Os senadores desmarcaram, no entanto, a fim de ouvir mais pessoas e obter mais informações para respaldar o depoimento do deputado federal. Barros quer ser ouvido o mais breve possível para tentar estancar o desgaste. O líder está no centro de uma série de suspeitas dos senadores depois do depoimento do deputado Luis Claudio Miranda (DEM-DF) e do irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda. Segundo os irmãos Miranda, no encontro, o presidente teria dito que a situação parecia "rolo" de Ricardo Barros.
O deputado Luis Miranda disse que levou ao presidente Jair Bolsonaro suspeitas do rmão servidor em relação à negociação de importação da vacina indiana Covaxin, do laboratório Bharat Biotech, representada no Brasil pela empresa Precisa Medicamentos. O governo assinou contrato com a Precisa em 25 de fevereiro para compra de 20 milhões de doses ao valor de R$1,6 bilhão.
A Precisa Medicamentos é do mesmo grupo da empresa Global Saúde, que há pouco mais de três anos, não honrou um contrato fechado com o governo, causando prejuízo de R$ 20 milhões aos cofres públicos, como já apontado pelo Ministério Público Federal (MPF). Na época em que houve esse problema com a Global, Barros era ministro da Saúde.
Um contrato de R$ 5 bilhões chegou a ser assinado para a aquisição de 60 milhões de doses, a US$ 17 cada, mas foi rompido pelo laboratório com a Belcher Farmacêutica, com sede em Maringá (PR), que era a representante do laboratório no Brasil. Barros já foi prefeito de Maringá. Um dos sócios da Belcher é filho de Francisco Feio Ribeiro Filho, que atuou na gestão de Barros na prefeitura da cidade.
A Belcher foi alvo da Operação Falso Negativo, no Distrito Federal, do Ministério Público e da Polícia Civil do DF, deflagrada em março deste ano. A operação apurava suspeitas de fraude na compra de testes rápidos para covid-19.