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Estado de Minas UMA NOVA IDADE MÍNIMA

Reforma da Previdência deverá incluir mudança na faixa etária para aposentadoria

Ministro da Fazenda garante que direitos adquiridos de quem já contribui serão respeitados


postado em 14/05/2016 06:00 / atualizado em 14/05/2016 09:50

Temer e a equipe econômica estudam qual a melhor regra de transição para a idade mínima(foto: (MARCELO CASAL/AGÊNCIA BRASIL))
Temer e a equipe econômica estudam qual a melhor regra de transição para a idade mínima (foto: (MARCELO CASAL/AGÊNCIA BRASIL))
A se cumprir a palavra do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que também cuidará do setor, vem aí a reforma da Previdência Social com a possibilidade de instituição de nova idade mínima para a aposentadoria. Segundo informou o recém-empossado ministro, a equipe está consolidando estudos para apresentar propostas para as áreas trabalhista e previdenciária e fazer as negociações necessárias com o Congresso Nacional. Meirelles afirmou que as mudanças devem respeitar os direitos adquiridos, mas também os relativizou, dizendo que esse conceito é impreciso.

“Mais importante do que saber o valor do benefício ou a idade em que vai se aposentar, é ter a segurança de que haverá recursos para pagar a aposentadoria”, disse. Segundo o ministro, para haver recursos, é necessário que o sistema seja autossustentável ao longo do tempo. Meirelles disse que o governo deve estipular critérios de gastos do setor público como um todo. “Não prometemos valores que não podem ser cumpridos. Despesas públicas são sempre pagas pela população, e a Previdência também”, disse Meirelles. Agora também com a atribuição de administrar a Previdência, Meirelles disse que o governo Temer defenderá uma nova idade mínima para a aposentadoria. A equipe ainda estuda qual seria a regra de transição. “O caminho está claro: idade mínima com regra de transição. E essa transição não pode ser nem muito longa nem muito curta”, explicou. “Quem já está contribuindo, vai receber aposentadoria como deveria. Com o crescimento da população e da idade média dos brasileiros, o crescimento da Previdência é insustentável no longo prazo, precisamos controlar isso”, argumentou.

O ministro lembrou que já há uma discussão extensa sobre o assunto – no ano passado, a presidente afastada Dilma Rousseff criou o Fórum da Previdência. Questionado se vai aproveitar projetos encaminhados pela equipe de Dilma Rousseff, Meirelles disse que é necessário analisar “com cuidado” cada medida para depois anunciar sua posição.”Não se trata de uma novidade, o que precisamos agora é de uma determinação do governo”, completou.

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, também falou sobre a necessidade de reformar a Previdência, mas não deu detalhes das medidas que serão tomadas. Segundo o peemedebista, o governo não pretende diminuir a remuneração dos aposentados. Como medida já adotada ele citou a criação da Secretaria da Previdência, vinculada ao Ministério da Fazenda. “Já se tomou a decisão técnica da maior importância que é construir algo sustentável. Por que queremos uma Previdência sustentável? Porque queremos que o aposentado de hoje e de daqui a 10 anos possa receber na integralidade o que deve receber. Não queremos que aconteça o que aconteceu na Grécia, que reduziu pagamento de quem já estava aposentado”, afirmou. (Com agências).

 

Aliado sindical já critica mudanças previstas

O novo governo nem anunciou quais serão as mudanças, principalmente, na área econômica, e já recebe críticas até de aliados que levaram Michel Temer à Presidência da República, após o afastamento de Dilma Rousseff. Em nota, a Força Sindical disse repudiar qualquer tentativa de reforma que venha a tirar direitos dos trabalhadores. “As afirmações do ministro da economia, Henrique Meirelles, divulgadas em veículos de comunicação, revelando a intenção de implantar a idade mínima para as aposentadorias, são inoportunas. A estapafúrdia ideia defendida pelo atual ministro é inaceitável, porque prejudica quem ingressa mais cedo no mercado de trabalho, ou seja, a maioria dos trabalhadores brasileiros”, diz.

A nota, assinada pelo deputado Paulinho da Força, lembra que o governo anterior já fez mudanças no regime “que só resultaram em prejuízos para os trabalhadores”. Segundo a entidade, a fórmula 85/95 dificulta cada vez mais a aposentadoria. “Entendemos que qualquer mudança na Previdência deve ser amplamente discutida com a sociedade, e com os representantes dos trabalhadores, de forma democrática e transparente. Reafirmamos que não aceitaremos, em hipótese alguma, uma reforma feita na calada da noite, com o intuito de mexer nos direitos adquiridos.”

A força sindical diz  ainda que vai resistir à mudança e ressalta acreditar que Michel Temer vá seguir caminhos acordados recentemente com os trabalhadores e centrais sindicais. “Não podemos deixar de destacar que valorizar as aposentadorias é uma forma sensata e justa de distribuição de renda”, conclui a nota.

 

Palavra de especialista
Marcelo Barroso de Campos
especialista em direito previdenciário

Mudança é inevitável

“A idade mínima (para aposentadoria) não é uma novidade trazida pelo governo Temer. A medida já vem sendo discutida há algum tempo, é uma tendência mundial. O Brasil é um dos poucos países que ainda não fixou essa regra. É uma medida quase inevitável, devido ao aumento da expectativa de vida do brasileiro. A novidade pode ser a agenda, se de fato a reforma ganhar agilidade no governo. A mudança, no entanto, não deveria vir sozinha, mas dentro de um conjunto de ações que promovam corte de custos não no benefício, mas no custeio. Umas das medidas urgentes é pôr fim à chamada Desvinculação da Receita da União (DRU), evitando que 20% dos recursos da Previdência Social sejam direcionados para o caixa único do governo, como hoje. Outra medida importante são políticas previdenciárias para reduzir a informalidade e com isso fazer crescer a arrecadação previdenciária. O Brasil já tem um parâmetro para a idade mínima, que é feito no serviço público, onde se estipula 60 anos para homens com 35 de contribuição e 55 anos para mulheres, com outros 30 de contribuição. É fundamental haver uma regra de transição para evitar injustiças com quem está próximo de se aposentar.”


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