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Estado de Minas POLÍTICA

Alcolumbre diz que CPI da Lava Toga não está na pauta: 'Não é bom para Brasil'


postado em 13/04/2019 22:09

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), deixou claro neste sábado, 13, que não pretende instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Judiciário, a chamada CPI da `Lava Toga'. Em entrevista, em Macapá, ele disse que não há previsão de colocar em pauta a proposta de uma investigação que pode acirrar de vez os ânimos entre os poderes. "A maioria dos senadores entende que não é bom para o Brasil uma briga institucional", afirma.

Há duas semanas, ele rejeitou em plenário o pedido de instalar a CPI, mas recorreu de ofício encaminhando o caso para análise da Comissão de Constituição e Justiça. Alcolumbre minimiza a possibilidade de a proposta voltar a ser discutida no plenário. "Não temos previsão. Isso não está na pauta. Deixa ela ficar do jeito que ela está, na CCJ", afirma.

Na entrevista, o senador se coloca como um intermediador da crise entre o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e o Legislativo. "Não vou ser mais um para criar uma discórdia no Brasil", diz. Ele se classifica como um "pacificador". "Quem me conhece desde vereador, conhece um Davi pacificador. Chance zero de eu brigar com alguém, a não ser que a pessoa queira brigar comigo. E (mesmo assim), se ela quiser brigar comigo do mesmo jeito, eu estando certo ou ela estando certo, eu vou pedir desculpar para gente não brigar".

É com este argumento que "matou no peito" e enterrou a tentativa de criar uma CPI para investigar o Judiciário. Ele nega. "Não matei no peito. Eu segui a regra que consultores e advogados do Senado apresentaram para mim", diz.

Sobre a PEC da reforma da Previdência, Alcolumbre admite que a pauta não é simpática e nunca será. Ele lembra que alguns parlamentares questionam pontos da reforma, como a aposentadoria rural e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e defende que o governo não mexa no benefício, para proteger os mais humildes.

O Estado acompanhou as agendas de Alcolumbre em Macapá nos últimos dois dias. É a segunda vez que o presidente do Senado retorna ao Estado natal após assumir o posto de quarto na linha sucessória do País. "Antes (de ser eleito presidente do Senado), se eu tivesse ficado dez finais de semana em Brasília era muito. Agora, o cargo me obriga".

Em menos de 48 horas, ele teve três agendas públicas e duas conversas privadas com políticos locais. A mais importante, para ele, foi receber o presidente Bolsonaro na inauguração do novo aeroporto da cidade, que levou mais de 15 anos para ser construído e foi alvo de investigações da Polícia Federal. O novo espaço, com capacidade para mais de 5 milhões de passageiros por ano - dez vezes a mais do que o utilizado hoje -, leva o nome do seu tio, Alberto Alcolumbre, conhecido como "Bacana".

Veja seguir os principais pontos da entrevista que Alcolumbre deu neste sábado em Macapá.

Crise entre poderes


`A divergência, a briga, o conflito não leva a gente a lugar nenhum. Chance zero eu criar ou construir um problema como presidente do Senado. Talvez como senador, em outro momento, eu possa me posicionar diferentemente da opinião do Rodrigo (Maia), da opinião do (presidente Jair) Bolsonaro ou de algum ministro do governo. Mas, como presidente do Senado, eu represento uma instituição que tem atribuições importantíssimas neste momento que o Brasil vive. Quero ser um pacificador. O Senado da República está em paz.'

Maia x Bolsonaro


`Se houve um momento de divergência entre o presidente da Câmara e o presidente da República, o bombeiro Davi entrou em campo. Não vou ser mais um para criar uma discórdia no Brasil. Vou buscar diálogo. Falei com o presidente Rodrigo, falei com o presidente Bolsonaro e disse `olha o Brasil está precisando das instituições fortes. Presidente, o senhor é presidente da República pelos próximos quatro anos, o Rodrigo Maia é presidente da Câmara pelos próximos dois (anos) e eu também do Senado pelos próximos dois. Tem 200 milhões de brasileiros ali na porta esperando a gente trabalhar. Não vai para lugar nenhum (essa discussão)'. Então o presidente Rodrigo Maia já fez as declarações que tinha que fazer, o presidente da República já fez as que tinha que fazer e vida que segue.'

Relação com Bolsonaro


`Eu não sou obrigado a pensar e concordar com tudo que o Bolsonaro pensa. Mas, como presidente do Senado, eu vou tentar construir da melhor maneira possível um caminho para que a gente possa pacificar o Brasil. A eleição está aí, a eleição foi isso, uma divisão do Brasil monstruosa e ainda continua dividido.'

Mudanças no Senado


`A Presidência do Senado não oxigenou depois de 30 anos? Vamos oxigenar os servidores também. É bom. Olha, ninguém é insubstituível. Estamos naturalmente fazendo algumas modificações. Só isso.'

Parlamentarismo


`O que há é a vontade de alguns senadores que estão conversando sobre uma emenda constitucional sobre o parlamentarismo. Eu estou ouvindo e acompanhando. Não vou me envolver neste momento, mas a PEC vai tramitar se eles apresentarem. Tenho escutado de deputados também. Então, deputados e senadores estão falando disso. Não sei se vai ter voto, mas é uma ideia boa. (Acho que com o parlamentarismo) Não teria uma crise tão grande nas instituições como aconteceu no impeachment da presidente Dilma. Ela tinha perdido as condições de governar porque tinha tido toda aquela crise e aí o Congresso se reunia e mudava o chefe do poder. A gente tem que avaliar. Vindo, coloco em discussão.'

CPI do Judiciário


`Eu fui muito criticado sobre a decisão que tomei da CPI. Mas eu sou político eleito, presidente de um poder. Se os advogados, os consultores falaram que aquilo ali não tinha embasamento jurídico e técnico para seguir em frente. Não temos previsão (para colocar a CPI da Lava Toga para votar no Plenário). Isso não está na pauta. Deixe ela ficar do jeito que ela está na CCJ.'

Impeachment de ministros do Supremo


`Isso que não está na pauta e nem está passando na cabeça do presidente do Senado pautar isso. Estamos vivendo um momento delicado para o Brasil. Uma briga institucional não vai fazer bem para 200 milhões de brasileiros'.


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