A Janssen acaba de anunciar os resultados do estudo ESCAPE-TRD, um ensaio clínico de fase 3 de longo prazo, comparativo, randomizado e aberto, que foi projetado para avaliar a eficácia, segurança e tolerabilidade do uso em curto e longo prazo de doses flexíveis de SPRAVATO (spray nasal de escetamina) em comparação com quetiapina de liberação prolongada (XR). As análises estabeleceram comparação da utilização de ambos os tratamentos em combinação com um tratamento contínuo com inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS) ou inibidor da recaptação da serotonina e noradrenalina (ISRSN), em adultos com depressão resistente ao tratamento. 





Os resultados revelam que a escetamina intrasanal atingiu o desfecho primário do estudo, demonstrando maior eficácia para alcançar a remissão em comparação com a quetiapina XR. O estudo também atingiu o objetivo secundário principal, demonstrando que um volume significativamente maior de pacientes alcançou a remissão e permaneceu livre de recaídas quando tratados com escetamina intranasal, em comparação com quetiapina XR.


“Alcançar a remissão e permanecer livre de recaídas é um marco importante no tratamento da depressão e é um marco especialmente desafiador em pacientes que apresentam resistência ao tratamento, ou seja, quando não responderam positivamente às terapias anteriores”, avalia Fabiana Nery, médica psiquiatra, especialista em psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), membro da entidade brasileira e da American Psychiatric Association. 

O estudo avaliou 676 adultos com depressão resistente ao tratamento, randomizados para receber escetamina intranasal (n=336) ou quetiapina XR (n=340), ambos em combinação com um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS) e um inibidor seletivo de recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRSN).



A depressão resistente ao tratamento foi definida como a não resposta a pelo menos dois tratamentos consecutivos, com dosagens adequadas, incluindo o tratamento em andamento, durante o episódio depressivo atual.

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O desfecho primário avaliou as taxas de remissão durante o tratamento na oitava semana entre os dois grupos do estudo e demonstrou que significativamente mais participantes alcançaram remissão no grupo tratado com escetamina intranasal em comparação com o grupo que recebeu a quetiapina XR (27,1% vs. 17,6%, respectivamente; p = 0,003).

Além disso, o estudo demonstrou que mais pacientes em uso de escetamina intranasal permaneceram livres de recaída na 32ª semana, após atingir remissão na 8ª semana, em comparação com a quetiapina XR (21,7% vs. 14,1%, respectivamente; p=0,008).





As taxas de remissão também continuaram a aumentar após o desfecho primário na 8ª semana, chegando à 32ª semana com a maioria dos pacientes (55%) entre os tratados com escetamina intranasal e 37,0% entre os que receberam quetiapina XR.

Depressão resistente tem impacto devastador na vida das pessoas 

“A depressão resistente ao tratamento pode ter um impacto devastador na vida das pessoas que vivem com essa condição, e há uma necessidade urgente e contínua de identificar terapias eficazes no combate a este transtorno”, afirma Fábio Lawson, diretor médico na Janssen Brasil.

“Estamos satisfeitos em ver que o spray nasal de escetamina provou, mais uma vez, ser um tratamento eficaz e bem tolerado. As descobertas do estudo ESCAPE-TRD são um passo importante para ajudar as pessoas que não responderam a alguns ciclos de tratamento anteriores, podendo obter a qualidade de vida que merecem”, destaca Fábio Lawson.





Os efeitos adversos mais comuns (≥10%) observados entre os pacientes que receberam escetamina intranasal foram tontura (46,7%), náusea (29,3%), dissociação (28,1%), dor de cabeça (24,6%), vertigem (18,9%), sonolência (15,0%), disgeusia (12,0%), parestesia (11,1%) e vômitos (10,8%).

Esses resultados são consistentes com os dados de segurança coletados em estudos anteriores. No grupo dos pacientes tratados com quetiapina XR, os efeitos adversos mais comuns foram sonolência (23,2%), aumento de peso (12,5%) e dor de cabeça (11,9%).

Efeitos adversos 

Efeitos adversos graves foram observados em 4,5% dos participantes que receberam quetiapina XR e 5,4% entre os que receberam escetamina intranasal. A descontinuação do tratamento ocorreu em 23,2% dos participantes no grupo de escetamina intranasal em comparação com 40,3% no braço de quetiapina XR, principalmente devido à falta de eficácia do tratamento (8,3% para escetamina NS vs. 15,0% para quetiapina XR), eventos adversos (4,2% para escetamina intranasal vs. 11,5% para quetiapina XR) ou recusa do participante de tratamento adicional (8,3% para escetamina NS vs. 8,5% para quetiapina XR).





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Sobre ESCAPE-TRD

O ESCAPE-TRD é um ensaio clínico de fase 3 randomizado, aberto, cego para o avaliador, controlado por ativo, internacional, multicêntrico, projetado para avaliar a eficácia, segurança e tolerabilidade da escetamina intranasal com dosagem flexível em comparação com a quetiapina XR, ambos em combinação com um continuando SSRI ou SNRI em indivíduos com depressão resistente.

Seiscentos e setenta e seis adultos foram randomizados para receber escetamina intranasal (N=336) ou quetiapina XR (N=340), ambos em combinação com seus atuais ISRS/SNRI. A duração total do estudo foi de no máximo 32 semanas para todos os participantes, consistindo em uma fase de triagem de até 14 dias, uma fase de tratamento que incluiu uma fase aguda de 8 semanas,  uma fase de manutenção de 24 semanas, e um acompanhamento de segurança de duas semanas após a última dose da intervenção do estudo. O ESCAPE-TRD foi conduzido em 24 países na Europa, América Latina, África e Ásia.

Depressão e depressão resistente ao tratamento

A depressão é uma doença de base biológica caracterizada por tristeza persistente ou recorrente e perda de interesse em atividades, acompanhada pela incapacidade de desempenhar tarefas diárias por pelo menos duas semanas. Atualmente, é considerada a principal causa de incapacidade em todo o mundo.





O Brasil é o 5º país no mundo em número de pessoas com depressão. Dados do estudo observacional TRAL (Treatment-Resistant Depression in America Latina), realizado na América Latina com quase 1.500 pacientes, demonstraram que no Brasil cerca de 40% das pessoas com transtorno depressivo maior têm depressão resistente.

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Estudos mostram ainda que, a cada novo episódio, as chances de responder ao tratamento padrão diminuem consideravelmente. Enquanto as perspectivas de resposta na primeira linha de terapia são de 49%, a partir do terceiro tratamento, esse número cai para 17%.

Sobre SPRAVATO (escetamina)

A aprovação do SPRAVATO para tratar depressão resistente foi baseada em um robusto programa de ensaios clínicos que envolveu mais de 1.700 adultos sendo: três estudos de curto prazo; um estudo de manutenção de efeitos e outro que avaliou segurança a longo prazo.



Os resultados de curto prazo de quatro semanas, publicados no The American Journal of Psychiatry, com a escetamina intranasal associada a um antidepressivo oral, mostraram que os pacientes tiveram melhoras superiores nos sintomas da depressão quando comparados àqueles que utilizaram o antidepressivo oral e placebo.

Os resultados do estudo de longo prazo, publicados na JAMA Psychiatry, mostraram que os pacientes que alcançaram um nível de melhora de grande parte dos sintomas incômodos tiveram uma redução de 51% na chance de recaída se continuassem utilizando o tratamento com escetamina intranasal, uma vez a cada duas semanas, em comparação com aqueles pacientes que deixaram de fazer o tratamento continuado com o spray intranasal.

Já a aprovação para a rápida redução dos sintomas depressivos em pacientes adultos com Transtorno Depressivo Maior com comportamento ou ideação suicida aguda foi baseada nos resultados de dois ensaios clínicos de Fase 3 que envolveram mais de 450 pacientes com transtorno depressivo maior com comportamento ou ideação suicida, incluindo pacientes brasileiros.



As análises avaliaram o uso combinado do spray nasal de escetamina com o tratamento padrão, que incluiu hospitalização voluntária por tempo determinado e terapia antidepressiva recentemente iniciada e/ou otimizada.  

Efeitos colaterais 

Nos ensaios clínicos, os efeitos colaterais mais comuns incluíram dissociação, tontura, náusea, sedação, sensação de rotação, sensação reduzida de tato, ansiedade, falta de energia, aumento da pressão arterial e vômitos.

Este medicamento é deve ser utilizado com o monitoramento de um profissional de saúde, por isso é importante comunicar quaisquer suspeitas de eventos adversos relacionados ao seu uso. Os eventos adversos devem ser relatados à Janssen por meio dos canais:  safe@janbr.jnj.com; ac@janbr.jnj.com ou pelo telefone 0800 701 1851, além das autoridades regulatórias.

Para mais informações de segurança, consulte o Resumo das Características do Medicamento disponível neste link.

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