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Estado de Minas

Pré-candidatura à Presidência e apoio a Temer provocam rachas no PSDB

É frequente a troca de farpas entre caciques, principalmente em São Paulo


postado em 15/10/2017 06:00 / atualizado em 15/10/2017 07:36


Um dos principais partidos da base de sustentação do governo do presidente Michel Temer, e também alternativa na disputa por sua sucessão, o PSDB vive hoje dois grandes rachas que precisa equacionar para evitar uma nova derrota nas urnas em 2018. A legenda está dividida entre as candidaturas à presidência do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do prefeito da capital paulista, João Doria. Em meio a isso, a ala dos tucanos mais jovens, conhecidos como cabeças pretas, vem se posicionado contra o apoio do PSDB ao governo Temer e os mais velhos, os cabeças brancas, trabalham ativamente pela permanência do peemedebista no poder.

As divergências foram expostas mais uma vez com a indicação do deputado federal mineiro, Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), como relator da nova denúncia contra o presidente Michel Temer, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Os cabeças pretas da bancada pressionaram o partido a retirar o parlamentar da função, enquanto os mais velhos defendiam a permanência dele. Os jovens enxergaram uma ação do Planalto na escolha e declararam guerra ao governo, acusando o desrespeito com o partido. O PSDB destituiu Andrada da comissão, mas sugeriu a partidos aliados que lhe chamassem de volta em suas vagas e assim foi feito.

Na primeira denúncia, também foi da ala jovem a briga para que o PSDB desembarcasse do governo Temer, mas o partido, depois de algumas ameaças, acabou ficando. O grupo é formado por parlamentares do baixo clero como Mariana Carvalho (RO), Caio Nárcio (MG), Pedro Cunha Lima (PB) e Daniel Coelho (PE). Há conversas entre parlamentares da bancada jovem e o Movimento Brasil Livre, com vistas a uma possível união para 2018. Daniel Coelho chegou a dizer que as ideias liberais estariam unindo os dois grupos.

Se os jovens se articulam para as eleições, os políticos mais experientes do PSDB batem cabeça sobre o que fazer para recuperar o Palácio do Planalto. Na briga, desta vez, está só o tucanato paulista representado pelo prefeito da capital João Doria e pelo governador Geraldo Alckmin. O clima entre criador e criatura – foi Alckmin quem bancou a candidatura de Doria à prefeitura e acabou elegendo o apadrinhado – está cada vez pior. Doria tem apostado na superexposição nas redes sociais e em viagens para se cacifar para a disputa. Alckmin tem feito questão de deixar claro que não viaja ou participa de eventos em horário de serviço, como forma de alfinetar o concorrente. No início do mês, Doria e o vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, protagonizaram uma verdadeira lavação de roupa suja nas redes sociais. Goldman publicou vídeo dizendo que os moradores de São Paulo não tem prefeito, pois só interessa a Doria ser candidato a presidente da República. Segundo ele, em nove meses, o tucano mostrou que não lhe interessa administrar a cidade. Goldman foi vice-governador de Geraldo Alckmin.

Cria de Alckmin, Doria não deixou baratas as críticas e chamou Alberto Goldman de improdutivo e fracassado. No vídeo de resposta, o prefeito disse que o vice-presidente do PSDB vive de pijama em casa, depois de ter vivido às sombras de Orestes Quércia e José Serra. A decisão do prefeito de partir para a briga no vídeo foi vista como um erro de avaliação por sua equipe, justamente por poder ser usada pela ala rival no PSDB em caso de prévias internas.

Fernando Henrique Cardoso também já se estranhou com João Doria. Durante uma palestra, disse que o prefeito de São Paulo não havia feito nada pela cidade e que ele só fazia sucesso porque sabia mexer no celular, se referindo aos vídeos diários que ele publica expondo suas rotinas. Na ocasião, Doria rebateu dizendo que FHC deveria sair do seu apartamento e visitar São Paulo.


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