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Estado de Minas

Cautela com a cloroquina

Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, nega imposição de Jair Bolsonaro para uso do medicamento por causa dos efeitos colaterais


postado em 09/04/2020 00:00



Alcolumbre, que teve COVID-19, foi citado como exemplo por Mandetta(foto: JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO)
Alcolumbre, que teve COVID-19, foi citado como exemplo por Mandetta (foto: JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO)





O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, negou ontem que o presidente Jair Bolsonaro tenha feito imposições para que a pasta chancele a utilização da cloroquina em pacientes infectados pelo coronavírus (COVID-19). Mandetta disse que eles estão alinhados sobre a cautela para o uso do medicamento por ter várias situações que podem colocar os pacientes em risco. O uso da cloroquina tem sido uma das principais divergências entre eles. Enquanto o ministro sempre pregou cautela, usando a ciência como base, o presidente insiste no uso do medicamento.

Mandetta ressaltou que dada a grande circulação de vírus entre a população, como a H1N1 e Influenza A e B, é complicado aplicar a cloroquina, uma vez que sintomas gripais são semelhantes entre os casos. A grande preocupação do ministro é com os efeitos colaterais que o medicamento pode trazer aos pacientes, como fortes dores de cabeça e cegueira.

“Lembram do primeiro paciente (infectado pela COVID-19)? Recebeu alta e está andando. O senador Davi Alcolumbre confirmou, ficou na casa dele uma semana, teve febre, dor de cabeça, ficou abatido. Precisou ir para o hospital? Não. Tomou Tylenol, Novalgina. Sarou? Sarou. Está bem, presidindo o Senado. A grande maioria, 85%, vai ficar muito bem. Então será que seria inteligente dar um remédio a 85% das pessoas que não precisam desse remédio que tem efeitos colaterais?”, indagou.

O ministro também expôs outras situações, como o caso de pessoas do grupo de risco para o coronavírus, acima dos 60 anos, supondo que a cloroquina poderia causar arritmia cardíaca, causando um infarto. Mandetta disse que o Conselho Federal de Medicina está fazendo estudos sobre o medicamento.

FARPAS 

A cloroquina gerou troca de farpas entre Bolsonaro e o chefe do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo e infectologista da equipe do governador João Doria, David Uip, que se curou da COVID-19, sem revelar se usou o produto. Entusiasta d cloroquina, o presidente criticou Uip por não confirmar se usou o remédio. Ontem, entretanto, Uip respondeu: “Presidente, respeitei o seu direito de não revelar diagnóstico, respeite o direito de não revelar meu tratamento. A minha privacidade foi invadida. A privacidade da minha clínica foi invadida. Tomarei as providências legais adequadas para a invasão da minha privacidade e dos meus pacientes"


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