Brasília, 14 - Em um desabafo na reunião da manhã desta quinta-feira, 14, no Conselho de Ética, o deputado Fausto Pinato (PP-SP) negou que tenha sofrido pressão do PRB para abrir mão da vaga de titular no colegiado. "Não sou homem de barganhas e muito menos de pressões", afirmou.
Pinato explicou que achou que seria mais correto deixar o posto porque era a primeira vez que o PRB tinha uma vaga no colegiado. "Achei por bem renunciar", declarou.
O deputado veio ao conselho após uma manifestação do líder da Rede, Alessandro Molon (RJ), na qual cobrou explicações de Pinato. O deputado era um dos 11 votos contra Cunha num grupo de 21 deputados. "Ele deveria ter ficado conosco até o fim", disse. Para Molon, o processo contra o peemedebista "está provando que nem todo mundo é igual perante a lei".
Pinato trocou o PRB pelo PP e nessa quarta-feira, 13, seu antigo partido indicou a deputada Tia Eron (PRB-BA) para a vaga de titular. A mudança trouxe desconfiança entre os parlamentares. Ao se apresentar ao conselho, a deputada disse que vai analisar o processo antes de se posicionar, mas que não gostaria de ser julgada pelos colegas com antecipação. Nesta quinta, Pinato recomendou a sua sucessora que aja dentro da legalidade. "É normal isso aqui, me julgaram também", disse à deputada.
Tia Eron é da bancada evangélica. Em um post em sua página, datado de 3 de fevereiro do ano passado, logo após a posse de Cunha como presidente da Casa, consta um texto intitulado: "Deputada federal Tia Eron vibra com eleição de Eduardo Cunha". O texto diz que a vitória de Cunha "aumentou o otimismo" da deputada.