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Estado de Minas

Às vésperas de seu aniversário, Michel Temer canta vitória

Presidente divulga vídeos nas redes sociais se dizendo vítima da 'marcha da insensatez' e que mais uma vez vai barrar a acusação da Procuradoria-Geral da República contra ele


postado em 23/09/2017 06:00 / atualizado em 23/09/2017 08:00

Presidente Michel Temer foi nesta sexta-feira às redes sociais e se pronunciou sobre segunda denúncia da PGR contra ele(foto: Divulgação/Facebook)
Presidente Michel Temer foi nesta sexta-feira às redes sociais e se pronunciou sobre segunda denúncia da PGR contra ele (foto: Divulgação/Facebook)

Brasília – Depois de desistir na semana passada de fazer pronunciamento para rebater a segunda denúncia do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer, que completa 77 anos hoje, gravou vídeo ontem e o divulgou nas redes sociais. Ele diz que há uma “marcha da insensatez” contra ele e que tem certeza de que conseguirá arquivar na Câmara a acusação de fazer parte de uma organização criminosa e obstruir a Justiça. Sem citar nomes, Temer critica os executivos da JBS e diz que “há ainda muitos fatos estranhos que esperam por ser explicados nesta estranha delação induzida”.

“A verdade prevaleceu ante o primeiro ataque a meu governo e a mim. A verdade, mais uma vez, triunfará”, disse. “Tenho convicção absoluta de que a Câmara dos Deputados encerrará esses últimos episódios de uma triste página de nossa história, em que mentiras e inverdades induziram a mídia e as redes sociais nestes últimos dias. A incoerência e a falsidade foram armas do cotidiano para o extermínio de reputações”, completou.

Temer diz ainda que lançaram contra ele “ilações, provas forjadas, denúncias ineptas” e que elas foram produzidas “em conluios com malfeitores” e que vai continuar governando o país até janeiro de 2019. “Diante dos ataques que se renovam, quero expressar minha indignação e manifestar minha profunda revolta com a leviandade dos que deveriam agir com sobriedade. Tenho orgulho de estar presidente da República pelo que pude fazer até agora. Em resumo, retirei o país da recessão mais grave de toda sua história em pouco mais de ano e quatro meses de governo. Farei muito mais até janeiro de 2019”, afirma.

Segundo o presidente, o princípio básico da inocência foi subvertido: “Agora todos são culpados até que provem o contrário”. “E nem provas concretas bastam para repor a verdade. A marca indelével da desonra ficará em muitos inocentes que foram atingidos. Luto e lutarei contra qualquer pecha que tentem me colocar neste sentido”, rebateu.

Temer diz ainda que tudo que ele afirmou desde o início dos processos da denúncia e dos ataques que vem sofrendo se confirmou, mas que ainda é preciso esclarecer alguns pontos apresentados pelos delatores. “Apontei as reais intenções dos delatores; denunciei a manipulação de mercado que lhes deu ganho de milhões; critiquei o perdão amplo que obtiveram. Cobrei, ainda, o inexplicável envolvimento de integrantes do gabinete do ex-procurador-geral da República, que depois, certamente, foram ganhar dinheiro das empresas dos delatores; relatei que a delação e a gravação começaram muito antes dos relatos oficiais. Há ainda muitos fatos estranhos que esperam por ser explicados nesta estranha delação induzida”, disse.

O presidente diz ainda que a revelação de áudios novos depois do acordo de delação ter sido fechado mostra que havia uma tentativa de conspiração contra ele. “Graças aos áudios que tentaram esconder, mas que vieram a público acidentalmente, sabe-se que, contra mim, armou-se conspiração de múltiplos propósitos. Conspiraram para deixar impunes os maiores criminosos confessos do Brasil, finalmente presos, porque sempre apontamos seus inúmeros delitos”, disse. Segundo o presidente, queriam parar o país, mas ele tem a “convicção de que os parlamentares submeterão essa última denúncia aos critérios técnicos e legais, e à verdade dos fatos” “Uma análise crítica e desapaixonada provará os abusos dos que conspiraram contra a Presidência da República e o Brasil”, disse.

NOVO ADVOGADO
O criminalista Eduardo Pizarro Carnelós é o novo defensor de Michel Temer. Ele foi indicado pelo advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que renunciou à defesa do presidente alegando “conflito ético” porque já defendeu o doleiro Lúcio Funaro – delator que imputa ao peemedebista envolvimento em esquemas de corrupção e enriquecimento ilícito. Ontem, Temer se reuniu com Mariz no escritório do criminalista, que ocupa andar inteiro de um prédio da Avenida Paulista esquina com a Alameda Campinas. Carnelós estava presente.

Carnelós é titular de uma banca de advocacia na capital paulista Ele já advogou para o senador José Serra (PSDB). Ainda um jovem advogado – mas já dono de um estilo aguerrido e sem meias-palavras –, em 1990 ele denunciou o caso Lubeca, escândalo que marcou a administração Luiza Erundina (então no PT) na Prefeitura de São Paulo (1989/1992). Na ocasião, Carnelós integrava a Secretaria dos Negócios Jurídicos de Erundina, sob comando do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh que acumulava o cargo de vice-prefeito. O novo advogado de Temer foi presidente da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), mas em 2002 renunciou alegando que era alvo de “conspiração” para não leva-lo à recondução ao cargo.

 

 


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