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Estado de Minas

Câmara dos Deputados terá semana de turbulências com eleição e decisão sobre Cunha

Eleição para presidência da Casa, que causa tensão na base aliada de Temer, e decisão na CCJ sobre o futuro de Eduardo Cunha vão movimentar últimos dias antes do recesso parlamentar


postado em 11/07/2016 06:00 / atualizado em 11/07/2016 08:24

A última semana de trabalho do Congresso antes do recesso de julho será turbulenta e decisiva para o presidente interino Michel Temer (PMDB). A eleição para presidente da Câmara dos Deputados e a definição da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) sobre o futuro do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB) prometem contaminar a tentativa do Palácio do Planalto de acelerar projetos cruciais que ficam trancados até que medidas provisórias sejam votadas. O governo enfrenta ainda um clima de racha na base aliada, uma vez que a disputa para a principal cadeira da Câmara está pulverizada. Na noite de ontem, após encontro entre o presidente interino Waldir Maranhão (PP) com líderes e interlocutores, a eleição foi marcada para a noite de quarta-feira. A decisão representa um meio-termo entre a terça-feira, defendida pelo Centrão, bloco mais alinhado a Eduardo Cunha, e a quinta-feira, marcada anteriormente por Maranhão.

As negociações em torno do comando da Casa se intensificaram no fim de semana, com os principais candidatos se movimentando atrás de apoios dos colegas parlamentares e de lideranças de cada partido. Em Brasília, emissários de Temer passaram sábado e domingo em conversas na tentativa de definir nomes de forma consensual e sem dividir a base aliada.

Mas o próprio PMDB – partido do presidente interino e maior bancada da Casa, com 66 deputados – está longe de um consenso. À revelia do Planalto, que tem defendido o lançamento de uma candidatura única, seis deputados da legenda manifestaram a intenção de disputar a cadeira que foi de Cunha: Fábio Ramalho (MG), Baleia Rossi (SP), Marcelo Castro (PI), Carlos Marun (MS), Sérgio Souza (PR) e Osmar Serraglio (PR).

O candidato Fábio Ramalho se reuniu no fim de semana com várias lideranças do estado para conseguir apoio e garante estar muito perto de se consolidar como nome da legenda, com a bênção de Temer. “Conversamos com o governador (Fernando Pimentel) e com Adalclever Lopes, presidente da Assembleia de Minas, e vamos conseguir unir a bancada mineira”, afirmou Ramalho, ontem.

Segundo o parlamentar, seu nome teria sido bem-visto pela bancada do PT, segunda maior da Câmara, que estudava um apoio ao deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para evitar a vitória de um candidato afilhado de Cunha. “Rodrigo Maia já teve muitos problemas com a bancada do PT, principalmente em Minas. Inclusive, foi o coordenador da campanha do Cunha. Por isso, meu nome pode reunir mais adeptos entre a oposição”, disse Ramalho.

IMPEACHMENT A pauta trancada na Câmara acende o sinal de alerta no Planalto porque, caso alguns projetos não sejam votados até a paralisação de julho, as chances de aprovação diminuem, uma vez que, em agosto, está prevista a votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado e, em seguida, começa a campanha para a eleição municipal. Na semana passada, o prometido esforço concentrado acabou resultando apenas na aprovação de duas medidas provisórias e um projeto de lei que interessa aos Jogos Olímpicos do Rio.

Ontem, um dos principais articuladores do governo Temer no Congresso, o secretário-executivo do Programa de Parcerias e Investimentos, Moreira Franco, usou as redes sociais para tentar acalmar a base aliada do Planalto e dizer que Temer não vai interferir na eleição da Casa. “A orientação do presidente Temer é clara: governo não se mete na disputa na Câmara, não apoia candidato. É minha posição! Que vença o melhor para a Casa”, escreveu Moreira Franco.

Até agora, cinco deputados já formalizaram a candidatura à presidência da Câmara – Fausto Pinato (PP-SP), Marcelo Castro (PMDB-PI), Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO), Carlos Manato (SD-ES) e Fábio Ramalho (PMDB-MG). O PV anunciou ontem que também vai lançar um nome para o pleito. Outros três cotados para a vaga são os deputados Rogério Rosso (PSD-DF), nome próximo de Eduardo Cunha e simpático ao Planalto, Rodrigo Maia e Fernando Giacobo (PR-PR). Os três se movimentam intensamente nos bastidores, mas devem se inscrever somente na véspera da eleição.

DIA D PARA CUNHA Amanhã, às 14h30, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) tem reunião marcada para votar uma manobra de Eduardo Cunha que tenta anular a decisão do Conselho de Ética, que aprovou a cassação do seu mandato. Mesmo após a renúncia, ele se mantém influente entre os parlamentares e, na semana passada, conseguiu que o deputado Paulo Pereira, o Paulinho da Força (SD), seu antigo aliado, substituísse um dos integrantes no colegiado.

Adversários de Cunha esperam novas manobras para salvar o parlamentar até o dia da votação, com a possibilidade de a sessão ser novamente adiada. Caso o parecer do relator Ronaldo Fonseca (PROS-DF), favorável ao peemedebista, seja apoiado pela maioria dos membros da CCJ, o Conselho de Ética terá de colocar novamente em votação o relatório de André Moura (PSC-SE) que sugere a cassação do mandato de Cunha. O parecer de Fonseca, aliado do deputado afastado, recomendou a anulação da votação nominal e determina que ela seja pelo painel, como determina o regimento interno da Câmara.


FHC em casa
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de 85 anos, teve alta do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, no final da noite de sábado. Ele passou por uma cirurgia para a implantação de um marca-passo, aparelho que corrige batimentos cardíacos. FH chegou ao hospital por volta das 7h30 do sábado, acompanhado de sua mulher, Patrícia Kundrát. De acordo com o boletim médico, a cirurgia foi realizada com sucesso pela equipe do cirurgião cardiovascular Enio Bufollo. O ex-presidente não deve receber visitas pelos próximos dois dias nem ter agenda pública. Em sua página no Facebook, a equipe de FHC diz que ele “está em casa, seguindo vida normal” e “agradece as manifestações de apoio que tem recebido”. A colocação do marca-passo foi decidido pelos médicos como medida preventiva, após diagnóstico frequência cardíaca abaixo do normal.

 

 


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