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Estado de Minas

Janot quer evitar "paixões das ruas" diante da crise política


postado em 23/03/2016 06:00 / atualizado em 23/03/2016 07:12

Brasília – Em mensagem interna encaminhada a procuradores, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu que os integrantes do Ministério Público atuem de forma “técnica e serena” para atravessar o que chamou de “crise aguda e grave”. Janot falou em manter a unidade, evitar a radicalização e não se contaminar por “paixões das ruas”. Num apelo ao grupo, falou que os procuradores devem se manter alheios aos interesses partidários.

“Não podemos permitir que as paixões das ruas encontrem guarida entre as nossas hostes. Somos Ministério Público. A sociedade favoreceu-nos, na Constituição, com as prerrogativas necessárias para nos mantermos alheios aos interesses da política partidária e até para a defendermos de seus desatinos em certas ocasiões. Se não compreendermos isso, estaremos não só insuflando os sentimentos desordenados que fermentam as paixões do povo, como também traindo a nossa missão”, escreveu.

Janot é responsável pela investigação e acusação de políticos com foro privilegiado envolvidos na Operação Lava Jato. Com mais de 32 investigações abertas perante o Supremo Tribunal Federal, seis denúncias oferecidas e uma ação penal aberta, Janot já foi alvo de críticas e se tornou desafeto do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “O Ministério Público não tem ideologia nem partido”, escreveu Janot na carta. No texto, o procurador-geral pede que o MP combata a corrupção “doa a quem doer”, mas com preservação das instituições do país.

Enquanto isso...

...ONU vê riscos de radicalização

O Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU se manifestou pela primeira vez desde o acirramento da crise política e demonstrou preocupação com “um círculo vicioso” que afete “a credibilidade tanto do Executivo quanto do Judiciário”. Em um apelo tanto aos atuais ocupantes do governo federal como aos demais partidos políticos, a Organização das Nações Unidas disse esperar que os agentes públicos brasileiros “cooperem totalmente” com as autoridades judiciárias nas investigações sobre ‘suposta corrupção de alto nível, para evitar quaisquer ações que possam ser vistas como um meio de obstruir a Justiça”, mas lembrou que o Judiciário deve atuar com “escrúpulos, dentro das regras do direito doméstico e internacional, evitando adotar posições político-partidárias.” Nesse inédito posicionamento da organização sobre a crise política brasileira, a entidade faz cobranças a todos os agentes protagonistas da atual situação ao se dizer “preocupada com os debates cada vez mais politizados e acalorados” registrados nas últimas semanas no país.

 


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