(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas REFORMA ADMINISTRATIVA

Governo quer fundir três ministérios

Dúvida no Palácio do Planalto é decidir quais titulares serão demitidos


postado em 09/09/2019 06:00 / atualizado em 09/09/2019 07:15

Ministro Onyx Lorenzoni acompanha estudos feitos pelo Ministério da Economia (foto: MARCOS CORREA/PR)
Ministro Onyx Lorenzoni acompanha estudos feitos pelo Ministério da Economia (foto: MARCOS CORREA/PR)
Brasília – O governo federal estuda reduzir o tamanho da Esplanada, transformando seis ministérios em três. A proposta, no entanto, evita retirar militares da administração. Um texto preliminar avança no Ministério da Economia, que prevê a união do Meio Ambiente com o Turismo, a Cidadania com os Direitos Humanos e a Infraestrutura com o Desenvolvimento Regional. Falta definir, porém, quais ministros serão demitidos ou transformados em secretários nacionais. A questão é acompanhada de perto pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

As análises têm sido feitas pela Secretaria de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, que também pretende cortar o número de secretarias e órgãos com status de ministério ligados à Presidência da República, como a Secretaria de Governo, a Secretaria-Geral da Presidência e o Gabinete de Segurança Institucional. O impacto financeiro do enxugamento ainda está sendo calculado pela pasta, que tenta se aproximar do "número ideal" de ministérios proposto por Paulo Guedes — 15 ministérios e não 22 como há atualmente.

Os militares que podem perder os cargos com a mudança estrutural da Esplanada são Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura; Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral; Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo; e Augusto Heleno, do GSI. "O prestígio dos ministros Tarcísio, Ramos e Heleno com o presidente (Jair Bolsonaro) é muito grande, eles não devem acabar afetados nesta transição. O texto, inclusive, ainda é discutido na Economia como uma ideia", explica um técnico da pasta, lembrando que "o ministro Paulo Guedes ainda não aprovou nenhum projeto".

Após a análise de Guedes, as proposições devem ser enviadas ao Congresso Nacional como medidas provisórias (MPs) até outubro. O Parlamento aprovou em maio uma MP de reforma administrativa, que não deve impedir novas mudanças. "O argumento seria a economia de dinheiro público, redução salarial e enxugamento no número de comissionados", analisa o professor de Ciência Política da Universidade Estadual de Goiás (UEG) Felippo Madeira. Para o especialista, "o corte de ministérios fortaleceria o discurso do presidente sobre enxugamento e corte na própria carne".

Ministro Paulo Guedes é contra demissão em massa de servidores (foto: PABLO VALADARES/CÂMARA DOS DEPUTADOS)
Ministro Paulo Guedes é contra demissão em massa de servidores (foto: PABLO VALADARES/CÂMARA DOS DEPUTADOS)


DÚVIDAS SOBRE DEMISSÕES


O projeto da Secretaria de Desburocratização prevê que o Ministério do Meio Ambiente, chefiado por Ricardo Salles, abarque o do Turismo. A Infraestrutura deve ficar com as atividades do Desenvolvimento Regional e a Cidadania com as dos Direitos Humanos. Não há nenhuma definição prévia, nem no campo das ideias, sobre os ministros que seriam cortados. O que existe é a probabilidade de alguns mandatários serem "rebaixados" para secretários nacionais nos ministérios que acumularem funções.

As mudanças estarão em um decreto que estabelece parâmetros de um plano de eficiência sobre funções e gastos. No âmbito da reforma administrativa, haverá, ainda, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que muda as regras de estabilidade dos servidores públicos. Na Câmara, o PSL apoia um projeto semelhante, que permite a demissão de servidores estáveis após análise de desempenho insatisfatória. O ministro Paulo Guedes declarou-se contrário à mudança, afirmando que não haveria necessidade de demissões em massa para desinchar a máquina pública porque 40% dos servidores públicos devem se aposentar nos próximos cinco anos.

Os ajustes na reforma administrativa desenhada pelo Ministério da Economia preveem que novos servidores percam a estabilidade e que o número de agentes em determinadas carreiras públicas seja reduzido. Trata-se de novo modelo de emprego para a administração que, como efeito colateral, traz descontentamento aos sindicalistas, hoje enfraquecidos pelo baixo desempenho de algumas categorias na reforma da Previdência. Embora integrantes das Forças Armadas foram poupados da PEC, enquanto policiais e professores, por exemplo, foram incluídos nas mudanças.





receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)