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Estado de Minas

Raquel Dodge toma posse na PGR prometendo combater corrupção e Temer se diz honrado

A primeira mulher no cargo citou Papa Francisco para dizer que o corrupto está tão habituado com sua auto-suficiência que não se deixa questionar por ninguém


postado em 18/09/2017 08:49 / atualizado em 18/09/2017 18:02

Temer aplaudiu o discurso da nova procuradora e disse estar honrado com a posse(foto: Divulgação / Twitter MPF)
Temer aplaudiu o discurso da nova procuradora e disse estar honrado com a posse (foto: Divulgação / Twitter MPF)

O presidente Michel Temer (PMDB) deu posse na manhã desta segunda-feira à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que substitui o antecessor Rodrigo Janot. A primeira mulher a ocupar o cargo, citou o Papa Francisco no discurso e pregou a harmonia entre os poderes, porém prometeu firmeza no combate à corrupção. A fala foi elogiada pelo presidente Michel Temer, denunciado pela PGR na última quinta-feira.

Dodge, que deve ter uma atuação mais discreta do que Rodrigo Janot, disse receber com humildade a missão de assumir o cargo pelos próximos dois anos. Também disse estar certa de que o MP deve “promover justiça, defender a democracia, zelar pelo bem comum e pelo meio ambiente, assegurar voz a quem não a tem e garantir que ninguém esteja acima da lei e ninguém esteja abaixo da lei”.

A procuradora-geral afirmou que está diante dela a expectativa de que a atuação no cargo seja cumprida com equilíbrio, firmeza e coragem. Ela citou o Papa Francisco ao falar sobre o combate à corrupção. “O Papa Francisco nos ensina que corrupção não é um ato, mas uma condição, um estado social que a pessoa se habitua a viver. O corrupto está tão habituado com sua auto-suficiência que não se deixa questionar por ninguém”, disse.

Ela também citou a poeta Cora Coralina. "Que eu possa parafrasear a  Cora Coralina e dizer que contribuí para que "haja mais esperança nos passos que tristeza em nossos ombros", disse.

A procuradora assume em um momento de conflito entre o presidente Michel Temer e Rodrigo Janot, que o denunciou mais uma vez ao Supremo Tribunal Federal por corrupção na semana passada. Ela disse que "harmonia entre os poderes é um requisito para a estabilidade da nação". Raquel ficou em segundo lugar na lista tríplice da eleição ao cargo, atrás do subprocurador-geral da República Nicolao Dino, que era o preferido de Janot. Mesmo assim foi indicada por Temer.

 

No palco durante a posse da nova procuradora-geral da República estavam três investigados da operação Lava-Jato. Ao lado de Raquel Dodge sentaram-se o presidente Michel Temer (PMDB) e os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB) e da Câmara, Rodrigo Maia (PMDB). Todos eles citados por delatores em esquemas de corrupção.

 

Temer foi denunciado na semana passada por obstrução judicial e organização criminosa. Os outros dois presidentes do Legislativo são investigados pro irregularidades no âmbito da operação Lava-Jato.

 

Honra pela 'aula'

 Temer, que fez questão de dar posse à procuradora antes de viajar para Nova York, disse várias vezes que era uma “honra” dar posse à Raquel Dodge e destacou o fato de ela ser a primeira mulher a ocupar o cargo. Também pregou a harmonia entre os poderes e disse que ela havia dado uma “aula” com seu discurso.

O presidente disse que a aula da procuradora foi sobre princípios da Constituição e emendou: "Foi com o prazer extraordinário que eu ouvi dizer que autoridade suprema não está nas autoridades constituídas, mas está na lei. Ou seja, toda vez que há ultrapasse dos limites da Constituição Federal ou dos limites da lei, verifica-se o abuso de autoridade", afirmou. Temer não citou Janot no discurso.

 

O ex-procurador-geral Rodrigo Janot não compareceu à posse.


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