(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas UMA ESPLANADA, DOIS GRUPOS

Mais de 150 mil devem acompanhar votação do impeachment no Congresso

Preocupação é evitar confronto entre manifestantes. Votação pelo plenário da Câmara deve ocorrer dentro de no máximo três semanas


postado em 04/04/2016 06:00 / atualizado em 04/04/2016 07:53

Organizado pela CUT, o protesto pró-Dilma reuniu 50 mil pessoas na quinta-feira passada(foto: Evaristo Sá/AFP)
Organizado pela CUT, o protesto pró-Dilma reuniu 50 mil pessoas na quinta-feira passada (foto: Evaristo Sá/AFP)

Brasília –
Com a aproximação da votação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo plenário da Câmara, o que deve ocorrer dentro de no máximo três semanas, o clima entre os favoráveis e os contrários ao afastamento da petista deve se acirrar ainda mais. E os dois lados prometem acompanhar e pressionar os parlamentares, o que tornar disputado cada metro quadrado de gramado em frente ao Congresso Nacional.


Diferentemente do que ocorreu em 29 de setembro de 1992, quando a Câmara dos Deputados votou a favor da abertura do processo de impeachment de Fernando Collor – e não havia dois lados políticos em conflito ideológico no país –, desta vez, há a polarização do Brasil. Nas duas últimas grandes manifestações realizadas em Brasília, a soma do público presente superou 150 mil pessoas, segundo a Polícia Militar: 50 mil no ato em apoio à presidente, na quinta-feira passada, e 100 mil manifestantes no protesto à favor do impeachment, em 13 de março.

É certo que não dá para cravar o número de pessoas nas ruas durante os dias de votação do impeachment, mas seguindo a movimentação nos últimos protestos, a reportagem chegou ao número de 5,27 pessoas por metro quadrado somente no gramado em frente ao Congresso. Com uma área de 28.453 metros quadrados, a área mais disputada de Brasília deverá ser dividida ainda com muitos carros de som, barracas e bandeiras.

Para o cientista político David Fleischer, haverá dois grandes grupos em frente ao Congresso e a Polícia Militar encontrará dificuldades para manter esses movimentos separados. “Acho que deve haver um plano B de contingência que conte com a ajuda do Exército. Mas eu espero que isso não seja necessário.”

Já o total de manifestantes que pedem a saída da presidente chegou a 100 mil em 13 de março, segundo a Polícia Militar(foto: Andressa Anholete/AFP)
Já o total de manifestantes que pedem a saída da presidente chegou a 100 mil em 13 de março, segundo a Polícia Militar (foto: Andressa Anholete/AFP)

Além da preocupação com o contingente de manifestantes, que provavelmente deve ultrapassar 150 mil pessoas, a Secretaria de Segurança Pública teme conflitos entre os dois grupos políticos. De acordo com o chefe do Departamento Operacional da PM do Distrito Federal, coronel Alexandre Nunes, o efetivo médio em grandes manifestações é de mil policiais na Esplanada dos Ministérios e outros mil nos quartéis em casos de emergência. “Por enquanto, estamos avaliando com o setor de inteligência da PM, mas vamos preparar um planejamento para evitar que os dois lados se encontrem ou, se se encontrarem, minimizar os efeitos de conflitos”, explica o coronel.

Apesar das discordâncias políticas, representantes de alguns movimentos sociais pró-Dilma e contra o governo concordaram no que diz respeito à relevância do momento. Segundo uma das líderes do Endireita Brasil, Patrícia Bueno, “já começou a programação para fazer comboios em direção à Brasília. Se a votação se arrastar por mais de um dia, vamos acampar e ficar até o fim.” O grupo também se programou para trazer um trio elétrico e telões para projetar imagens da sessão na Câmara.

De acordo com o secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, as manifestações de quinta-feira foram apenas uma “amostra” do que está por vir no dia da votação. “Nós vamos marchar em paz e, pelo menos do nosso lado, vamos incentivar as pessoas para que não haja provocações e conflito”, comenta Rodrigo.

Placar

O Vem pra Rua, um dos principais grupos que pedem o impeachment da presidente Dilma, instalou na Avenida Paulista dois painéis com os nomes dos deputados que estão indecisos e que são contra o impedimento. Para arquivar o processo, o governo precisa do apoio de 171 deputados, entre votos a favor, faltas e abstenções. Nos painéis, instalados em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), foram divulgados os 14 deputados paulistas contrários e os oito favoráveis ao impeachment.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)