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Estado de Minas POLÍTICA

Governadores do Sul e Sudeste pedem socorro econômico ao governo federal

Em reunião virtual nesta quinta, políticos redigiram carta que será enviada à presidência da República


postado em 02/04/2020 18:59 / atualizado em 02/04/2020 19:19

Romeu Zema (Novo) alertou para o estado crítico da economia de Minas Gerais(foto: Gil Leonardi / Imprensa MG)
Romeu Zema (Novo) alertou para o estado crítico da economia de Minas Gerais (foto: Gil Leonardi / Imprensa MG)

Os governadores dos estados integrantes do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) se aliaram para cobrar do governo federal ações urgentes para evitar um iminente colapso econômico, decorrente da pandemia da Covid-19.

Nesta quinta, os chefes dos Executivos integrantes do consórcio se ‘reuniram’ por videoconferência para a aprovação de uma carta que será enviada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Na carta redigida pelos governadores constam oito propostas (veja abaixo a íntegra do documento), entre elas a suspensão dos pagamentos de dívida com a União por 12 meses, recomposição imediata de perdas com ICMS e royalties, prorrogação do prazo de quitação de precatórios e a assunção pela União de dívidas dos estados com organismos internacionais.

Durante o encontro virtual, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo) destacou que a economia mineira já estava fragilizada e que a queda de arrecadação provocada pela crise do coronavírus deve agravar ainda mais o cenário.

“A nossa situação em Minas é dramática. Já sentimos uma queda expressiva de arrecadação nos últimos dez dias. Somente com o fechamento parcial da Refinaria Gabriel Passos, da Petrobras, em Betim, teremos uma frustração de receita de R$ 3,5 bilhões ao ano. E este é apenas um contribuinte, imagine se somarmos todos os outros que estão paralisando. Nossos levantamentos já indicam uma queda de 30% de documentos fiscais emitidos diariamente”, argumentou Zema.

Além de Zema, participaram da videoconferência e assinaram a carta os governadores João Doria (SP), Wilson Witzel (RJ), Renato Casagrande (ES), Ratinho Júnior (PR), Carlos Moisés (SC) e Eduardo Leite (RS).

Governadores do Sul e Sudeste participaram de videoconferência para debater crise econômica causada pelo coronavírus(foto: Ari Dias/Agência Estadual de Notícias do Paraná)
Governadores do Sul e Sudeste participaram de videoconferência para debater crise econômica causada pelo coronavírus (foto: Ari Dias/Agência Estadual de Notícias do Paraná)

Veja a íntegra da carta dos governadores à presidência

“Os impactos econômicos e sociais da crise sanitária demandam ações efetivas e urgentes para prover rendimentos para todos os afetados, sejam indivíduos ou empresas. Nesse contexto, os Estados e Municípios não possuem meios de compensar quedas disruptivas em suas arrecadações, dado o desenho federativo que concentra no Governo Federal as políticas monetária, creditícia e de dívida pública, e estão, assim, entre aqueles que precisam de aportes de recursos emergenciais pela União.

As medidas anunciadas pelo Governo Federal corretamente identificam os indivíduos desassistidos, as empresas de menor porte e os governos subnacionais como aqueles que sofrem os impactos mais imediatos. Deve ser reforçada a efetiva operacionalização do que foi anunciado, tendo em vista o avanço das semanas.

Em relação aos Estados e Municípios, os anúncios realizados em 23 de março apresentam duas características que precisam ser aprimoradas. Em primeiro lugar, quase metade dos recursos refere-se a operações de crédito e securitização, cujo prazo de tramitação não permitirá recebimento de recursos a curto prazo; adicionalmente, a anunciada recomposição apenas das receitas do FPE e FPM, embora meritória, mostra-se de alcance restrito na medida em que possuem alta concentração regional na sua distribuição (78% do FPE, por exemplo, dirige-se para as regiões Norte e Nordeste do Brasil).

Os dados de atividade econômica são dramáticos e a queda de arrecadação do ICMS neste mês de abril já impactará gravemente os governos.

Medidas adicionais emergenciais precisam ser viabilizadas, das quais destacamos:

a) Recomposição imediata – que não seja por operações de crédito, pela sua tempestividade – de perdas de outras receitas além do FPE ou FPM, notadamente ICMS, royalties e participações especiais da atividade de óleo e gás, queda da safra entre outros fatores;

b) Inclusão do financiamento às empresas para os pagamentos de impostos entre as alternativas a serem oferecidas pela rede bancária, a exemplo dos pagamentos de funcionários;

c) Aprovação de emenda constitucional com prorrogação do prazo final de quitação de precatórios e suspensão do pagamento pecuniário dos mesmos por 12 meses, mantidos os pagamentos das requisições de pequeno valor;

d) Suspensão dos pagamentos de dívida com a União por 12 meses, com retorno progressivo;

e) Assunção pela União dos pagamentos junto a organismos internacionais, enquanto durar a calamidade financeira nacional, sendo tais montantes incorporados ao saldo da dívida dos Estados com a União;

f) Suspensão dos pagamentos mensais do Pasep ou sua quitação por meio do gasto local em ações de saúde e assistência social;

g) Aprovação pelo Congresso Nacional do PLP 149 (Plano Mansueto), na forma do substitutivo apresentado pelo deputado Pedro Paulo (RJ);

h) Aprovação de emenda constitucional consagrando o cômputo das despesas de inativos nas aplicações em educação e saúde, medida alinhada com a questão previdenciária nacional.

Tendo em vista que parte dos itens acima relacionados envolve mudanças legislativas, os governadores apresentam, anexada a esta carta, minuta de Proposta de Emenda Constitucional a ser considerada pelo Congresso Nacional”.


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