegros. O “Rei” pode não ter conquistado títulos tão importantes quanto o Brasileiro e a Libertadores, mas era, no mínimo, tão mágico com a bola nos pés quanto o camisa 10 conhecido como “Bruxo”.
Voltando mais no tempo, não podemos esquecer outros gênios, como Mário de Castro e Zé do Monte. Atuaram nas décadas de 1920 e 1940 e 1950, respectivamente, quando não era comum registrar as partidas em vídeo, o que dificulta atestar seus feitos, mas não deve impedir de reconhecer tudo que fizeram pelo clube de Lourdes.
O mesmo vale para as últimas conquistas do Flamengo. Bruno Henrique e De Arrascaeta têm lugar garantido no panteão dos maiores da história rubro-negra após participarem de três conquistas da Copa Libertadores, assim como Gabigol, que esteve em dois títulos sul-americanos como protagonista. O trio também conquistou Brasileiros e Copa do Brasil, assim mesmo, no plural.
Mas não dá para superar alguns dos jogadores que formaram o time rubro-negro na virada da década de 1970 para a de 1980. Aquela equipe, que tinha jogadores como Leandro, Mozer, Júnior, Andrade, Adílio e Zico, teve o mérito de transformar o Fla, que até então se limitava a conquistas regionais, em um clube de renome internacional, inclusive conquistando o Mundial de 1981.
O incrível é que os protagonistas daquela equipe mantinham uma postura humilde em relação aos que vieram antes. Zico, por exemplo, sempre reverenciou Dida, maior artilheiro do clube (264 gols) até o surgimento justamente do “Galinho de Quintino”.
Isso também ocorre em outro gigante brasileiro, o Cruzeiro. Alex foi um dos maiores de todos os tempos com a camisa estrelada, conduzindo a equipe ao título do Brasileiro e da Copa do Brasil de 2003. Mas sempre fez questão de enaltecer os feitos de Dirceu Lopes, que, ao lado de jogadores como Tostão, Raul, Zé Carlos, Procópio, Piazza e Evaldo levou a Raposa a superar o Santos de Pelé em 1966, colocando a Raposa no mapa do futebol brasileiro.
Já o goleiro Fábio tem a seu favor o fato de ter ultrapassado estes grandes jogadores em número de jogos pela equipe celeste. E foi peça fundamental nas conquistas dos Brasileiros de 2013 e de 2014, em um time que tinha excelentes jogadores, como Everton Ribeiro e Ricardo Goulart. Também foi campeão da Copa do Brasil 2017 e 2018. Mesmo assim, não me arriscaria a dizer que foi o maior arqueiro da história do Cruzeiro, preferindo colocá-lo no mesmo nível de Raul.
Copa do Mundo
Será realizado nesta sexta-feira (5/12), às 14h (de Brasília), em Washington, capital dos EUA, o sorteio que definirá os grupos da Copa do Mundo de 2026. O Brasil está no Pote 1, que reúne os cabeças de chave, ao lado de Canadá, México, EUA, Espanha, Argentina, França, Inglaterra, Portugal, Holanda, Bélgica e Alemanha.
No Pote 2 figuram Croácia, Marrocos, Colômbia, Uruguai, Suíça, Japão, Senegal, Irã, Coreia do Sul, Equador, Áustria e Austrália. No 3, Noruega, Panamá, Egito, Argélia, Escócia, Paraguai, Tunísia, Costa do Marfim, Uzbequistão, Catar, Arábia Saudita e África do Sul. Já no 4, Jordânia, Cabo Verde, Gana, Curaçau, Haiti, Nova Zelândia, quatro seleções que virão da repescagem europeia e duas provenientes da repescagem mundial.
Com 48 participantes, ao invés de 32, prevejo muitas goleadas. Mas a partir das quartas de final, só os “adultos” deverão continuar no recinto que é o Mundial.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
