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Estado de Minas

Banqueiro brasileiro é condenado na Suíça por corrupção nos esquemas investigados na Lava-Jato


postado em 14/01/2018 06:00 / atualizado em 14/01/2018 07:47

A Justiça suíça condena, pela primeira vez, um banqueiro por conta de seu papel em esquemas de corrupção revelados pela Operação Lava-Jato. Um dos diretores do banco Heritage violou as leis do país europeu ao não notificar as autoridades sobre as movimentações suspeitas do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

O brasileiro conseguiu, assim, praticamente esvaziar sua conta enquanto ela não foi denunciada e bloqueada. Em 2017, os bancos suíços passaram a ser investigados por seu papel na Lava-Jato, depois que o Ministério Público em Berna descobriu mais de mil contas envolvendo o escândalo no Brasil.

Pelo artigo 37 da lei suíça sobre o combate à lavagem de dinheiro, bancos são obrigados a notificar a agência de controle financeiro diante de qualquer indício de movimentações fora dos padrões ou que impliquem volumes suspeitos.

A constatação do tribunal foi de que o diretor-adjunto do banco, Thierry Zumstein, violou essa determinação, apesar de contar com informações suficientes que apontariam para suspeitas em relação ao cliente.

Ele já havia sido condenado em primeira instância a pagar uma multa de 30 mil francos suíços. Mas recorreu. Apesar de confirmar a condenação, o tribunal reduziu a pena para apenas 15 mil francos e os custos do processo, uma fração do valor que passou pelas contas de Cerveró. Ainda assim, a condenação é considerada como simbólica, já que representa um reconhecimento das falhas dos bancos no esquema no Brasil.

Entre os banqueiros, a condenação também foi recebida como um recado de que a Justiça suíça, de uma forma inédita, vai aprofundar os inquéritos para tentar determinar a responsabilidade dos intermediários financeiros no caso da Lava-Jato.

No total, US$ 1,1 bilhão foram encontrados nos bancos suíços relativos ao escândalo no Brasil.

Pasadena


O caso julgado se refere às contas da sociedade Forbal Investiment, com sede em Belize e contas na Suíça desde 2008. Cerveró foi preso no Brasil em janeiro de 2015 e condenado à prisão. Entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015, com Cerveró já sob investigação, o banco não teria tomado a iniciativa de informar as autoridades sobre a existência das contas.

Enquanto isso, ela foi praticamente esvaziada, passando de mais de US$ 200 mil para apenas US$ 6,1 mil. Foi apenas em 27 de janeiro de 2015 que o banco decidiu ir às autoridades e revelar a existência das contas. A decisão foi tomada depois que jornais brasileiros noticiaram a prisão de seu cliente.


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