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Estado de Minas

Coluna Baptista Chagas de Almeida


postado em 04/12/2016 12:00 / atualizado em 04/12/2016 09:24

(foto: Arte: Soraia Piva)
(foto: Arte: Soraia Piva)


O luto nacional e o projeto da corrupção

O verbo seguiria é porque a ficha caiu depois de recursos em plenário, que adiaram a votação, aí, sim, por 44 votos a 14. Mesmo com a insistência de Renan. E em causa própria

O país parou, ficou em frente à TV, diante da tragédia com os chapecoenses. Por volta das 11h de ontem, em São Paulo, onde congestionamentos são constantes e enormes, do tamanho da grande metrópole, o registro era de apenas “20 quilômetros, que representam 2,3% dos 868 quilômetros monitorados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET)”. Em Belo Horizonte, a imagem do Infotráfego da BHTrans mostrava a Avenida Santos Dumont com Rua Curitiba: um carro em uma faixa,
nenhum na outra. Nada mais é necessário acrescentar sobre a emoção dos brasileiros.

Não constava da agenda presidencial, mas, como não poderia deixar de ser, o presidente Michel Temer (PMDB) compareceu à cerimônia de despedida na Arena Condá, o estádio da Chapecoense. E encontrou boa desculpa para não ter anunciado a sua presença: “Não poderia dizer ontem que iria ao estádio porque a segurança colocaria pórticos e revistaria as pessoas que entram”. É até injusto dizer que é uma desculpa, pois, de fato, o cerimonial de segurança é mesmo rigoroso. Temer tinha toda razão de não anunciar sua presença.

O presidente Temer só deixou claro que participaria também no estádio depois da cerimônia que ocorreu no aeroporto, na chegada dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), com direito a honras militares e tudo mais. Foi junto com o cortejo de veículos até lá. Nem precisa explicar, as imagens que pararam o país dizem mais que mil palavras.

Já nossos nobres congressistas andaram fazendo feio, mesmo no luto nacional. Primeiro, a Câmara dos Deputados já tinha se desfigurado completamente. E, por pouco, o Senado seguiria o mesmo caminho. O verbo “seguiria” é porque a ficha caiu depois de recursos em plenário, que adiaram a votação. Aí, sim, por 44 votos a 14. E isso mesmo com a insistência do presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem interesse no projeto da pizza.

Que pizza? Explica-se: é o projeto de medidas anticorrupção do Ministério Público, depois da iniciativa popular que apresentou mais de 2 milhões de assinaturas. E mesmo assim já estava no forno também da Casa. Os votos de 44 senadores parecem que é apoio à proposta, mas não é bem assim. Diante do praticamente fato consumado, melhor adiar mesmo. Vamos aguardar e ver, na volta ao plenário, o que vai acontecer.

O país de luto e polêmica no futebol. O Atlético joga ou não joga a última rodada do Brasileirão? Contra quem? Todo mundo já sabe, contra a Chapecoense. Melhor registrar a atitude dos clubes brasileiros, que anunciaram que cederiam de graça jogadores para recompor a equipe. Quanto ao Congresso, pêsames.

Capixabas em...
... Solo mineiro. Políticos e empresários do Espírito Santo estão dedicados a emplacar o retorno das operações da Samarco. Depois do encontro com o presidente Michel Temer (PMDB), em Brasília, o governador Paulo Hartung (PMDB) se dedica nas próximas semanas a engrossar a lista dos parlamentares capixabas que defendem a volta das atividades da empresa. Como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) marcou para 14 e 15 deste mês as audiências públicas sobre o licenciamento do novo sistema de disposição de rejeitos da Samarco, deputados do Espírito Santo começam a se mobilizar para participar.

E ainda...
Também uma comitiva de mais de 80 empresários capixabas já é presença confirmada em Ouro Preto e Mariana, onde ocorrem as audiências. A lista deve engrossar ainda mais, diante da confirmação dos parlamentares. A economia do Espírito Santo está fortemente impactada pela paralisação das operações da Samarco.

O mosquito
O deputado Caio Nárcio (PSDB-MG) destacou a importância das campanhas de conscientização contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. E foi em plena sexta-feira que ele chamou a atenção para a prevenção, que é o melhor caminho para o combate a essas endemias. O tucano elogiou iniciativas do governo federal que visam combater o vetor: “A proliferação do mosquito pode ocasionar danos gravíssimos à sociedade brasileira, por isso afirmo que esta é uma luta de todos nós”.

Está com tempo
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), é, aquela que sofreu impeachment, não perde mais nenhuma oportunidade. E solta uma nota atrás da outra distribuindo pitacos. Ontem, em pleno sábado, foi para condenar a decisão do Mercosul de suspender a Venezuela. Disse que foi “recurso extremo e inadequado”. E atacou ainda mais: “A medida mostra a pequenez do governo do Brasil diante das exigências da América Latina”. E partiu para cima do ministro das Relações Exteriores, José Serra. Claro que ele é tucano, né? Melhor deixar para lá.

Não esconde
“Temer é um constitucionalista. Ele sabe que não poderia ter golpe contra Dilma. Era necessário acabar com a trajetória do PT. O objetivo deles é evitar 2018. E é isso que mexe comigo. Que me dá cócegas.” Trata-se de parte da fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que já não tenta mais esconder que pretende subir de novo no palanque daqui a dois anos. É preciso, no entanto, ressaltar que tudo ainda depende da Operação Lava-Jato, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF).

PINGAFOGO
Que política que nada. Não custa repetir. Ontem o país parou de olho no que ocorria em Chapecó. Não poderia ser diferente, a tragédia abalou todos os brasileiros. A solidariedade com as famílias, mesmo que assistindo pela TV, estava no coração de todos, disso tenho certeza. É praticamente uma repetição, mas vale registrar.

Aliás, não. Não é clima político, é o clima propriamente dito que o presidente Michel Temer ressaltou: “Quando vejo essa chuva aqui, acho que é São Pedro chorando pelas mortes desses jogadores”.

“Há risco de protestos em Chapecó? Pior para os organizadores, que desrespeitam o luto alheio. No mais, resta constatar: um presidente da República que não pode
frequentar um velório talvez esteja vivendo seu próprio funeral”. A frase é de um conhecido jornalista, nem vou citar o nome, não merece, diante da presença não anunciada de Temer no velório em Santa Catarina. Ah! É capaz de ele dizer que Temer foi por causa do comentário.

Aliás, o site em que o comentário acima foi publicado fez questão de registrar: “Em 2013, Dilma Rousseff foi ao velório das vítimas do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS)”.

 


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