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Estado de Minas

Em pronunciamento, Lula diz que 'se sentiu preso' e considera 'lamentável' a ação da PF

O ex-presidente disse que se sentiu ofendido e ultrajado com a ação de hoje da PF, já que nunca se negou a prestar esclarecimentos


postado em 04/03/2016 14:58 / atualizado em 04/03/2016 16:36

(foto: Reprodução/TVT )
(foto: Reprodução/TVT )

O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva classificou como “lamentável” a ação da Polícia Federal nesta sexta-feira pela 24ª fase da Operação Lava-Jato. “É lamentável que uma parcela do Poder Judiciário brasileiro esteja trabalhando em associação com a imprensa”, disse. Segundo ele, na manhã de hoje “se sentiu prisioneiro” ao ser acordado por “vários delegados” da Polícia Federal. Ele voltou a dizer que “não vai abaixar a cabeça” e que não recebeu recursos irregulares. “Se a Polícia Federal, o Ministério Público ou quem quer se seja, encontrar qualquer real na minha conta (de corrupção) eu não mereço ser desse partido”, afirmou, dizendo que vai correr o país. "Eu me sinto ofendido, porque não precisava disso, eu me senti ultrajado". O pronunciamento ocorreu na sede do PT, em São Paulo.

Se o juiz (Sérgio) Moro quisesse me ouvir, bastaria mandar um ofício que eu iria, como sempre fui", disse em crítica direta ao delegado da Polícia Federal que conduz as investigaçõesda Lava-Jato, em Curitiba, no Paraná.

O ex-presidente, apesar de ressaltar a “simpatia dos delegados”, disse que se sentiu ofendido. "Embora eu esteja intimamente magoado, porque eu acho que merecia um pouco mais de respeito nesse país. Eu quero avisar que escapei de morrer de fome aos cinco anos na minha cidade. Naquela terra, criança escapar de morrer de fome é um milagre. O segundo milagre foi eu ter diploma de torneiro mecânico. Terceiro milagre foi eu ter criado um partido. O quarto foi eu ter sido eleito presidente e quinto milagre foi eu ter sido melhor que eles todos.(...). Eu provei que o povo humilde desse país pode andar de cabeça erguida”, afirmou.

"Lamentavelmente estamos vivendo um processo de que a pirotécnica vale mais do que qualquer coisa, do que a apuração séria. Valorizo e valorizei muito nossas instituições, mas de qualquer forma nada disso diminui a minha honra, eles acenderam em mim a chama de que a luta continua", disse o ex-presidente da República.

Durante sua fala, o ex-presidente disse que se tornou “o conferencista mais caro do mundo” devido às conquistas sociais realizadas em sua gestão à frente da Presidência. “Nós não temos complexo de vira-latas. As pessoas não se importaram quando o Bill Clinton veio aqui e cobrou milhões”, afirmou.

O petista chegou a se emocionar ao falar de sua esposa, Marisa Letícia. “Eu peço desculpas a Marisa e aos meus filhos que se viram envolvidos nessas coisas”, disse reclamando do que ele classificou como politização das ações da PF. O ex-presidente negou a propriedade do apartamento triplex, alvo de investigação de outra fase da Lava-Jato. Disse também que não pertence a ele ou a sua família o sítio em Atibaia.

Ao final de sua fala, Lula disse que não sabe se concorrerá à Presidência em 2018, justificando a expressão em possíveis limitações da idade, mas sob esse aspecto ele pontuou também que a ciência tem avançado e permite mais vigor aos idosos. Mas garantiu que vai percorrer o país. "Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve", afirmou.

Após a fala do ex-presidente Lula, centenas de militantes do lado de fora da sede do PT gritaram "Lula, guerreiro do povo brasileiro" e "Ole, ole, olá, Lula Lula". Também houve gritos de "Não vai ter golpe" e de "Partido, partido, é dos trabalhadores".

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira a 24ª fase da Operação Lava-Jato, apelidada de Aletheia, com mandados de busca e condução coercitiva em Atibaia, Guarujá e São Bernardo do Campo (SP), nos endereços do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do seu filho, Fabio Luiz Lula da Silva. Lula mora em São Bernardo, onde a PF cumpriu cinco mandados de busca e dois de condução coercitiva, quando o investigado é levado a prestar depoimento de maneira forçada.

 

 


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