A direita ainda disputa seu maior trunfo: Luísa Barreto -  (crédito: TÚLIO SANTOS/EM/D.A.PRESS)

A direita ainda disputa seu maior trunfo: Luísa Barreto

crédito: TÚLIO SANTOS/EM/D.A.PRESS

Enquanto a esquerda se movimenta para uma unificação visando a prefeitura de Belo Horizonte, a direita ainda disputa seu maior trunfo: Luísa Barreto. Colocada como pré-candidata do Novo ao pleito, a secretária de Estado Planejamento de Minas Gerais é cotada para vice nas três campanhas do espectro político: a do senador Carlos Viana (Podemos), a do deputado estadual Bruno Engler (PL) e a do deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos). Com o aumento de insistência de membros do governo, promessas infinitas e muitas reuniões, o fato é que todos querem o que Luísa tem: o apoio do governador Romeu Zema (Novo). Embora esta seja a vontade dos pré-candidatos e de suas respectivas legendas, se depender apenas de Luísa, nenhum deles a terá em suas chapas. Ela quer ir até o fim.

 

A secretária acredita que sua campanha, mesmo não sendo vitoriosa, pode funcionar como projeção ao seu nome considerando que sua participação política ainda é recente. Para Luísa, pessoalmente, não faz sentido embarcar em campanhas como as de Viana, Engler e Tramonte. A secretária sempre pregou que gostaria de estar longe das polarizações políticas e, com a possível união da esquerda na disputa, a campanha da capital mineira deve caminhar para discordâncias.

 

 

Por isso, a secretária do governador Romeu Zema decidiu dar uma pausa nas negociações com os pré-candidatos, interlocutores e partidos. Entre eles, está o secretário Marcelo Aro, que vem tentando convencer a colega a aderir à campanha de Carlos Viana. No caso do senador, Aro vem sendo bem enfático. O acordo incluiria, além da desistência de Luísa na corrida pela prefeitura, o apoio de Viana e da chamada Família Aro ao atual vice-governador, Mateus Simões (Novo), na disputa pelo governo de Minas em 2026.

 

Com a saída de Zema do governo e uma possível candidatura ao Planalto, o Novo quer emplacar Simões como sucessor. Se Luísa abrir mão da disputa em BH, os caminhos para o vice de Zema disputar e chegar ao Palácio Tiradentes podem ser facilitados, ainda mais com um articulador como Marcelo Aro ao seu lado. Porém, Luísa vem batendo o pé nesta questão. Recentemente, Carlos Viana afirmou que gostaria de ter a secretária em sua chapa. A secretária o desmentiu e afirmou que não gostaria de ser “ajuda” para nenhum prefeito, e sim ser a prefeita em si.

 

O mesmo aconteceu com Bruno Engler, que, numa tentativa de ventilar o nome da novista para sua chapa, chegou a confessar para amigos sua vontade de ter Luísa como parceira. O fato também incomodou bastante a secretária, que usou as redes sociais para desmentir o parlamentar. Dentro do Novo, o trabalho de Luísa é unânime. Todos os dirigentes, caciques e membros admiram a secretária, que é colocada como símbolo do que o partido deveria ser: a casa de bons gestores. De fato, a servidora de carreira é uma das favoritas de Zema dentro do governo, inclusive sendo apelidada pelo governador de “chave essencial”. Na Cidade Administrativa, não há nenhum secretário ou servidor que diga: “Não quero trabalhar com a Barreto.”

 

Mas, quando o assunto é eleições, a situação parece mudar. Nos bastidores do partido, há entendimento de que nem todos concordam com a manutenção de Luísa na corrida pela prefeitura. Mesmo entre a ala que defende a continuidade da candidatura da secretária, por acreditar que ela representa os ideais do partido, alguns interlocutores não descartam a possibilidade de ela compor chapa com outro partido de direita. Segundo uma fonte do Novo ouvida pela coluna, Luísa não tem performado bem nas pesquisas, trazendo uma incerteza sobre a possibilidade do partido financiar uma campanha que, neste caso, estaria fadada ao fracasso.

 

Com isso, tudo parece caminhar para que Luísa Barreto ceda e se transforme em vice na chapa de um integrante da direita. Mas, mesmo dentro do partido, não se sabe ao certo quem será o escolhido pela secretária. No momento, a tendência parece ser favorável a Carlos Viana. Mas, com a chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Belo Horizonte no próximo mês, isso pode mudar. Ele já planeja conversa com Zema para a indicação de Luísa para a chapa de Engler.

 

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Base do PT


Não é de hoje que a base do PT em Minas vem reclamando da condução do partido no estado. Dois dias após o início de uma nova crise com a federação PT-PV-PCdoB no estado, depois do anúncio das obras do Hospital Regional de Divinópolis feito pelo ministro da Saúde, Camilo Santana, ao lado do governador Romeu Zema (Novo) e do prefeito Gleidson Azevedo (Novo), o governo Lula informou aos dirigentes dos partidos que fará uma retratação nos próximos dias.


Visita


Ainda sobre o Hospital Regional de Divinópolis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu à tesoureira Gleide Andrade que visitará o local quando as obras estiverem concluídas. O objetivo é destacar o protagonismo dos membros da esquerda na conclusão das obras.

 

Conselho de Ética


O PT entrou com representação no Conselho de Ética da Câmara contra os deputados federais Delegado Éder Mauro (PL-PA) e Maurício Marcon (Podemos-RS) por quebra de decoro parlamentar durante debate com o deputado Patrus Ananias (PT-MG) (foto). Segundo a ação, os parlamentares lançaram “ataques ofensivos e pessoais” ao petista em reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), realizada em 17 de abril.


'Imbrochável'

 

O pré-candidato a vereador em Belo Horizonte Vile (PL) ganhou a medalha dos três Is do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um vídeo gravado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), o assessor do deputado estadual Bruno Engler ganha o presente do ex-chefe do Executivo. “Imbrochável”, “incomível” e “imorrível.”