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Estado de Minas

"Escrevo o que dá vontade. Não aceito patrulha", diz Kátia Abreu após ser atacada em rede social

Ministra da Agricultura sofreu uma série de ataques no microblog Twitter depois de comentar sobre o sermão feito pelo padre na igreja que frequenta; internautas a acusam de ter comparado Lula a Jesus Cristo


postado em 21/03/2016 14:55 / atualizado em 21/03/2016 15:57

Brasília - A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, sofreu uma série de ataques no microblog Twitter depois de comentar sobre o sermão feito pelo padre na igreja que frequenta. Parte dos que acompanham o perfil da ministra entenderam que a fala seria um recado político, o que ela rebateu.

"O sermão de hoje na Igreja foi sobre o julgamento e a crucificação de Cristo. É difícil crer que a turba absolveu um criminoso e condenou Jesus", disse a ministra no Twitter. Em seguida a essa mensagem, ela recebeu centenas de respostas, algumas a acusando de comparar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Jesus.

Parte das mensagens trazia memes, figuras de vídeo ou foto com humor e sarcasmo, que colocavam o rosto de Lula na imagem de Jesus. Muitas das mensagem eram agressivas, o que parece ter irritado a ministra.

Kátia Abreu lembrou aos seus seguidores que ontem era o último domingo da Quaresma e que no próximo domingo é a Páscoa. "Escrevo o que dá vontade. Não aceito patrulha. Não estou comparando ninguém com Jesus. Por favor, me respeitem. Não sou obcecada com um único tema", rebateu a ministra.

Depois dessa mensagem ela recebeu mais críticas e algumas pessoas fizeram piadas comparando o governo ao Titanic, navio britânico que ficou famoso depois de afundar em sua viagem inaugural em 1912.

A ministra continuou a responder e pediu mais tranquilidade por parte dos internautas. "O ódio na internet está insuportável. Estes obcecados não irão me pautar. Continuarei escrevendo o que me der vontade", disse. "Como, por exemplo, continuarei escrevendo que acredito na honestidade da presidente Dilma Rousseff até que me provem o contrário. Pedalada não é argumento", defendeu.

Em meio ao debate, a ministra recebeu mais dezenas de ataques e foi agredida virtualmente com afirmações machistas, palavrões e xingamentos. A um dos internautas que a agrediram, disse em tom grave: "Me mande seu endereço, covarde".

Em seguida, tentou apelar para o bom senso. "O ódio não ajudará em nada. De nenhum lado. Justiça e a urgência nos julgamentos têm que ser para todos", afirmou. "Que a Justiça continue fazendo o seu trabalho. Confio nisto. Tudo será esclarecido e os culpados punidos, mas pela Justiça do Brasil", disse. Kátia Abreu ainda disse aos antagonistas que enquanto for ministra continuará a trabalhar pelo agronegócio e que continuará a cumprir com o seu dever.

Na semana passada, surgiram rumores de que a ministra teria decidido sair do governo antes mesmo da decisão oficial do PMDB, prevista para o fim do mês. Fontes disseram ao Broadcast Agro que Kátia Abreu não havia digerido a entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no staff presidencial, como ministro da Casa Civil. Na sexta-feira, ela comentou no Twitter que não mencionou "este assunto com ninguém". "São apenas ilações."


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