
A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram, na manhã desta quinta-feira, mais uma etapa da Operação Lava-Jato, batizada de Descarte, contra um esquema de lavagem de dinheiro, por meio do controle de uma

A operação é um desdobramento da Lava-Jato, a partir de informações do doleiro Alberto Youssef.
Em Belo Horizonte, policiais federais estão na mansão do empresário Átila Reys Silva, no Bairro Mangabeiras, Região Sul de Belo Horizonte, e no escritorio dele, na Rua Alagoas, no Bairro Funcionários, também na Região Sul da capital, onde cumprem mandados de busca e apreensão.
Os policiais chegram à residência do empresário antes das 6 horas da manhã. A casa está vazia, em reformas. No local, eles aprenderam três carros, duas BMW e um Cadillac.
Mandados
Também estão sendo cumpridos outros 13 mandados de busca e apreensão em residências e empresas nas cidades de São Paulo (9), Santos/SP (1), Paulínia/SP (1) e Lamin/MG (2).
Em nota, a PF informou que "em regra, as empresas participantes do esquema simulavam a venda de mercadorias ao cliente do "serviço" de lavagem, que então pagava por produtos inexistentes via transferências bancárias ou boletos (para dar aparência de legalidade à aquisição)".
"As quantias recebidas eram transferidas para diversas outras empresas de fachada, que remetiam os valores para o exterior ou faziam transferências para pessoas ligadas ao cliente inicial", afirma a PF.
A investigação revelou, ainda, que empresa concessionária de serviços públicos de limpeza no município de São Paulo, a maior cliente identificada, se valeu dos serviços ilícitos dessa rede profissionalizada de lavagem de dinheiro, tendo simulado a aquisição de detergentes, sacos de lixo, uniformes etc., entre os anos de 2012 e 2017.

"Assim, foram repassados mais de R$ 120 milhões para terceiros ainda não identificados. Uma das células do esquema criminoso remeteu ilegalmente parte dos valores para o exterior, em favor de funcionário público argentino e em conluio com operadores financeiros que vieram a ser presos posteriormente no âmbito da Operação Lava-Jato", afirma a PF.
Além disso, o grupo adquiriu vários veículos de alto luxo, como Ferrari, Maserati e BMW, todos registrados em nome de interpostas pessoas ("laranjas").
Nesta quinta, com os mandados judiciais, a PF busca a corroboração das provas dos crimes descobertos até o momento: lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação tributária e associação criminosa, bem com o aprofundamento das investigações para a coleta de indícios de autoria em relação aos crimes de corrupção ativa e passiva. (Com Agência Estado)
