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Estado de Minas

Rejeitada a primeira questão de ordem contra impeachment de Pimentel

Presidente da Assembleia afasta recurso apresentado pelo líder do Governo na Casa, Durval Ângelo. Outras duas questões de ordem ainda serão analisadas


postado em 08/05/2018 16:12 / atualizado em 08/05/2018 17:16

(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Adalclever Lopes (MDB), rejeitou na tarde desta terça-feira (8) uma das questões de ordem que questionavam o pedido de impeachment do governador Fernando Pimentel (PT). No entanto, outras duas questões de ordem, que ainda não foram avaliadas, mantêm suspensa a tramitação do processo.

De acordo com decisão do presidente Adalclever, o pedido do líder de Governo, deputado Durval Ângelo (PT), não procede. "Em resposta à questão de ordem suscitada por nobre parlamentar, a presidência esclarece que, no que tange à suposta ausência de motivação, o recebimento da denúncia formulada contra o governador não ofende o princípio da fundamentação das decisões judiciais."

O presidente da Casa também refutou o argumento de nulidade apresentado por Durval, que questionou o fato de o vice-presidente receber a denúncia. "Não há nulidade decorrente do recebimento da denúncia apresentada contra o governador pelo primeiro-vice presidente no exercício da Presidência da ALMG, pois o ato foi praticado nos estritos limites regimentais."

Logo após a decisão., Adalclever deixou o plenário e a sessão foi suspensa pelo primeiro-vice-presidente Lafayette Andrada (PRB). 

As duas primeiras questões de ordem foram apresentadas na última quarta-feira (2) em plenário e levaram à suspensão da tramitação da denúncia. Na primeira, afastada ontem pelo presidente da Assembleia, o líder de Governo pediu a nulidade do processo alegando, entre outros motivos, o fato de a decisão de aceitar o pedido não ter sido lida pelo presidente da Casa. Também afirma que não foi informada a motivação para o impeachment.

Segundo Durval, a jurisprudência no caso do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e dos pedidos no mesmo sentido para o presidente Michel Temer (MDB) mostram que só o presidente da Casa tem o poder para acolher tais denúncias. Na Assembleia, quem recebeu o pedido foi Lafayette Andrada, que, segundo o líder, não teria legitimidade.

Durval alegou, ainda, que em todos os pedidos do tipo há fundamentação da negativa ou aceitação. O próprio Adalclever, segundo o petista, deu justificativa ao rejeitar pedidos de impeachment anteriores. O líder diz ainda que a denúncia do advogado Mariel Marley Marra é baseada em notícias de jornais.

Já o o primeiro-secretário da Mesa, Rogério Correia (PT), fundamentou sua questão de ordem na falta de motivação exposta para aceitar o pedido de impeachment.
 
Nesta terça-feira, o PT apresentou, por meio do líder da legenda, André Quintão, a terceira questão de ordem no plenário do Legislativo. O parlamentar alegou que o atraso nos repasses não pode ser considerado crime de responsabilidade e informou que o repasse dos duodécimos devidos já foram regularizados. O petista pediu que a denúncia seja considerada inepta e deixe de ser recebida.

Lafayette Andrada, que mais cedo presidia a sessão, acolheu essa questão de ordem como a última sobre o assunto e informou que todas as outras serão indeferidas. Deputados da oposição afirmaram que a base governista tenta protelar a decisão sobre o andamento do impeachment.

No início da sessão, por causa da confusão de algumas pessoas que gritavam, Andrada precisou chamar a atenção e ameaçou esvaziar as galerias do plenário "se não houver educação". “Quando uma pessoa fala a outra escuta”, disse.


INSATISFAÇÃO

A denúncia de Marley Marra afirma que o governador cometeu crimes de responsabilidade ao não repassar R$ 300 milhões ao orçamento da ALMG. Além disso, Pimentel é acusado de dever R$ 20 milhões a advogados do estado. A denúncia também afirma que o governo vem atrasando salários do funcionalismo público o que violaria a Constituição Federal.

Nos bastidores, o acolhimento do pedido de impeachment teria sido motivado pela insatisfação de Adalclever Lopes com a possibilidade sinalizada pelo PT de a ex-presidente Dilma Rousseff concorrer ao Senado Federal. O presidente da Assembleia esperava ser o principal nome do partido na disputa. O PT resiste em tirar candidatura da ex-presidente.

Outro fator motivador, o atraso de repasse dos duodécimos devidos pelo governo de Minas ao Legislativo, foi solucionado. O Executivo confirmou o depósito dos recursos na segunda-feira, mas não informou o valor. Pouco antes de Adalclever anunciar sua decisão, o primeiro-secretário da Casa, Rogério Correia (PT), disse que o pagamento acabaria com o objeto da denúncia.

 


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