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Estado de Minas POLÍTICA

Empreendorismo enfrenta desafios na eleição de SP


07/11/2020 12:15

A pandemia colocou uma lente de aumento sobre as micro e pequenas empresas. Na cidade de São Paulo, são 882.588 mil microempreendedores individuais (MEIs), de acordo com o Portal do Empreendedor, e a capital é a primeira cidade do País em número de startups - 2.712, segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups).

Com esse cenário, o empreendedorismo ganhou força na eleição municipal em São Paulo. Oito dos 13 candidatos à Prefeitura citam, entre suas propostas, medidas para fomentar e amparar os empreendedores na cidade: Andrea Matarazzo (PSD), Bruno Covas (PSDB), Celso Russomanno (Republicanos), Guilherme Boulos (PSOL), Jilmar Tatto (PT), Joice Hasselmann (PSL), Marcio França (PSB) e Marina Helou (Rede).

Levy Fidelix (PRTB), Vera Lucia (PSTU) e Antonio Carlos (PCO) não citam nenhuma proposta para empreendedores. Orlando Silva (PCdoB) passa brevemente pelo tema, relacionando-o com a descentralização de recursos, que se tornam "menos suscetíveis à corrupção e podem ser aplicados em benefício da economia local, das micro e pequenas empresas e das cooperativas". Arthur do Val (Patriota) expressa em seu plano que o empreendedorismo "é área central de absolutamente todas secretarias".

Há cinco pontos fortemente citados: capacitação e formalização, microcrédito, economia criativa, empreendedorismo nas periferias e desenvolvimento de tecnologia para transformar a capital em uma "cidade inteligente". No campo de capacitação e formalização, o professor e pesquisador do Insper Rodrigo Soares é categórico ao dizer que as medidas não geram muito resultado na consolidação do empreendedor, que, neste caso, empreende por necessidade. "Há evidências de que é muito difícil formalizar esse tipo de empreendedor de forma efetiva e, com isso, dar acesso a crédito, aumentar investimento e, assim, aumentar a produtividade do negócio", afirmou.

Tecnologia

Conhecida como principal polo de tecnologia no País, São Paulo ainda caminha quando o tema é cidade inteligente, segundo Luciano Araújo, coordenador do Grupo de Pesquisa Smart Cities BR da USP. "Cidade inteligente se utiliza de tecnologia para a promoção da qualidade de vida e da economia sustentável", disse. "O poder municipal é central neste tema, pois é o responsável por legislações, fiscalizações e promoção das políticas públicas."

Segundo ele, levar internet gratuita para a periferia deve ser um objetivo da próxima administração. "Todo mundo com acesso à internet passa a se beneficiar de um pacote de recursos e se desenvolver economicamente", afirmou.

Araújo ressalta o maior desafio para os próximos quatro anos. "As pessoas estão se perguntando: por que eu vou pagar aluguel caro, ficar exposto à violência e ficar preso no trânsito, se eu posso trabalhar remoto e ter qualidade de vida melhor? As cidades grandes estão sob ameaça de perder esse capital humano, pessoas com habilidades e formação para gerar muita renda para o município."

Aliada ao tema de cidade inteligente está a economia criativa. Ana Carla Fonseca, economista e criadora de consultoria especializada no tema, a Garimpo de Soluções, diz que a economia criativa não deve ficar atrelada apenas a uma pasta.

"Ela não é só da cultura, da ciência e tecnologia, do turismo, nem educação. Ela tem que permear todas essas pastas, se de fato quisermos fazer um programa de desenvolvimento", disse. "Acho mais interessante que esteja dentro de Desenvolvimento Econômico do que dentro de uma pasta que tenha menos peso político, justamente para poder ter agenda com todas as outras. É fundamental que exista essa articulação."

Por fim, o empreendedorismo se mostra como aposta para gerar renda nas periferias. Celso Athayde, fundador da Central Única das Favelas (Cufa) e CEO da FHolding, disse que o ponto principal para fortalecer os pequenos negócios é o acesso ao crédito. "O que os gestores precisam entender é que não basta somente apoiar, o setor não aceita ser coadjuvante da sua própria história", afirmou. "Precisam falar o ‘favelês’ para poderem produzir uma relação horizontal, de colaboração e de aprendizado mútuo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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