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Estado de Minas

Prefeito de Mariana é suspeito de fraude em licitação e compra de voto

Candidato à reeleição, Duarte Júnior (PPS), é apontado pelo Ministério Público como comparsa no esquema que resultou na prisão preventiva de seu secretário de governo


postado em 09/09/2016 13:03 / atualizado em 10/09/2016 13:40

Prefeito Duarte Júnior(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press - 31/03/16)
Prefeito Duarte Júnior (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press - 31/03/16)
O ministério Público de Minas Gerais informou na manhã desta sexta-feira detalhes da operação conjunta realizada com a Polícia Civil nessa quinta-feira (8). A ação envolve servidores da Prefeitura de Mariana, na Região Central do estado. A novidade revelada na manhã de hoje é que o prefeito Duarte Júnior (PPS), candidato à reeleição, é suspeito de participação no esquema relacionado à fraude em licitação e dispensa de processo licitatório para contratação de cooperativa de transporte público e, também,  distribuição de materiais de construção a eleitores na campanha deste ano.

O secretário municipal de Governo e Relações Institucionais, Edvaldo Santos de Andrade, denunciado pelo Ministério Público por comandar o esquema, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e efetuada pela Polícia Civil na manhã dessa quinta-feira (8). No mesmo dia, também foram cumpridos 46 mandados de busca e apreensão na casa do secretário e na Prefeitura de Mariana.

De acordo com o Ministério Público, o secretário anulou licitação ganha pela Cooperativa de Transporte Urbano e Rural (Coopertur) para colocar no lugar, sem processo licitatório, a Cooperativa dos Empreendedores em Transporte Municipal, Intermunicipal e Interestadual de Passageiros e Cargas (Coopercar). Ele teria feito isso, conforme o MP, em troca de benefícios para ele e seus comparsas. "O denunciado (secretário de governo) dispensou licitação fora das hipóteses previstas em lei e deixou de observar as formalidades pertinentes à dispensa, bem como tentou afastar licitante, por meio de fraude", disse o promotor responsável pelo caso, Guilherme de Sá Meneghin.

Também de acordo com o promotor, a contratação da Coopercar foi "maculada de vários vícios". Entre elas, o capital social da cooperativa de apenas R$ 20 mil. "Totalmente incompatível com a dimensão dos serviços contratados, da ordem de R$ 14.602.597,20", destaca o promotor.

O Ministério Público verificou ainda que não consta no Sistema Infoseg/Receita Federal  dados essenciais da cooperativa, como endereço, correio eletrônico, responsável pela empresa ou cooperados de cooperados. Além disso, a Coopercar não possui sede no endereço indicado no estatuto social da empresa.

Material de Construção

O Ministério Público informou também nesta sexta-feira que no dia 17 de agosto passado entrou com duas ações de busca e apreensão de materiais de construção que teriam sido indevidamente distribuídos a eleitores por Regiane Maria de Oliveira Gonçalves, secretária municipal de Assistência Social, e mulher do prefeito de Mariana, João Bosco Cerceau Ibrahim e Geraldo Sales, ambos vereadores em Mariana.

O promotor alega que nos meses de junho a agosto de 2016 um esquema teria sido montado para proporcionar apoio político e captação ilícito de votos. Segundo ele, vereadores da base aliada do prefeito repassaram listas com nomes de pessoas para a secretária de Assistência Social, que providenciava a entrega de materiais de construção (telhas, cimento, padrões, caixas d’água e tijolos).

Procurado, o prefeito de Mariana, por meio de sua assessoria, ficou de dar uma coletiva ainda na tarde desta sexta-feira para comentar as denúncias.


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