Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Debate no SBT: Bolsonaro pede seis direitos de resposta; três são aceitos


O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez seis pedidos de respostas durante o debate do SBT, transmitido em Minas pela TV Alterosa, na noite deste sábado (23/9). Três sobre acusações de corrupção foram aceitos.



Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT) e Soraya Thronicke (União Brasil) também realizaram solicitações, enquanto Luiz Felipe d'Ávila e Padre Kelmon não utilizaram o recurso.

No primeiro bloco, Bolsonaro pediu três direitos de respostas, mas apenas um foi aceito. Na oportunidade, ele acusou Soraya Thronicke e Simone Tebet, senadoras em Mato Grosso do Sul, de votarem contra o veto do orçamento secreto.

O presidente também comentou os escândalos de acusações de corrupção referente às compras de viagras e próteses penianas com dinheiro público.

As senadoras pediram direito de resposta, e o SBT concede somente a Thronicke. A candidata rebateu Bolsonaro sobre o suposto uso de R$ 114 milhões do orçamento secreto.

"Eu desafio o senhor a mostrar e a abrir todas as indicações de emenda de relator dos demais parlamentares do nosso Congresso. As minhas estão na sua mão, na mão de todos os brasileiros, de toda a imprensa, há muito tempo".




 

Após esse momento, Jair Bolsonaro tentou responder, mas o SBT recusou o pedido.

No terceiro bloco, Soraya e Simone tiveram outro pedido de resposta negado, enquanto Bolsonaro voltou a se defender das acusações de corrupção. Ele aproveitou a chance para relembrar um caso envolvendo Ciro Gomes.

"Me acusam de ser corrupto, mas não dizem de onde foi tirado esse dinheiro para corrupção. Mentiras. Gente aqui posando como vestais da moralidade. O Ciro me acusa de corrupto. Ciro, a Polícia Federal já bateu na tua porta e na do teu irmão, por questões de desvios lá do estádio do Castelão.



Bolsonaro voltou a ressaltar que no seu mandato não houve corrupção. "Por favor, olhem para o espelho primeiro e depois venham me acusar. Três anos e meio sem corrupção. Me apontem, me apontem onde é que eu pratiquei corrupção no Brasil".
 

Ciro pediu um pedido de resposta e foi aceito. 

"Me defendo e me explico. Eu, de fato, fui vítima de uma busca e apreensão, que é uma ação meramente cautelar, não é acusação, não estou denunciado, nunca respondi em 42 anos de vida pública por qualquer denúncia de corrupção. E essa busca e apreensão foi julgada por unanimidade ilegal. A minha desconfiança é, é um delegado petista, canalha, que sei que é, ou foi o governo Bolsonaro interferindo na Polícia Federal, como fez para proteger os filhos? Agora digo o que eu estou dizendo. Bolsonaro, olhar aqui pra você, você vendeu a carteira de crédito de três bilhões e 300 milhões de reais do Banco do Brasil por 300 e poucos milhões para o BTG, aí tem. Você vendeu a Landulfo Alves por metade do preço, para um fundo obscuro dos Emirados Árabes. Se vendeu pela metade do preço, alguém ganhou e o povo brasileiro perdeu. Bolsonaro, você vendeu os gasodutos e oleodutos da Petrobras e entregou um contrato de aluguel, e essa é a roubalheira mais escandalosa que eu já vi. Não vou falar da biografia, filhos envolvidos em compra com dinheiro em espécie", disse Ciro, até o seu tempo de resposta esgotar.





Bolsonaro teve outro pedido aceito e respondeu a Ciro:

"O meu governo foi o que mais colocou machões na cadeia. Defendendo as mulheres que sofrem violência pelo Brasil. O meu governo que mais atendeu aos pobres com o Auxílio Brasil. E lamentavelmente, o Partido Novo votou contra o Auxílio Brasil na Câmara. Dizer a todos que a nossa economia vai muito bem. E a nossa preocupação com os pobres se reflete no número de empregos que tem se criado no Brasil ao longo dos últimos meses. O Brasil vai muito bem. É um exemplo para o mundo. Paulo Guedes não criticou ninguém, apenas falou a verdade sobre ingerência do governo francês e da forma como o outro governo se dirigia ao nosso país. Isso é defender a nossa soberania. Isso é defender os interesses do nosso país. O Brasil é um país fantástico, e melhorou e muito no meu governo. Eu me orgulho de ser brasileiro e de ser presidente desse grande país".

Após o embate, não houve mais pedidos de respostas.

Debate no SBT


O debate foi promovido pelo SBT em um pool de veículos de mídia formado pela CNN Brasil, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal de notícias Terra e a Rádio Nova Brasil FM. O programa teve mediação de Carlos Nascimento.

Foram quatro blocos com duração total de cerca de duas horas. Em dois, os candidatos escolheram para qual adversário perguntar, com direito a réplica e tréplica. Nos outros dois, eles responderam perguntas dos jornalistas dos veículos que compuseram o pool.