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Kalil, Galo e Libertadores. Uma linda história vai recomeçar


postado em 04/02/2019 05:09


Quando vejo o Atlético voltar a disputar a Copa Libertadores, a imagem que me vem à cabeça é a do eterno presidente e mais vencedor da história do clube, Alexandre Kalil, chorando no gramado do Mineirão, dedicando o título ao seu pai, o grande presidente Elias Kalil. Não dá para falar em Galo na Libertadores sem nos lembrarmos daquela conquista épica, dos jogos ganhos de virada no Independência, que Kalil, sabiamente, usou como terreiro de um time quase imbatível. Naquele caldeirão, ele me relatou, viveu “os momentos mais felizes de sua vida no futebol”, e o Atlético não deverá abrir mão de jogar ali. Se no Mineirão cabem 60 mil pessoas, pouco importa, pois no Horto o Galo é mais forte, mais unido, mais time, com a torcida “fungando no cangote dos jogadores”. Que guarde o Mineirão para mais uma possível final. E foi no Independência que o Atlético ganhou também a Copa do Brasil, com aqueles 2 a 0 em cima do Cruzeiro, completando com 1 a 0 no jogo de volta, no Mineirão, gol de Diego Tardelli. Kalil sabia e soube usar o Independência como o 12º jogador. Um dirigente difícil de encontrar nos dias de hoje, que se transformou numa espécie de Messias, tamanha a legião que o segue e o admira.

Seis anos se passaram daquele dia 25 de julho de 2013. Sim, já era madrugada do dia 25, quando a bola chutada por um jogador do Olimpia bateu na trave e Victor saiu correndo para juntar-se aos seus companheiros para a comemoração. A torcida alvinegra explodiu no Mineirão. Kalil chorou como uma criança, olhando para o céu e lembrando do seu velho pai, que formou um dos maiores times de todos os tempos, mas que viu o sonho ser garfado por um tal José Roberto Wright. Numa outra passagem, que vou aqui cometer uma inconfidência, doutor Elias Kalil havia marcado um jantar em sua casa, no Leme, para receber Márcio Braga após a decisão do Brasileiro, em 1980, no Maracanã, independentemente do resultado. Mas o Atlético foi garfado com a expulsão de Reinaldo e um impedimento vergonhoso marcado pelo bandeira Agomar Martins, quando Palhinha estava dois metros antes do zagueiro Manguito. Mais uma vez o Galo era garfado, agora no Brasileirão. Doutor Elias não recebeu Márcio Braga.

Alexandre Kalil herdou do pai a firmeza, a franqueza e a qualidade nata de vencedor. Por isso eu tinha de fazer essa introdução para começar a falar de Atlético e Danubio, que jogam amanhã pela fase preliminar da competição, no Uruguai.

O time é outro, não tem um gênio chamado Ronaldinho Gaúcho, mas tem um bom conjunto e um técnico competente. Levir pode ser chato, ranzinza, mas tem identidade com o clube e a torcida e sabe montar uma boa equipe. Com o futebol nivelado por baixo, não vejo o Galo muito abaixo das outras equipes brasileiras. Tem um time em formação, Ricardo Oliveira começando o ano em grande fase e alguns bons valores contratados. E a Libertadores é uma competição diferente das demais. Claro que o talento sempre vai prevalecer, mas a garra, peculiar ao Atlético, é fundamental para avançar. Por enquanto, é apenas a fase em que disputará jogos contra duas equipes para chegar à fase de grupos. Em lá chegando, a história é outra. Vão pesar a tradição e a mítica do Independência. Se eu disser que conheço o Danubio a fundo, estarei mentindo. Mas, sinceramente, quem é o Danubio diante de um gigante chamado Clube Atlético Mineiro?

Ter Atlético e Cruzeiro juntos em busca da taça é importante para o nosso estado e para nossa gente. Quem sabe, as duas equipes avançarão até uma possível final? Se o regulamento permitir, será muito legal. Eu não poderia fechar essa coluna sem ouvir o eterno presidente. Liguei para ele, que me disse o seguinte: “A Libertadores foi a única obsessão da minha vida. Nunca tive obsessão por nada. Foi uma coisa inexplicável. Eu senti que ganharia a competição quando entrava no vestiário e via os jogadores felizes, alegres, mas responsáveis, sabendo o que deveriam fazer em campo. Eu aprendi e sei o que é um vestiário campeão.”

Kalil é muito franco e honesto e, como um dos prefeitos mais bem avaliados do Brasil, governando principalmente para os pobres de Belo Horizonte, sabe a importância em ter Atlético e Cruzeiro na Libertadores juntos: “Para BH é como o carnaval, a festa junina e todos os eventos que trazem recursos e divulgação da nossa cidade. Os benefícios econômicos e sociais são espetaculares. O futebol está no coração dos belo-horizontinos. E ter as duas equipes disputando a principal competição do continente engrandece a nossa cidade.” Que assim seja. Que Galo e Cruzeiro nos representem com a grandeza de suas instituições. Que BH possa, mais uma vez, levantar a taça. Entre as coisas menos importantes da vida, o futebol é uma marca da nossa cidade, muito bem representada por dois gigantes chamados Atlético e Cruzeiro.

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