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Estado de Minas

Meirelles defende aumento de investimentos e contratações para retomada de confiança

Cotado para a Fazenda, em um eventual governo Temer, ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles diz que é preciso resgatar a credibilidade do país


postado em 30/04/2016 06:00 / atualizado em 30/04/2016 08:55

(foto: Alexandre Campbell/Forum World Economic)
(foto: Alexandre Campbell/Forum World Economic)
São Paulo – Cotado para ministro da Fazenda em um eventual governo Temer, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles afirmou ontem que um grande desafio a ser enfrentado por um eventual governo Michel Temer é “em primeiro lugar restaurar a confiança na solvência futura do Estado brasileiro”. Em segundo lugar, Meirelles destacou “medidas que possam, conjuntamente com a restauração da confiança, levar a um aumento do investimento, e em consequência das contratações” e concessões de empréstimos. Em resumo, seriam ações necessárias “para que as empresas voltem a produzir, contratar e reverter a trajetória de contração da economia brasileira, o que é fundamental e que todos os brasileiros esperam”. Perguntado por jornalistas se haveria alguma necessidade de alteração de programas sociais, Meirelles destacou: “Acredito que não. Não estou entrando especificamente em detalhes. A prioridade no social é muito importante.” O ex-presidente do BC ressaltou antes que não houve convite formal para que seja o ministro da Fazenda de um eventual governo Temer.

Meirelles afirmou ter expectativa de que o Congresso apoie a aprovação de medidas sugeridas por um eventual governo Michel Temer na área econômica. “Existe hoje uma consciência nacional que precisa restaurar o equilíbrio macroeconômico para que o Brasil volte a crescer e beneficiarmos todos os brasileiros.” Questionado por jornalistas se os juros deveriam baixar, Meirelles afirmou em tom cordial: “Isso é com o Banco Central”. Meirelles afirmou que para assegurar que o Estado brasileiro “solvente de uma forma sustentável” é preciso que a sociedade tenha confiança na macroeconomia do país. “Em seguida, vamos tratar da microeconomia, que são investimentos, infraestrutura, questões de recuperação judicial das empresas que estão tendo dificuldades neste momento”, apontou Meirelles. “Em resumo: existe uma larga agenda de crescimento. Mas evidentemente tudo isso será função da autoridade econômica que vier a ser escolhida para conduzir esse projeto”, afirmou. “No momento, estamos numa fase de coleta de informações”, disse Meirelles. “Ele (Temer) está muito interessado, fazendo muitas perguntas, e eu acho que é exatamente o que deveria ser.”

INDÚSTRIA A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou a Temer um pacote de propostas com 36 medidas a serem implantadas no país, tão logo a crise política seja solucionada. O documento foi apresentado a Temer pelo presidente da CNI, Robson Andrade, e contém, entre outras reivindicações, a aceleração no processo de concessões em infraestrutura, a melhora das condições de crédito às empresas, o ajuste fiscal, a priorização das exportações como motor do crescimento e a realização de reformas tributária, previdenciária e trabalhista. “A saída da grave crise econômica pela qual passa o país exige a adoção de uma série de medidas na área fiscal e de aumento da competitividade. Não existe uma bala de prata ou uma mágica para melhorar o ambiente de negócios. É um conjunto de ações que, somadas à retomada do diálogo e à escolha de uma equipe eficiente, podem tirar o país da recessão”, disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

As medidas foram formuladas a partir de conversas com empresários. Uma das grandes preocupações do setor produtivo é com a necessidade de a economia brasileira ter segurança jurídica e recuperar confiança e a credibilidade, destacou Andrade. “Apenas com a adoção dessas iniciativas, os empresários vão recuperar a confiança e voltar a investir”, diz o comunicado da CNI. Um dos pontos mais polêmicos defendidos pela indústria é a reforma trabalhista.

A Confederação Nacional da Indústria quer, por exemplo, a valorização da negociação coletiva e a regulamentação da terceirização. Na reforma tributária, a proposta é permitir a compensação de créditos entre tributos federais e a convalidação dos incentivos fiscais do ICMS — o que caberia aos governos estaduais. Na parte de concessões, a CNI quer a revisão do regime de partilha em óleo e gás, a modernização das condições de acesso ao gás natural importado e o aumento da participação privada nos serviços de água e esgoto. Além disso, defende a retirada do Estado das administrações dos portos.


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