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Estado de Minas POLÍTICA

Ataque ao Porta dos Fundos: saiba quem é o dançarino, namorado de russa e foragido

Eduardo Fauzi Richard Cerquise é apontado pela Polícia Civil como um dos autores dos coquetéis molotov jogados contra a produtora do Porta dos Fundos


postado em 08/01/2020 07:20 / atualizado em 08/01/2020 08:00

(foto: Reprodução/redes sociais)
(foto: Reprodução/redes sociais)

Dançarino
de zouk, alvo de processos por agressão e questões trabalhistas no Rio, pai de uma criança russa e foragido da Justiça. Eduardo Fauzi Richard Cerquise, de 41 anos, identificado pela Polícia Civil como um dos autores do ataque com coquetéis molotov contra a produtora do Porta dos Fundos na véspera do Natal, é conhecido por seus passos de dança.

Nas ruas, porém, já marchou com a esquerda nos protestos de julho de 2013 e integrou a seção fluminense de uma organização de extrema-direita que emula o fascismo brasileiro dos anos 1930.

Extremos parecem marcar a vida do economista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que agrediu pelas costas um secretário municipal diante de câmeras de TV há seis anos. Agora, militância, processos e controvérsias estão longe: um dia antes de ter a prisão decretada pela Justiça, em 2019, Fauzi foi para a Rússia, onde se encontra até hoje. Ainda não há confirmação se a Justiça brasileira vai pedir sua extradição.

"Prisão é um evento intenso em qualquer escala", afirmou o economista, em entrevista ao site Projeto Colabora. Ele já foi detido mais de uma vez. Na mais conhecida, foi dominado após golpear na cabeça o então secretário municipal da Ordem Pública do Rio, Alex Costa, no Centro do Rio, durante operação contra estacionamentos ilegais - ele se identificava como presidente da Associação dos Guardadores de Carros São Miguel.

Em vídeo, Fauzi defendeu a atitude como reação a uma iniciativa que considerava injusta. "Foi a tapa (sic) mais bem dada que já pude dar na minha vida. Tenho certeza de que minha mão teve o peso de um milhão de pessoas que foram removidas irregularmente, tiveram suas mercadorias apreendidas e não puderam se defender pelos meios adequados. Tenho certeza que muita gente se sentiu autor daquele tapa."

Grandalhão
e corpulento, Fauzi foi imobilizado e algemado por guardas municipais, que o derrubaram no chão. A agressão a Costa lhe rendeu um processo por lesão corporal, mas o caso prescreveu. Apesar disso, ele acabou condenado posteriormente a quatro anos de prisão por coação durante o processo. Ele recorre em liberdade. Atualmente, tem outras anotações criminais, algumas por violência, em casos que não chegaram a ir a julgamento. Fauzi tem ainda processos na Justiça trabalhista, por supostas irregularidades quando era dono de um posto de gasolina na zona norte do Rio.

Manifestação


Fauzi foi um dos centenas de detidos nas manifestações de junho de 2013. Hoje associado à direita, o economista foi defendido, na ocasião, por símbolos das manifestações ligadas à esquerda, como Elisa Quadros, também conhecida como Sininho. Em vídeo que circulou na ocasião, Sininho e um ativista conhecido como Game Over pedem a liberdade de Fauzi e outros. Game Over e outro jovem chegaram a fazer greve de fome pela soltura dos manifestantes detidos. Elisa não respondeu aos contatos feitos pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A polícia chegou a Fauzi por meio de imagens de câmeras de segurança do bairro do Humaitá, na zona sul do Rio. Em 30 de dezembro, policiais obtiveram mandados de busca e apreensão para endereços relacionados a Fauzi e também sua prisão temporária. Era tarde: o economista embarcara para a Rússia na véspera.

Agora foragido da Justiça, Fauzi tem namorada e um filho na Rússia. Ele é famoso em grupos de zouk, dança de salão da qual é entusiasta. Em entrevista à Bandnews, ele afirmou que a viagem já estava programada, uma vez que ele queria passar o Natal ortodoxo com o menino e a mulher - a celebração ocorreu nesta terça-feira, 7. Disse ter passagem de volta comprada para o dia 30. Mas avisou: se sentir que sua segurança está em perigo, pode resolver não vir para o Brasil no momento.


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