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Estado de Minas

Alvo da Alba Branca revela entrega de dinheiro em empresa de Nelson Marquezelli

Deputado federal Nelson Marquezelli (PTB/SP) é suspeito de envolvimento em fraudes em contratos para oferta de merenda escolar do governo de São Paulo


postado em 03/02/2016 10:19 / atualizado em 03/02/2016 10:33

São Paulo - A Operação Alba Branca aponta a distribuidora de bebidas do deputado federal Nelson Marquezelli (PTB/SP), em Pirassununga, interior de São Paulo, como um dos endereços de suposta entrega de propinas da quadrilha da merenda escolar que agia em pelo menos 22 prefeituras e mirava em contratos da Secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Um dos alvos da investigação, Carlos Luciano Lopes, relatou ao Ministério Público e à Polícia Civil que o lobista da organização Marcel Ferreira Júlio fazia pagamentos naquele local de "comissões" sobre venda de produtos agrícolas superfaturados para merenda.

O depoimento de Lopes foi dado no dia 20 de janeiro, um dia depois que Alba Branca foi deflagrada.

Vendedor da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), carro-chefe do esquema de fraudes em licitações, Lopes contou que, em duas ocasiões, acompanhou um colega, César Bertholino, e o lobista Marcel Ferreira Júlio, filho do ex-deputado Leonel Júlio - cassado em 1976 pelo regime militar em meio ao famoso "escândalo das calcinhas".

"Numa dessas vezes que César levava dinheiro para ele (Marcel), era combinado que se encontrariam na cidade de Pirassununga, onde o pagamento era realizado na distribuidora de bebidas de propriedade do deputado Nelson Marquezelli”, relatou Carlos Luciano Lopes.

Segundo ele, "nas duas oportunidades em que esteve presente, o pagamento da 'comissão' realizou-se no estacionamento da distribuidora".

O vendedor da Coaf afirmou. "Marcel guardava o dinheiro no seu automóvel, em seguida todos entravam no escritório do deputado, conversavam sobre assuntos políticos, mas em determinado momento da conversa o declarante e César Bertholino se retiravam da sala a pedido de Marcel."

Ainda segundo o investigado, Marcel "ficava a sós com o deputado, alegando o declarante desconhecer o assunto do qual tratavam".

Carlos Luciano Lopes declarou que nessas duas oportunidades ele e César Bertholino "aguardaram Marcel sair da sala do deputado e saíam com ele do escritório, não sabendo se depois ele retornava para entregar parte desta comissão ao deputado".

Ele declarou não saber dizer "se o deputado Nelson Marquezelli recebia 'comissão' do contrato firmado com o Estado ou com prefeituras.

A reportagem mandou e-mail para a assessoria de Marquezelli, na semana passada, com indagações sobre o eventual relacionamento do parlamentar com o lobista da quadrilha da merenda, mas não houve resposta.


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