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Estado de Minas POLÍTICA

Lula explora fala de Bolsonaro sobre canibalismo em campanha

PT passou a usar a declaração de Bolsonaro, feita quando ainda era deputado federal, em inserções na TV nesta semana


08/10/2022 16:18 - atualizado 08/10/2022 17:12

Jair Bolsonaro e Lula
Jair Bolsonaro (PL) falou a um jornalista do New York Times que comeria carne humana (foto: EVARISTO SA e MICHAEL DANTAS / AFP)


Victoria Azevedo e Paula Soprana - FOLHAPRESS

 

O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou que o vídeo em que o adversário Jair Bolsonaro (PL) fala a um jornalista do New York Times que comeria carne humana deve se tornar um mote da campanha. Em caminhada em Campinas, no interior de São Paulo, na manhã deste sábado (8/10), o petista fez referência ao episódio três vezes em seu discurso e disse não se tratar de "maldade" da campanha.

 

"Aquilo não é fake news ou maldade nossa, aquilo somos nós informando ao povo sobre como é nosso adversário", disse em entrevista à imprensa, quando questionado se o caso seria mais explorado pela campanha. "O que está acontecendo é que não estamos inventando. Aquilo não é campanha do Lula falando, é ele falando".

 

O PT passou a usar a declaração de Bolsonaro, feita quando ainda era deputado federal, em inserções na TV nesta semana.

 

O trecho é retirado de uma entrevista do atual presidente ao jornalista do New York Times Simon Romero em 2016, em que ele diz que só não participou de um ritual antropofágico na comunidade indígena Sururucu, em Vista Alegre (RO), porque ninguém da sua comitiva o acompanhou.

 

"Eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara: se for, tem que comer. Eu como" é a parte da fala de Bolsonaro usada na campanha petista.

 

Em outras três vezes, Lula citou rapidamente a declaração do adversário em seu discurso. Referindo-se a empresários e investidores que não se aproximam do Brasil, disse, em tom humorado, que as pessoas podem ter medo de canibalismo.

"Ele tem DNA negativista, por isso que diz que comeu índio", afirmou em outra ocasião.

 

O vídeo antigo, que está publicado na íntegra no canal de YouTube do atual presidente, circulou nas redes sociais durante a semana em uma nova disputa de discursos pautada por questões religiosas e morais.


Campanha

 

No início da corrida ao segundo turno, a campanha bolsonarista explorou o vídeo de um tiktoker satanista apoiador de Lula para associar a figura do petista ao diabo. Depois disso, a militância da esquerda ressuscitou um vídeo de Bolsonaro em uma loja maçônica, mobilizando grupos de apoio ao presidente. Alguns eleitores evangélicos demonstraram frustração em grupos de conversa na internet.

 

À imprensa neste sábado, Lula também comentou a reunião com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que lhe declarou apoio, dizendo que "foi extraordinária", e que o tucano, de 91 anos, só não desceu para dar entrevista a seu lado porque o filho recomendou que ficasse em casa.

 

Lula também disse que FHC gravou um vídeo de apoio e que deve ser divulgado pela campanha.

 

"Vou me encontrar com muita gente que outrora não votava em mim", afirmou. Lula deve se reunir com todos os ex-presidentes do PSDB que passaram pela Presidência e também verá economistas, empresários e figuras públicas que agora declararam apoio a ele. O encontro pode acontecer na segunda-feira (10).

 

"Muitos que não votaram em mim agora estão querendo votar porque as pessoas veem na nossa candidatura a possibilidade de retomar a democracia no país", disse o petista.


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