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Estado de Minas

CCJ deve dar o ''tiro de misericórdia'' no mandato de Eduardo Cunha


postado em 04/07/2016 06:00 / atualizado em 04/07/2016 08:24

Rodrigo Janot alerta para a 'agressividade' o operador de Cunha(foto: Carlos Humberto/SCO/STF)
Rodrigo Janot alerta para a 'agressividade' o operador de Cunha (foto: Carlos Humberto/SCO/STF)
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados deve rejeitar o recurso do presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em que pede a anulação do parecer favorável à sua cassação, aprovado pelo Conselho de Ética. Com 66 integrantes, - entre os quais ele conta com o apoio de 25 a 27 deputados - a comissão começará a analisar a matéria na quarta-feira. Apesar da intervenção e da movimentação do Palácio do Planalto para ampliar a sustentação de Cunha, é pequena a probabilidade de que seja interrompido o processo na comissão, última cartada para evitar a perda do mandato e até a iminente renúncia.

O último golpe sofrido pelo  parlamentar afastado veio com as delações de Fábio Cleto, ex-vice presidente da Caixa, indicado por Cunha, em que detalhou propinas que somariam R$ 15,9 milhões destinadas ao seu padrinho político sugadas em cinco das 12 operações do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS) com grandes empresas. A delação de Cleto foi uma das que embasou a Operação Sépsis, deflagrada na sexta passada com autorização do Supremo Tribunal Federal.

Além de Cleto, o lobista apontado como operador de Cunha, Lúcio Bolonha Funaro, preso preventivamente na operação, também participava do esquema cobrando os valores das empresas e operacionalizando os pagamentos de propina. Cleto informou que não cobrava pessoalmente propina das empresas. A tarefa caberia ao próprio Cunha ou a Funaro, que o teria apresentado ao peemedebista. As delações de Cleto e de Funaro foram classificadas por aliados de Cunha como “bala de prata”.

Cunha foi afastado da presidência da Câmara por decisão unânime do STF há quase dois meses. Conseguiu na última semana romper o isolamento e, em encontro a sós com o presidente em exercício, Michel Temer, teve sinalização de apoio para salvar o mandato. A partir daí, interlocutores do Planalto aumentaram a pressão sobre os sete tucanos titulares na comissão, numa tentativa de assegurar a Cunha os votos necessários para anular o parecer de sua cassação na CCJ.

DELAÇÃO Apesar de haver interesse na blindagem de Cunha, decorrente do temor de que uma eventual delação premiada arraste figurões da República, os integrantes tucanos da comissão não cogitam livrá-lo. Para tanto, o partido teria de substituir esses deputados, ação considerada absurda, que não foi cogitada.

Segundo o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA) não houve orientação do partido e os parlamentares estão livres para se posicionar na comissão. “Rechaçaremos qualquer tipo de afirmativa que venha de ordem contrária”, considerou o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), integrante da CCJ e do Conselho de Ética. Segundo ele, entre os 13 titulares e suplentes tucanos da CCJ é unânime a disposição de levar rapidamentee o processo de cassação de Cunha para o plenário da Câmara.

Se não houver manobra na CCJ que altere o curso da tramitação, o parecer favorável para a cassação de Cunha estará pronto para votação aberta em plenário na segunda quinzena de julho ou no início de agosto. Como a votação é aberta, há consenso de que a cassação será selada com folga.

OPERADOR
No documento encaminhado ao (STF em que pediu a prisão do lobista Lúcio Bolonha Funaro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, dedicou espaço para a "agressividade" do suposto operador de Eduardo Cunha. Funaro foi detido em São Paulo na sexta-feira, na Operação Sépsis. Ele foi citado na delação premiada do ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas Nelson Mello. O executivo afirmou que pagou R$ 30 milhões a dois lobistas com trânsito no Congresso para fazer repasses a senadores do PMDB.

Funaro e o também lobista Milton Lyra seriam os responsáveis por distribuir o dinheiro para os senadores. Nelson Mello afirmou: "Lúcio Funaro continuou a procurá-lo recentemente, mesmo após seu desligamento da empresa". E continua: "Não bastasse isso, procurou-o em sua casa e por meio de seu telefone residencial, apesar de o colaborador nunca ter fornecido tais dados. Também chama a atenção a agressividade de Funaro no trato com o colaborador, manifestada por termos como 'você não sabe com quem está se metendo' e 'está querendo me foder?'", anotou Janot no pedido de prisão do  operador. (Com agências)


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