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Estado de Minas GOVERNO

Bolsonaro culpa ''presidiário Lula'' por oscilação da Bolsa

Em postagem no Twitter, presidente cita o petista pela primeira vez nas redes sociais e diz que a ''soltura de corruptos presos'' após decisão do Supremo influenciou o mercado


postado em 11/11/2019 04:00 / atualizado em 10/11/2019 22:06

(foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL)
(foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL)

''Dever de casa sendo cumprido e temos que desfazer ainda muitos estragos! As oscilações ocorreram devido à soltura de corruptos presos como o presidiário Lula. Vamos adiante!''

Jair Bolsonaro, presidente da República


Brasília – Um dia depois de afirmar que não responderia aos ataques do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como no discurso em São Bernardo no sábado, para não dar holofotes a ele, o presidente Jair Bolsonaro não se conteve e citou o petista pela primeira vez nas redes sociais. Em publicação na sua conta oficial no Twitter, ele atribuiu as oscilações na Bolsa de Valores à soltura de Lula. Em meio a uma série de postagens, em que destaca as “ações positivas” dos seus 300 dias de governo, Bolsonaro afirmou que a Bolsa bateu mais um recorde e que "as oscilações ocorreram por causa da soltura de “corruptos”. "Bolsa de valores bateu mais um recorde. Confiança no Brasil em alta e crescendo! Dever de casa sendo cumprido e temos que desfazer ainda muitos estragos! As oscilações ocorreram devido à soltura de corruptos presos como o presidiário Lula. Vamos adiante!", escreveu o presidente.

Na última quinta-feira, o Ibovespa registrou nova máxima histórica no fechamento aos 109.580,57 pontos (+1,13%), impulsionado pelo cenário externo favorável. Já na sexta-feira, o índice devolveu os ganhos, pressionado por venda de posições por investidores e pela contaminação do mercado com a notícia de que o ex-presidente Lula estava liberado da prisão, segundo operadores.

A postagem de ontem foi a primeira em que Bolsonaro citou nominalmente em público o ex-presidente Lula após a sua soltura. No sábado, ele escreveu que não responderia a "criminosos que por ora estão soltos" e pediu aos "amantes da liberdade e do bem" que não dêem "munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas carregado de culpa", sem mencionar nenhum nome de adversário político.

REPERCUSSÃO 

Parlamentares da oposição e aliados ao governo usaram as redes sociais ontem para comentar a soltura de Lula e a prisão após a segunda instância. De manifestações calorosas a amenas, deputados federais, lideranças políticas e senadores expuseram suas opiniões sobre o tema em suas contas oficiais do Twitter.

Do lado da oposição, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) disse que "fica impressionado com o medo que tanta gente armada tem de um homem desarmado", sem citar nominalmente o ex-presidente nem mencionar adversários políticos.

A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou que Lula é o maior líder político da história do país. "Querer dizer que Lula é Bolsonaro no sentido oposto é muita desfaçatez! Lula é o maior líder político popular da história do Brasil, um democrata que tem posições firmes em defesa do povo e dos trabalhadores", escreveu.

Líder do PT no Senado, Humberto Costa, ressaltou que Lula foi "vítima de injustiça" e que voltou para defender o país. "Lula voltou e com ele a alegria do povo brasileiro. Vítima de uma injustiça, o ex-presidente Lula segue mais firme do que nunca na defesa de um país melhor para todos", escreveu Costa. "Lula é um guerreiro. Depois de 580 dias de uma prisão política, ele saiu com ainda mais energia para lutar pelo povo", acrescentou o senador. Também senador petista Jaques Wagner (BA) disse que Lula está livre para lutar ao lado do povo brasileiro. "Ao invés de ódio, rancor ou vingança, o presidente Lula reencontra a liberdade com ainda mais coragem de lutar ao lado do povo brasileiro. E disse não desejar nada além do compromisso de construir coletivamente esse país com a mesma alegria e conciliação que marcaram os anos do seu governo", afirmou o ex-governador baiano.

Na mesma linha, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) enfatizou que o ex-presidente agora está livre "lutando pelo povo brasileiro". "Os ricos no #Brasil jamais vão conseguir entender o que significa Lula para o povo brasileiro. Lula é a expressão do coletivo, da solidariedade, da justiça social e não do individualismo, do ódio e da ganância", afirmou. Já o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB-/MA), criticou as falas recentes do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. "Descumpre a Constituição e desafia o Supremo quem diz que Lula é um "criminoso". Afinal, a presunção de inocência só deixa de existir com o trânsito em julgado de uma sentença condenatória.

Autoridades devem dar exemplo e respeitar a Constituição, as leis e as decisões do Supremo", argumentou Dino. Sem mencionar Lula, o senador Roberto Requião (MDB-PR), também se dirigiu a Moro. "Se Sérgio Moro tivesse a mínima noção de direito saberia que não pode chamar ninguém de bandido antes do trânsito em julgado. Crime de calúnia", escreveu.

 “INIMIGO DO BRASIL”

Do outro lado, parlamentares ligados ao governo enfatizaram posição favorável à prisão após julgamento em segunda instância e contrária às ideias do ex-presidente. "Lula está solto, mas ainda é condenado. Ele voltará para a cadeia, a não ser que os atuais poderosos consigam novo acordo para livrar o petista em troca da salvação de um pescoço amado", disse a deputada federal Joice Hasselmann (PSL/SP). "Fato é: Lula é inimigo do Brasil! A polarização não será entre duas pessoas. Será entre ele e a nação", acrescentou.

Também deputado federal pelo PSL, o príncipe Luiz Philippe de Orléans e Bragança, atacou o movimento de Lula de se manifestar sobre as eleições. "O criminoso em liberdade age conforme o plano: recém-egresso do cárcere já distribui apoio a candidatos para eleições municipais 2020. A prioridade não é vitória ideológica, mas sim voltar ter acesso a orçamento público para financiar os passos seguintes", disse Orléans e Bragança.

O senador Major Olímpio (PSL-SP) comentou sobre uma foto de José Dirceu e Lula. "Já já estão voltando pra cadeia... Lá podem ficar juntinhos!", disse. Vinicius Poit (Novo-SP), deputado federal, observou que a soltura de Lula "não é o único problema". "Vejam lá, Zé Dirceu, Azeredo, agora Cabral já pleiteando sua soltura. É disso que estamos falando: impunidade dos corruptos. Isso não pode ser tolerado! Será que tem que ser assim? Poderosos recorrendo até chegar no STF e nunca sendo punidos?", questionou o parlamentar, acrescentando que irá defender a Proposta de Emenda Constitucional  410 que aborda a prisão após julgamento em segunda instância.

Sobre a prisão em segunda instância, o senador Alvaro Dias (Podemos-PR), afirmou que "milhares de manifestantes foram às ruas" contra a decisão do STF que derrubou a possibilidade de prisão de condenados em segunda instância. "Senadora Juíza Selma já entregou seu relatório favorável à PEC da segunda instância. Projeto está pronto para ser votado nos próximos dias", disse o senador.

A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) também demonstrou certo ceticismo quanto à PEC 410. "Entendem quando eu digo que o problema não é a lei? Nossas leis são boas! A questão é que a interpretação muda conforme a oportunidade. Eu não me iludo com PECs ou pacotes..." escreveu a deputada.





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