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Estado de Minas REPERCUSSÃO

Em apoio ao STF, 10 partidos assinam cartas com críticas a Bolsonaro

Documentos citam 'fantasma do autoritarismo' e solidarizam com o ministro Alexandre de Moraes, alvo de pedido de impeachment do presidente


22/08/2021 21:43 - atualizado 22/08/2021 21:58

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Jair Bolsonaro (sem partido) sofre pressões políticas após encaminhar pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, ministro do STF(foto: Marcos Corrêa/PR)
Jair Bolsonaro (sem partido) sofre pressões políticas após encaminhar pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, ministro do STF (foto: Marcos Corrêa/PR)
Duas cartas assinadas por 10 partidos políticos brasileiros foram publicadas neste domingo (22/8) com críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e em apoio ao Supremo Tribunal Federal (STF).

 

A primeira carta reúne as assinaturas das siglas PDT, PSB, Cidadania, PCdoB, PV, Rede e PT. Os partidos citam o 'compromisso com a garantia da ordem democrática, a defesa das instituições republicanas e o respeito às leis e à Constituição Federal de 1988'.

Também cita os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. O primeiro é alvo de pedido de impeachment do presidente, após expedir mandado de prisão contra o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), aliado do bolsonarismo, por ameaças à democracia.

 

O documento desses seis partidos lembra, ainda, das falhas do governo federal na gestão da pandemia da COVID-19, do crescimento da inflação e da fome e da ameaça de apagão no Brasil.

 

O segundo documento carrega as assinaturas de DEM, PSDB e MDB. “É lamentável que em momento de tão grave crise socioeconômica, o Brasil ainda tenha que lidar com a instabilidade política e com o fantasma do autoritarismo”, informa o documento.

 

As três siglas também manifestam apoio ao ministro Alexandre de Moraes.

 

“Acreditamos que apenas o diálogo será capaz de guiar esse percurso em busca de soluções para as crises econômica, de saúde, e social que assolam o país. E para isso, é imprescindível que as instituições tenham capacidade de exercer suas funções com total liberdade e isenção”.

 

Confira a íntegra dos textos abaixo:

 

PDT, PSB, Cidadania, PCdoB, PV, Rede e PT

 

"Os partidos abaixo assinados reafirmam seu compromisso com a garantia da ordem democrática, a defesa das instituições republicanas e o respeito às leis e à Constituição Federal de 1988, que tem o Supremo Tribunal Federal (STF) como guardião.

 

E se solidarizam com os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, alvos de uma campanha difamatória que chegou às raias da violência institucional com um inepto e infundado pedido de impeachment contra Moraes por parte do presidente da República, Jair Bolsonaro.

 

São os ministros que lá estão os responsáveis por garantir os direitos e as liberdades fundamentais sem os quais nenhuma democracia representativa é possível. E eles devem ser protegidos em sua integridade física e moral.

 

Não é com ações como essas que Bolsonaro se fará respeitar. No Estado de Direito, cabe recurso de decisões judiciais das quais se discorda, como bem destacou o próprio STF em nota cujos termos subscrevemos. Esgotadas as possibilidades recursais, as únicas atitudes possíveis são acatar e respeitar. Qualquer tentativa de escalada autoritária encontrará pronta resposta desses partidos.

 

Não por outra razão, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já deixou claro que não antevê “fundamentos técnicos, jurídicos e políticos” para impeachment de ministros do STF e alertou que não se renderá “a nenhum tipo de investida para desunir o Brasil”. Como registra Pacheco, os atores políticos devem concorrer para a pacificação nacional.

 

A República se sustenta em três Poderes independentes e harmônicos entre si. É preciso respeitar cada um deles em sua independência, sem intromissão, arroubos autoritários ou antidemocráticos. Há remédios constitucionais para todos os males da democracia.

 

O Brasil vive um momento de grave crise econômica e sanitária. Em meio à tragédia da Covid, que já conta o maior número de mortos da história recente, a população enfrenta o desemprego, a inflação galopante e a fome, sob risco de um apagão energético e crescente desconfiança dos agentes econômicos.

 

São esses os verdadeiros problemas que devem estar no foco de todos os homens públicos. E a eles só será possível responder dentro das regras democráticas, com diálogo institucional e convergência de propósitos. É o que a sociedade espera de nós.

 

Assinam esta nota,

 

Carlos Lupi – PDT

Carlos Siqueira – PSB

Roberto Freire – Cidadania

Luciana Santos – PCdoB

Luiz Penna – PV

Heloísa Helena e Wesley Diógenes – REDE Sustentabilidade

Gleisi Hoffmann – PT"

 

DEM, PSDB e MDB

 

"A democracia é o único caminho a ser seguido

 

Mais uma vez, reafirmamos o nosso compromisso com a democracia, a independência e a harmonia entre os Poderes, e o nosso total respeito à Constituição Federal.

 

Diante dos últimos acontecimentos, manifestamos nossa solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, alvo de injustificado pedido de impeachment - claramente revestido de caráter político - por parte do presidente da República, Jair Bolsonaro.

 

É lamentável que em momento de tão grave crise socioeconômica, o Brasil ainda tenha que lidar com a instabilidade política e com o fantasma do autoritarismo. O momento exige sensibilidade, compromisso e entendimento entre as lideranças políticas, as instituições e os Poderes.

 

A pandemia causada pelo coronavírus trouxe reflexões preocupantes para o dia a dia do país, onde as incertezas geradas pela atuação do governo federal contribuem para o aumento dos índices de desemprego, com a alta da inflação, e com o crescimento da fome.

 

Acreditamos que apenas o diálogo será capaz de guiar esse percurso em busca de soluções para as crises econômica, de saúde, e social que assolam o país. E para isso, é imprescindível que as instituições tenham capacidade de exercer suas funções com total liberdade e isenção.

 

Essa é a garantia que o país precisa para seguir fortalecendo sua democracia e os anseios da nação.

 

ACM Neto (DEM), Baleia Rossi (MDB) e Bruno Araújo (PSDB)"


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