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Estado de Minas

Líder do PSDB na Câmara defende investigação de Temer


postado em 17/07/2017 06:00 / atualizado em 17/07/2017 07:54

RicardoTripoli, Deputado federal (PSDB -SP)(foto: Leonardo Prado/Câmara dos Deputados - 29/3/11)
RicardoTripoli, Deputado federal (PSDB -SP) (foto: Leonardo Prado/Câmara dos Deputados - 29/3/11)

Um dos principais defensores do desembarque do PSDB do governo, o líder tucano na Câmara, Ricardo Tripoli (SP) afirma que, diante dos fatos que envolvem a denúncia contra o presidente Michel Temer, e na expectativa de outras acusações que possam surgir, o sentimento toma conta da maioria da bancada. “Entregar os ministérios seria muito bom. Não estamos dizendo que vamos para o campo da oposição. Se estamos marchando, significa que vamos dar continuidade à agenda que é importante para o Congresso e que o governo, sendo esse ou outro, esperamos que se mantenha.”

Para o deputado paulista, é importante que a Câmara resolva, assim que voltar no recesso, a votação sobre a admissibilidade de denúncia contra Temer. E afirma que votará contra o arquivamento. “Se houver uma denúncia contra o presidente, temos que ir até as últimas consequências para não pairar dúvidas a respeito dessa aferição.” Questionado se a sigla apoiará uma gestão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Tripoli diz que o ideal é não participar. “Vamos apresentar uma proposta de governabilidade, onde o compromisso é com o país, com o Estado brasileiro”, defende.

Se pudesse escolher, o parlamentar pediria que deixassem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concorrer nas eleições. “O Fernando Henrique ganhou duas vezes do Lula em eleições. Não temos o menor problema com adversários”, garante. Segundo ele, o partido elegerá uma nova executiva nacional no fim de agosto e o nome do candidato à Presidência da República deve sair no fim do ano ou, no máximo, no começo do ano que vem. E, a despeito da opinião do prefeito de São Paulo, João Doria, sobre decidir baseado em pesquisa, Tripoli afirma que a escolha será do partido.

Está marcada para 2 de agosto a votação em plenário da denúncia contra o presidente Michel Temer. É possível resolver assim que voltar do recesso?
Espero que sim. É importante o país resolver isso de forma definitiva. Embora tenham ainda mais dois casos que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve encaminhar para o Supremo e o Supremo aqui à Casa.

Isso arrasta a crise? O presidente corre o risco de perder votos por causa desse contato dos deputados com a base eleitoral?
Já não substituíram 14 ou 15 deputados na CCJ? É uma demonstração de que você, em tese, não tem votos suficientes para barrar a denúncia. Em plenário, não muda a situação. Você vai ter claramente quem vota a favor e quem vota contra. Acho muito provável que, na primeira semana de agosto, o resultado não seja satisfatório ao governo. Cada um fará uma reflexão agora. O Brasil precisa voltar a crescer. Temos que aprovar o restante das reformas, diminuir o desemprego. Isso aflige a todos. Por outro lado, não podemos jogar o país em uma aventura, tanto que o mercado financeiro tem reagido muito bem aos movimentos que estão sendo feitos, o que demonstra que as instituições estão funcionando. A reforma trabalhista foi aprovada. Está andando. Nós fizemos a legislação para que fosse cumprida, senão não teria sentido. Seguindo a ordem que foi estabelecida pela Constituição, não vejo nenhum problema.

Quando o senhor fala que o mercado financeiro reagiu bem às movimentações significa que uma gestão Rodrigo Maia já foi precificada?
Não, acho que a trabalhista foi um bom indicador. Votamos o teto dos gastos públicos, a terceirização, a questão da educação foi importante. É uma demonstração de que essa agenda é do país, não do governo. Isso ficou mais amplo do que imaginávamos no início e fico feliz porque foi uma agenda apresentada pelo PSDB.

A agenda não está atrelada ao governo?
Não, é uma agenda que serve para qualquer governo. O importante é que a gente avance. O Brasil precisa voltar a crescer, gerar renda, empregos, temos que ser instrumento para viabilizar essas políticas públicas. É isso que temos que fazer.

É importante que o presidente seja investigado?
É exatamente o que diz a lei. A lei vale para todos. Se houver uma denúncia contra o presidente, temos que ir até as últimas consequências para não pairar dúvidas a respeito dessa aferição.

E o PSDB vai desembarcar do governo?
Recentemente, fizemos uma reunião da bancada que levou cerca de quatro horas e, entre as análises, estava essa. Percebo, nitidamente, que aumentou muito o número de deputados que querem a admissibilidade da denúncia, até para poder ter transparência e apuração de todos os fatos. No início, quando fizemos uma reunião do diretório nacional, era o contrário, a maioria pela permanência. Hoje, é a minoria. Entregar os ministérios seria muito bom. Não estamos dizendo que vamos para o campo da oposição. Se estamos marchando, significa que vamos dar continuidade à agenda que é importante para o Congresso e que o governo, sendo esse ou outro, esperamos que se mantenha. Portanto, não vejo dificuldade.

Mas tem prazo para isso? O PSDB estaria em um novo governo, pensando na possibilidade de Maia assumir?
A minha proposta para a bancada é no sentido de que, havendo um próximo governo, a gente não indique ministério nenhum. Vamos apresentar uma proposta de governabilidade, onde o compromisso é com o país, com o Estado brasileiro.

Mas o que os ministros tucanos acham dessa posição?
Alguns concordam, outros, não.

O presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, tem dito que o Maia é bom nome de transição para o país. Há negociações com o Maia?
Pergunto para você: se a Constituição diz que ele foi eleito pela Câmara para ser presidente, por maioria, e a lei diz que, na vacância do cargo, ele assume, o que questionar? Se ele foi confiável para assumir a presidência da Câmara, é confiável para assumir a Presidência da República. Não vejo impedimento.

Com uma eventual mudança de governo, o PSDB corre o risco de chegar em 2018 sem protagonismo?
Não, o PSDB deve ter uma convenção no fim de agosto e vamos eleger um novo diretório nacional, uma executiva nacional e apresentaremos uma proposta visando 2018. O partido se prepara para um novo embate, não tem problema de adversário. Disseram que o Lula vai ser candidato, mas qual o problema? O Fernando Henrique ganhou duas vezes do Lula em eleições. Não temos o menor problema com adversários. Vamos apresentar nossa proposta e queremos que a sociedade avalie, ela, sim, o que vamos apresentar. Confiamos muito na sociedade brasileira, o Congresso é consequência.

A condenação do Lula é boa para o PSDB?
Quem tem que avaliar é o PT. Não trabalhamos com essa hipótese de que o Lula não participe das eleições. Acho que ele deveria participar. Eu, se pudesse, diria ‘deixe que ele participe’. É um direito que assiste a ele. É muita bravata, muito discurso e pouco conteúdo. E o Lula faz isso com muita competência. Ele coloca essa de ‘Cuidado comigo, tô chegando, sou candidato’. Essa política não existe mais faz muito tempo.

E, o PSDB vai de Doria ou Alckmin?
Quem a convenção determinar. O PSDB vai apresentar um candidato extremamente preparado, com um programa novo, oxigenado, com uma visão moderna para um Brasil que estamos vivendo hoje.


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