O câncer de próstata representa uma das doenças com maior impacto na saúde dos homens depois dos 45 anos. Já que, em exceção ao câncer de pele, é a neoplasia maligna mais diagnosticada e dessa forma apresenta elevada prevalência na população masculina. No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca); a estimativa anual de casos em 2023 será de cerca de 71 mil novos casos.



Quando se fala no número de mortes relacionadas ao câncer de próstata, os números mais recentes mostram que em 2020, no Brasil, cerca de 15.800 homens morreram devido essa doença. O principal fator de risco para o câncer de próstata é a idade, com o risco aumentando à medida que os homens envelhecem. Além disso, a hereditariedade desempenha um papel significativo, especialmente em famílias que apresentam alterações no gene BRCA, associado também ao câncer de mama.

Conforme André Lopes Salazar, urologista e professor da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG), o rastreamento sistemático do câncer de próstata na população masculina é a estratégia mais eficaz para o tratamento. Ele destaca a importância de consultas periódicas com um urologista a partir dos 45 anos para todos os homens.

Leia:
 Câncer de próstata: diagnóstico precoce gera tratamentos menos invasivos.
 

Exames e estratégias para rastrear o câncer de próstata

Atualmente, existem diversos exames e estratégias para rastrear e detectar precocemente a doença. O toque retal e o exame sanguíneo para medir o  pProstate specific antigen (PSA) são parte dessas ferramentas. O aumento do PSA no sangue sugere alterações na próstata, incluindo o câncer.





André Lopes Salazar, urologista e professor da FCMMG, alerta que rastreamento sistemático do câncer de próstata na população masculina é a estratégia mais eficaz para o tratamento

(foto: Arquivo Pessoal)
André Lopes Salazar também menciona o papel das técnicas de imagem, como a Ressonância Magnética Multi Paramétrica (RNM-MP), que se tornaram fundamentais para detectar tumores em próstatas com alterações nos exames de toque e PSA: “quando há suspeita de alterações, o urologista pode solicitar uma biópsia da próstata, geralmente auxiliada por ultrassom. Com base nos resultados da biópsia, o médico pode confirmar ou descartar a presença de câncer na próstata.

Salazar explica que a escolha do tratamento depende de várias variáveis, incluindo os resultados da biópsia, PSA e exame de toque. Se detectado precocemente, as taxas de cura para o câncer de próstata são superiores a 90%. O rastreamento do câncer de próstata é justificado pela alta prevalência na população masculina, pela possibilidade de detecção precoce e pelos excelentes resultados dos tratamentos. Atualmente, o tratamento se modernizou em diversas frentes, incluindo cirurgia, radioterapia e tratamento baseado na observação do tumor. A cirurgia, com o auxílio robótico, oferece um refinamento na técnica cirúrgica. A radioterapia agora utiliza técnicas de localização do tumor para fornecer radiação direcionada à próstata, reduzindo os efeitos colaterais.

Leia:
 Câncer de próstata cresce entre os mais jovens, de 20 a 49 anos.

O urologista destaca que a observação ativa é uma opção para tumores iniciais e de baixo risco, permitindo que os pacientes adiem o tratamento ativo e evitem efeitos colaterais indesejados: “Esta modalidade de tratamento se destina a tumores iniciais e de baixo risco que foram detectados no rastreamento. Caso o paciente se encaixe nesta categoria, e concorde com a indicação, ele será colocado em um protocolo de observação com consultas e exames periódicos que permitem manter o tumor sem necessidade de cirurgia ou radioterapia. Ficando sempre claro que a possibilidade de tratamento ativo pode ocorrer em qualquer momento da observação”.

Diante de todos os dados descritos anteriormente, nunca foi tão importante falar sobre o câncer de próstata. Sabemos que é uma doença frequente nos homens depois dos 45-50 anos e passível de um tratamento eficaz que cada vez mais tem menos impacto de efeitos colaterais.

compartilhe