Em meio a tantas denúncias e escândalos de corrupção que ocorrem no país há anos – envolvendo de vereadores ao presidente da República –, um grupo de estudantes decidiu criar um aplicativo que permite aos eleitores acompanhar as atividades dos políticos.
A ideia de criar uma plataforma que facilitasse o acesso da população às atividades dos representantes políticos surgiu em meados de 2005, após o escândalo do mensalão.
Na ocasião, o professor Wagner Gomes e os alunos Daniel Saback e Davi Duque desenvolveram um site, pegaram informações dos veículos de comunicação e distribuíram na plataforma. No entanto, justamente por falta de acesso às informações e à tecnologia, além da dificuldade em automatizar os processos, o aplicativo só pôde ser lançado há três meses.
“O projeto final nasceu em sala de aula, onde eu e meu colega de bairro nos encontramos com esse professor na Faculdade Pitágoras. Novamente, pela indignação do que foi revelado pela Operação Lava-Jato, nós decidimos levar a ideia adiante, agora com a ajuda do aluno Victor Hugo Castro”, conta Daniel Saback, aluno do 6° período do curso de Sistema de Informação, da Pitágoras.
O aplicativo funciona de forma simples. Ele convida os usuários a escolherem quais casas legislativas, estados e políticos serão monitorados. A partir desta escolha, o eleitor passa a receber notificações periódicas das atividades de seus políticos escolhidos. Pode ser um senador, um deputado federal ou um vereador.
“O eleitor escolhe os políticos, que têm suas ações noticiadas. Os alertas vão monitorar a presença no trabalho, a evolução de seus bens, os gastos, as doações recebidas e a votação em matérias no plenário. Assim sendo, ele pode reagir mediante as ações, sendo avaliadas como positivas ou negativas. Se positiva, o político recebe 1 ponto; se negativa, lhe é retirado 1 ponto. A partir dai, cria-se um ranking que é exibido tanto no aplicativo quanto no site https://site.srcidadao.com.br/#!/home”, explica Daniel.
Além de emitir os alertas e disponibilizar um resumo dos políticos mais e menos curtidos pelos eleitores da plataforma, o Sr. Cidadão tem outras funcionalidades, como a possibilidade de envio de mensagens para os políticos dentro do próprio aplicativo e compartilhamento nas redes sociais do voto de um político específico, ficha de bens, gastos e receitas de campanha.
Nestes três meses de lançamento, já são mais de 2 mil downloads. “Na faculdade, a gente (alunos) perguntou sobre a Lei de Acesso à Informação e quase nuinguem conhecia. Estamos pegando dados que não podem ser modificados.
A ideia de momento é apenas ajudar o cidadão a escolher conscientemente em quem vai votar. Queríamos responder à pergunta: como é possível o povo votar em políticos que não os representa?”, completa o estudante.
* Estagiário sob a supervisão do editor Renato Scapolatempore