Jornal Estado de Minas

CÂMARA DOS DEPUTADOS

'Lula é agressivo', diz líder da bancada do agronegócio

A relação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o agronegócio tem enfrentado momentos de turbulência nas últimas semanas. Com a visita de membros do governo à feira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e críticas efusivas do petista ao setor, membros das bancadas ruralistas na Câmara dos Deputados têm relatado um desgaste no diálogo com o governo.





Em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta segunda-feira (22/5), o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), afirmou que o presidente tem sido agressivo com o setor, o que dificulta a relação e atrapalha o que vem sendo construído pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Lupion destacou que o episódio da Agrishow, a maior feira do setor na América Latina, que “desconvidou” Fávaro em favor da presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não afeta tanto o relacionamento com o governo, quanto o apoio ao MST e os ataques de Lula ao agro.

“Infelizmente, temos de volta um Lula político de antigamente, que tem sido agressivo com o setor. Lula já chamou os ruralistas de fascistas e maus-caracteres. Isso nos afasta, fica difícil ter bom relacionamento. Quando ele se empolga no microfone, a relação fica desgastada”, disse o parlamentar.





O deputado ainda afirmou que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST quer investigar de onde vem o financiamento para as invasões de terra promovidas pelo grupo. Para Lupion, existe um envolvimento claro dos militantes com o governo, afirmando que eles possuem influência direta sobre o poder Executivo. "Se Lula criar um muro com a bancada pela atuação da CPI, teremos a prova de que o governo corrobora com esse movimento e com essas invasões ilegais”, ressaltou.

Recentemente, o vice-presidente da FPA, Evair de Melo (PP-ES) também teceu críticas sobre a relação entre o governo e os Sem Terra, falando, inclusive, em romper o diálogo com o Palácio do Planalto. “Ao frequentar eventos e tirar fotos com líderes do movimento terrorista, MST, os membros do Governo Lula deixam bem claro de que lado estão. E não é ao lado dos produtores rurais e donos de propriedades privadas”, disse.