Recém empossado presidente da Associação Mineira de Municípios, o prefeito de Moema, Julvan Lacerda (PMDB) chegou a Brasília para seu primeiro encontro com os deputados federais do estado passando um “pito” nos parlamentares. O peemedebista, que participa da Marcha dos Prefeitos, usou a tribuna da Câmara dos Deputados para reclamar do “descaso” da bancada.
“Até achei que a gente ia chegar aqui e poder falar para a Câmara Federal dos nossos problemas, mas eu mesmo conseguir ver lá do meu estado de 53 só tem um deputado aqui nesse plenário e isso me entristece”, afirmou Julvan.
O presidente da AMM continuou o discurso, feito nesta segunda-feira (15), dizendo que os deputados têm tratamento bem melhor quando vão aos municípios. “Quando chega deputado lá na minha cidade, eu estendo faixa para ele, faço festa, junto o povo, e a gora a gente vem aqui na casa deles e eles nem pra vir aqui para ouvir a gente. Isso é um descaso muito grande”, afirmou.
O prefeito disse ainda que os municípios ficam “reféns” do sistema federativo, que coloca na União e no Congresso Nacional o poder para mudar as leis que poderiam levar mais recursos às cidades e reclamou do “corpo mole” dos parlamentares nas causas pedidas pelos prefeitos.
Querem reféns
“Não interessa a quem pode mudá-lo (o sistema federativo) mudar, porque eles querem nos manter reféns deste sistema. Na hora da gente trabalhar para arrumar voto para poder eleger (os deputados), quem tem condição de mudar essa verdade não tem o mesmo compromisso”, afirmou.
Os prefeitos são os principais cabos eleitorais dos deputados nas cidades, ajudando a aproximá-los das bases.
O representante da maior parte dos 853 municípios mineiros disse ter ouvido muito discurso municipalista, mas, que, na prática, os parlamentares ficam só no discurso. “Queria expressar minha tristeza com esse posicionamento da maioria dos parlamentares”, finalizou.
Além de participar da marcha dos prefeitos, Julvan Lacerda foi a Brasília para se reunir com os 53 deputados mineiros e pedir ajuda em projetos de lei de interesse dos municípios que estão parados no Congresso.