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Estado de Minas

"Eleição agora é golpe", diz o vice Michel Temer

Enquanto se prepara para assumir a Presidência da República, caso Dilma tenha mandato cassado, vice-presidente diz que antecipar o pleito presidencial para este ano é ilegalidade


postado em 27/04/2016 06:00 / atualizado em 27/04/2016 07:28

Nova eleição agora é estratégia do governo e do PT para enfraquecer um eventual governo Michel Temer(foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)
Nova eleição agora é estratégia do governo e do PT para enfraquecer um eventual governo Michel Temer (foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)
Brasília – Durante reunião com representantes das maiores entidades sindicais do país, o vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta terça-feira que é “golpe” propor antecipação de eleições, porque o pleito não está previsto na Constituição. Ele afirmou que se isso ocorresse nos Estados Unidos, “as pessoas ficariam coradas”, se referindo à vergonha que sentiriam. O peemedebista é o principal beneficiário do impeachment da presidente Dilma Rousseff, tanto que já está montando a equipe para um eventual governo. Se assumir a Presidência da República, Temer afirmou que pretende abrir um canal de diálogo com todos os partidos, incluindo oposição e acrescentou que grupos de esquerda podem protestar caso ele assuma, “contanto que não infernizem a vida do país”.  Dilma já havia adiantado que, mesmo escapando do impeachment no Senado, pode ser obrigada a aceitar a proposta de antecipar as eleições para este ano. A estratégia do Partido dos Trabalhadores é tentar enfraquecer a administração de Temer e reforçar o discurso de que ele não tem legitimidade para assumir o cargo, é golpista e traidor.

Temer recebeu líderes das centrais sindicais, que entregaram a ele uma carta com reivindicações da categoria. Na reunião realizada no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice, os sindicalistas defenderam, por uma hora e meia, pautas como o “redirecionamento” da política econômica, com mais ações para geração de emprego e renda, o programa de renovação de frota de veículos para estimular a indústria automobilística, taxação de grandes fortunas e se posicionaram de forma contrária à perda de direitos com a reforma da Previdência. Antes da reunião com as centrais, Temer se encontrou com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

Segundo o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD/SP), o vice-presidente teria garantido no encontro que não quer mexer nos direitos dos trabalhadores e programas sociais. “Ele deixou uma tranquilidade com relação aos direitos dos trabalhadores, com relação a questões sociais como o Bolsa-Família, Minha casa, minha vida, Pronatec. Tudo isso ele disse que a gente pode ficar tranquilo, que ele não mexerá. Participaram da reunião ainda os presidentes da Central Sindical Brasileira (CSB), Antonio Neto; da Nova Central Sindical de Trabalhadores, José Calixto Ramos; da Força Sindical, Miguel Torres; e União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah. Segundo os participantes, Temer deixou claro que espera a decisão do Senado “com tranquilidade” e que não quer se precipitar, mas adotou um tom conciliatório para falar sobre um possível governo.

“Ele sempre coloca na condicional, diz que ‘se o destino assim quiser’... E disse que se for, porventura, guindado à Presidência da República, vai procurar fazer um papel que sempre cumpriu na vida, que é conciliatório. Ele quer fazer um governo de reconstrução, de unidade nacional, contou Neto, da CSB. Na pauta dos sindicalistas estão a correção da tabela do Imposto de Renda, a melhoria dos benefícios pagos a aposentados e pensionistas, e uma política de valorização do salário mínimo e a taxação de grandes fortunas. Segundo o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, com a proposta de taxar fortunas e bens de luxo, como aeronaves e embarcações, seria possível ao governo arrecadar mais de R$ 111 bilhões. “Tomadas algumas medidas, dá até para o estado ter mais de R$ 111 bilhões, (com) taxação de grandes fortunas, taxação de remessas de lucro, imposto sobre bens de muito valor como helicópteros e lanchas. É uma proposta que pode dar uma folga se ele tiver coragem de enfrentar essa situação.”

Outra medida apontada pelos sindicalistas para impulsionar a economia é o programa de renovação de frota. A proposta já foi pautada diversas vezes dentro de vários governos nos últimos 20 anos e permite aos donos de veículos com mais de 20 anos se desfazerem de seus carros e, em troca, receber uma carta de crédito para aquisição de um novo automóvel. Da última vez em que o assunto voltou à pauta, em janeiro deste ano, a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos (Anfavea) estimava que ao menos 230 mil caminhões que rodam hoje nas estradas brasileiras têm mais de 30 anos de idade. Para os representantes das centrais, essa é uma forma de “alavancar” o setor.

 

 


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