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Estado de Minas EXECUTIVO

Zema compara governos anteriores a líderes de gangue

Em seminário com a presença do ministro Sérgio Moro, governador disse que país viveu entre 2002 e 2018 uma crise de liderança, mas que hoje é governado por ''pessoas que querem o bem''


postado em 19/02/2020 04:00 / atualizado em 19/02/2020 08:05

Moro, com Zema no seminário: governo federal e estados vão atuar com rigor na segurança pública (foto: Gil Leonardi/Imprensa MG)
Moro, com Zema no seminário: governo federal e estados vão atuar com rigor na segurança pública (foto: Gil Leonardi/Imprensa MG)

O governador Romeu Zema (Novo) afirmou ontem que o Brasil teve à frente em anos anteriores "um líder de gangue". A afirmação foi feita em discurso durante a abertura do seminário Integração de Gestão em Segurança Pública (Igesp), na Cidade Administrativa. O evento contou com a participação do ministro da Justiça, Sérgio Moro. "Outro fator muito importante é nós termos lideranças que inspirem. Isso é o que faltou muito no Brasil dos últimos tempos. Quem tem como chefe alguém que se assemelha mais a um líder de gangue do que a alguém que quer fazer o bem, é muito pouco provável que tenha em quem se inspirar", afirmou.

Romeu Zema afirmou que entre 2002 e 2018 – período que compreende o último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, os governos Lula, Dilma e Michel Temer –, o país viveu uma "crise de liderança", mas que, atualmente, é governado por "pessoas que querem o bem". Em seu discurso, o governador disse que a segurança pública se fortalece quando tem "autonomia e independência, coisa a que nem sempre assistimos em Minas Gerais". Para exemplificar, ele falou sobre a ingerência na Polícia Civil, "submetida a interferências externas". Zema afirmou que delegados eram removidos a pedido de prefeitos e por deputados insatisfeitos.

O governador entregou placa em homenagem ao ministro, que apresentou balanço de sua gestão em 2019. Ele discursou para plateia formada por policiais militares, civis, bombeiros e servidores da área de segurança pública. Moro disse ainda que o governo federal e o governo de Minas "estão no caminho certo". Ele pontuou que, em 2018 e 2019, foi verificada queda nos índices de criminalidade, mas ainda há muito o que fazer.

''Outro fator muito importante é nós termos lideranças que inspirem. Isso é o que faltou muito no Brasil dos últimos tempos. Quem tem como chefe alguém que se assemelha mais a um líder de gangue do que a alguém que quer fazer o bem, é muito pouco provável que tenha em quem se inspirar''

Romeu Zema, governador


Ele elencou como ação que obteve êxito a transferência de lideranças do PCC de São Paulo para presídios federais. Disse que essa transferência deveria ter sido feita em 2006. Lembrou a atuação frente à crise de segurança pública, em janeiro de 2019, no Ceará. "Há uma percepção de que as regras do jogo mudaram", disse. Houve o envio da Força Nacional para aquele estado e, em 30 dias, a situação foi controlada.

Moro afirmou que o governo federal e os estados vão atuar com rigor na segurança pública. Disse que dentro da política de integração no ministério foi formada uma força para atuar no sistema penitenciário. A Força de Intervenção Penitenciária, formada por agentes penitenciários federais e estaduais, atuou no Ceará. O ministro creditou a essa força a queda abrupta dos indicadores de criminalidade naquele estado. Também houve atuação dessa força no Pará, levando à queda, segundo o ministro, de quase 50% nos indicadores de criminalidade.

Moro defendeu a criação de escritórios centrais, "Fusion centers", que reúnam todas as forças de segurança. Para falar da importância do compartilhamento de dados, ele lembrou que no caso das Torres Gêmeas nos EUA, apesar da tecnologia e do alto nível de informação dos americanos, o atentado ocorreu por falta de compartilhamento de dados.

No Brasil, destacou o ministro, foi criado o primeiro Fusion Center na região da Tríplice Fronteira, em Foz do Iguaçu. Ele defendeu o compartilhamento de banco de dados entre as polícias. "Estamos apostando nesse modelo de Fusion center, que atua como força-tarefa e compartilhamento de dados".
 





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