"Ninguém vai convencer mais ninguém. Os argumentos estão se repetindo. Todo mundo vai ter de ceder um pouco", disse Lula, após cinco horas de debates sem conclusão.
Na quarta-feira, 9, pressionada por Lula, a corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB) recuou e aceitou que a próxima direção seja eleita no 6º Congresso Nacional por delegados e não eleições diretas. O Muda PT, que reúne as cinco maiores correntes de esquerda e a maioria da bancada petista na Câmara, defende a escolha da direção por delegados.
A disputa agora é pela forma de escolha dos delegados. A CNB propõe a realização de eleições municipais nas quais seriam escolhidas as direções locais e a chapa de delegados para congressos estaduais e nacional.
O Muda PT rejeita a proposta. Os deputados Carlos Zarattini (PT-SP) e José Guimarães (PT-CE) tentaram articular uma proposta alternativa pela qual as eleições internas municipais escolheriam os delegados para os congressos estaduais que, por sua vez, elegeriam delegados para o nacional.
Por trás da disputa estão o controle do PT, o temor de que o 6º Congresso se transforme em um acerto de contas entre as correntes e o risco de uma debandada em massa de deputados. Os impasses devem ser solucionados hoje com a votação das propostas no último dia de reunião do diretório.
Pacto diabólico
Em evento à noite, o ex-presidente voltou a criticar as investigações das quais é alvo e disse ser vítima de um "pacto quase diabólico" que tem como objeto destruir sua reputação. "Tenho preocupação quando eu vejo um pacto quase diabólico entre a mídia, a PF, o Ministério Público e o juiz que está apurando todo esse processo", disse o petista diante de um auditório lotado na região central de São Paulo.