A soroterapia tem se tornado mais comum, mas é fundamental ter atenção à qualidade e seriedade dos serviços prestados -  (crédito: Qimono/Pixabay)

A soroterapia tem se tornado mais comum, mas é fundamental ter atenção à qualidade e seriedade dos serviços prestados

crédito: Qimono/Pixabay

 

A soroterapia, conhecida também como terapia injetável, vem ganhando destaque como método promissor para a administração de nutrientes, medicamentos e outras substâncias diretamente na corrente sanguínea.

Promete eficácia em tratar uma gama de condições de saúde, desde a melhoria do bem-estar geral até o tratamento de doenças específicas. Contudo, com a crescente popularidade, surgem preocupações sobre os riscos associados e as práticas inadequadas no seu oferecimento.


A médica Renata Domingues de Nóbrega explica que a terapia injetável foca em necessidades médicas concretas, especialmente em pacientes que enfrentam desafios significativos na absorção de nutrientes, devido a condições particulares de saúde.


Pós-bariátrico e obesidade

Pacientes que passaram por cirurgia bariátrica ou que enfrentam obesidade severa, muitas vezes sofrem de desequilíbrios intestinais, como a disbiose, que pode comprometer a absorção de nutrientes essenciais.

Doenças disabsortivas e inflamatórias intestinais

Indivíduos diagnosticados com doenças que afetam a capacidade do intestino de absorver nutrientes, como doenças inflamatórias intestinais (Doença de Crohn e Colite Ulcerativa), podem se beneficiar da terapia injetável.


Sarcopenia

A sarcopenia, caracterizada pela perda progressiva de massa muscular e força, é uma condição que pode afetar adversamente a qualidade de vida. A soroterapia com aminoácidos pode ser uma indicação pertinente para ajudar a diminuir esses efeitos.


Oncologia

Pacientes oncológicos, seja durante ou após o tratamento com quimioterapia ou radioterapia, enfrentam desafios nutricionais significativos. As terapias injetáveis podem desempenhar um papel vital na manutenção da nutrição desses pacientes.


Riscos associados

Apesar dos benefícios, as terapias injetáveis não estão isentas de riscos. Complicações potenciais incluem infecções, reações alérgicas e efeitos adversos relacionados à overdose de nutrientes ou interações medicamentosas prejudiciais.

 

A qualidade e a procedência dos produtos utilizados, bem como a competência dos profissionais que realizam o procedimento, são fatores críticos que podem aumentar ou diminuir esses riscos.


Cada organismo é único, e o que beneficia um indivíduo pode ser prejudicial a outro. Portanto, a avaliação médica prévia, incluindo exames específicos, é indispensável para determinar a adequação da terapia injetável para o paciente. Esses exames ajudam a identificar possíveis contra indicações e a personalizar o tratamento.


Recentemente, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) emitiu um alerta sobre a prática da terapia injetável. Após fiscalizações, foram encontradas clínicas oferecendo tratamentos sem embasamento científico adequado, além de condições inadequadas de armazenamento dos produtos. Isso ressalta a necessidade de vigilância e regulamentação mais estritas para proteger os pacientes.


“A terapia injetável pode oferecer benefícios significativos para pacientes selecionados. Contudo, é imperativo que o tratamento seja baseado em uma avaliação médica rigorosa, realizada por profissionais qualificados e em ambientes devidamente equipados e regulados.

 

A promessa de benefícios clínicos deve ser equilibrada com a compreensão dos riscos e das limitações do tratamento, garantindo a segurança e o bem-estar do paciente acima de tudo”, afirma a dra. Renata Domingues de Nóbrega.