O presidente Jair Bolsonaro voltou a colocar em dúvida as eleições de 2014, afirmando que Aécio Neves ganhou a disputa com Dilma Rousseff. O mandatário repetiu ainda que, caso o voto impresso não seja aprovado para o próximo ano, o país poderá "enfrentar problemas", e que algum lado pode não aceitar o resultado das urnas, referindo-se a uma possível derrota do governo.
"Eles vão arranjar problemas para o ano que vem. Se esse método continuar aí, sem inclusive a contagem pública, eles vão ter problemas, porque algum lado pode não aceitar o resultado. Esse algum lado, obviamente que é o nosso lado, pode não aceitar esse resultado. Nós queremos transparência", alegou.
Bolsonaro disse ainda que alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) são ameaças à democracia. Ele criticou ainda o ministro Luiz Barroso por articular contra a aprovação do voto auditável. Ele o acusou de trabalhar para fraude nas eleições, com a volta do ex-presidente Lula.
"A democracia, sim, se vê ameaçada por parte de alguns de toga que perderam a noção de onde vão os seus deveres e os seus direitos. Quando você vê o ministro Barroso e o parlamento negociarem o acordo com algumas lideranças para que o voto impresso não fosse votado na Comissão Especial... O que ele quer com isso, no meu entender? E vai ser comprovado nos próximos dias, vai ser comprovado da minha parte. Fraude nas eleições, tá?", continuou.
O chefe do Executivo voltou a dizer que apresentará provas de que as eleições foram fraudadas, embora apresente a mesma narrativa desde 2019, sem nunca ter mostrado prova nenhuma. O presidente também desafiou Barroso a mostrar que, de fato, a urna eletrônica é segura.
"Daí, falam que eu não tenho como apresentar prova de fraude. Eu vou apresentar, mas eu desafio o Barroso antes. Me apresente uma prova de que não há fraude, que o voto eletrônico é seguro. Eu pergunto: o Brasil é um país que desponta no tocante a informatização? Não. Por que o Japão, por exemplo, não adota, o voto eletrônico igual a nós? Porque a Coreia não faz o mesmo, ou os EUA? Um dos raros países que adota esse sistema é o nosso. E as coisas tem que ser aperfeiçoadas."
O mandatário relatou que o Barroso possui interesse pessoal nas eleições de 2022. "Por que que o Barroso não quer mais transparência nas eleições? Porque tem interesse pessoal nisso. Ele tá se envolvendo numa causa como essa, interferindo no Legislativo. Isso é concreto, porque, depois da ida dele ao parlamento brasileiro, várias lideranças partidárias trocaram os integrantes da comissão que analisa o voto auditável, por parlamentares que vão votar contra o voto auditável."
Por fim, Bolonaro afirmou que comprovará que Aécio Neves ganhou as eleições de 2014 no lugar de Dilma Rousseff.